quinta-feira, 19 de novembro de 2020

Critérios para escolha dos cantos na Missa

 1 - Canto de Entrada: Sua finalidade é abrir a celebração. Promove a união da assembleia, introduz os fiéis no tempo litúrgico ou da festa, acompanha a procissão do sacerdote com os ministros da Eucaristia, leitores, acólitos, coroinhas, seminaristas etc. Deve terminar quando o padre chegar ao altar. Se houver uso de incenso, estende-se até que o altar seja incensado.

2 - Canto de Perdão (Ato Penitencial): É o momento em que todos são convidados a reverem suas faltas, permanecendo em silêncio por um tempo. É o próprio rito, por isso deve ser cantado integralmente, devendo obrigatoriamente conter as frases: Senhor, tende piedade de nós (ou Kyrie eleison) e Cristo, tende piedade de nós (ou Christe eleison). Caso contrário, o canto estará liturgicamente errado. No Domingo de Ramos, pode ser substituído pela procissão. Na Quarta-feira de Cinzas, é substituído pela bênção e imposição das cinzas. Aos domingos, pode ser substituído pela aspersão da água em recordação do batismo.

3 - Canto de Glória (Hino de Louvor): É o hino antiquíssimo (século II) pelo qual a Igreja, congregada no Espírito Santo, glorifica e suplica a Deus Pai e ao Cordeiro. É um louvor às três pessoas da Santíssima Trindade, cantado ou recitado nas solenidades e festas dos santos e missas dominicais. Não se canta nos domingos do Advento e da Quaresma porque são tempos de preparação para as grandes festas, o Natal e a Páscoa, respectivamente. Também não se canta nos dias de semana porque este cabe ao dia por excelência do encontro com os cristãos, o domingo, nem nas missas de defuntos (missa de sétimo dia, trigésimo dia, um ano de falecimento, missa de corpo presente e Dia de Finados).

4 - Canto de Acolhida da Bíblia: Não faz parte oficialmente da liturgia, portanto é facultativo. Deve ser cantado apenas em ocasiões excepcionais, principalmente nos domingos de setembro, que é o mês da Bíblia, ou quando se pretende destacar a Palavra de Deus. Acompanha a procissão da Bíblia, por isso deve ser encerrado ao término dessa procissão.

5 - Canto de Aclamação ao Evangelho: Esta aclamação constitui um rito por si mesma, através da qual a assembleia acolhe o Senhor que lhe vai falar no Evangelho, saudando e professando sua fé pelo canto. Para ser um canto de aclamação ao Evangelho, deve obrigatoriamente conter a palavra 'Aleluia', que significa alegria, exceto no tempo da Quaresma, no qual o Aleluia é substituído por um versículo proposto no Lecionário, devido ao forte tempo de reflexão e conversão.

6 - Canto de Ofertório: Acompanha o rito da preparação das ofertas, por isso deve ser encerrado quando o sacerdote terminar de oferecer os dons e lavar as mãos. Nas missas solenes, quando se usa o incenso, o canto se estende até que a assembleia seja incensada. O texto não precisa falar necessariamente de pão e vinho, mas pode falar do tema da liturgia ou do oferecimento da própria vida a Cristo.

7 - Canto de Santo: É o próprio rito, por isso deve ser cantado integralmente. Para ser um canto de Santo, deve conter as palavras: Santo, Santo, Santo (3 vezes) + Bendito o que vem em nome do Senhor + Hosana nas alturas. Caso contrário, o canto estará liturgicamente errado.

8 - Canto de Paz: É considerado por alguns como inapropriado para antes da comunhão, pois dispersa o povo e desvia o clima de oração para o rito seguinte, transformando a Missa em um show, sendo por eles colocados em outros momentos na liturgia da missa (após a bênção final, ou após o ato penitencial, ou após o ofertório...). Mas a saudação da paz após a oração do pai-nosso está liturgicamente prescrita e fica a critério de cada costume local, como também de cada rito católico aprovado pela Sé Romana (melquita, maronita...). Muitos omitem esse canto nos tempos da Quaresma e do Advento para realizá-lo com mais alegria no tempo da Páscoa e do Natal

Abaixo segue resumo de carta circular publicada em 08 de junho de 2014 por decisão do papa Francisco:
 c) De todos os modos, será necessário que no momento de dar-se a paz se evitem alguns abusos tais como:
- A introdução de um "canto para a paz", inexistente no Rito romano.
- Os deslocamentos dos fiéis para trocar a paz.
- Que o sacerdote abandone o altar para dar a paz a alguns fiéis.
- Que em algumas circunstâncias, como a solenidade de Páscoa ou de Natal, ou Confirmação, Matrimônio, sagradas Ordens, Profissão religiosa ou Exéquias, o dar-se a paz seja ocasião para felicitar ou expressar condolências entre os presentes.

9 - Canto de Cordeiro: É o próprio rito de aclamação à fração do pão, por isso deve ser cantado integralmente e com letra rápida, com as mesmas palavras da oração. Deve ser iniciado quando o sacerdote toma em suas mãos o corpo de Cristo, quebra-o e põe uma parte deste dentro do cálice. Para ser um canto de Cordeiro de Deus, deve obrigatoriamente conter as palavras: Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo (repetidas 2 ou várias vezes, se a fração do pão se estender) + dai-nos a paz. Caso contrário, estará liturgicamente errado.

10 - Canto de Comunhão: Pela unidade das vozes, expressa a união espiritual dos comungantes, demonstra a alegria dos corações e torna mais fraternal a procissão dos que vão receber o corpo de Cristo. Deve obrigatoriamente falar sobre a comunhão, sobre o corpo e o sangue de Cristo, sobre o pão da vida, pão do céu, ou qualquer outro tema relativo ao mistério da Eucaristia. Começa quando o sacerdote comunga e termina quando o último fiel comungar.

11 - Canto de Ação de Graças: É um costume herdado do Papa João XXIII na década de 60. Embora seja inadequado, está previsto no Missal Romano. Pode ser cantado, mas é facultativo. É importante que seja breve e executado por todos, com moderação no volume dos instrumentos e dos microfones. Recomenda-se evitar esse canto na Quaresma.

12 - Canto Final: Foi herdado do Papa Paulo VI na década de 70, embora não previsto no Missal, portanto, suplementar, serve para preservar a mensagem e motivar a missão. Acompanha a saída do padre.

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