sexta-feira, 14 de setembro de 2018

História da linha 517-Castelo Branco

Uma das linhas mais antigas da cidade em operação e uma das principais referências no passado para quem pegava o ônibus na Lagoa/Rodoviária e tinha por destino a Avenida Epitácio Pessoa. Uma das primeiras que operou para a UFPB e a operar no sistema opcional. Também, uma das principais portas de entradas na frota da Transnacional durante muito tempo…essa é a 517! Vamos conhecer essa linha não só na sua atualidade mas como toda a sua história ao longo do tempo e nas várias empresas em que ela passou!!!
A origem e atualidade do bairro
Antigamente, o atual localização do Castelo Branco eram um distrito de Tambaú, bairro urbanizado mais próximo, considerando que a Torre, Expedicionários e Miramar não existiam. Servia como propriedade rural e balneário de férias, quando o Rio Jaguaribe não era poluído, além de ser cercado por uma vasta Mata Atlântica. Aos poucos, com a urbanização e valorização imobiliária da Epitácio Pessoa, o bairro foi nascendo e aos poucos perdendo a identidade de área rural, se consolidando de vez como bairro nos anos 60 com a construção do Campus da UFPB. Pelo fato do seu desenvolvimento ter acontecido dentro do cenário nacional ditatorial, o bairro recebeu o nome do ex Presidente Castelo Branco, o primeiro do regime governamental da época, que falecera em 1967. 
Atualmente o bairro é um dos principais da cidade por abrigar a UFPB, além de sua posição geográfica estratégica, que serve como passagem obrigatória para quem está no perímetro e segue para BR-230, Avenida Epitácio Pessoa, Avenida Pedro II e Sérgio Guerra no Bancários. Abriga pessoas de diferentes classes sociais, uma vez que possui área mais nobre e outra mais modesta, além de diversos estudantes universitários que alugam casas ou que residem em outros tipos de moradias. A exemplo de qualquer bairro de classe média pessoense, o principal problema é a segurança. É bem servido de ônibus por ser corredor de uma infinidade de linhas que operam em diversos bairros da capital. Até pouco tempo atrás uma dessas linhas era a interurbana 5305 – Jacumã via PB-008, que atualmente opera até o terminal das 301/5600/5206 e 2514 em Mangabeira.
O começo da linha e tempos da Roger
Certamente, a linha surgiu nos anos 60 com a origem do bairro, talvez operada pela Viação Dutra, ou, com ônibus particulares, o que era comum na época. O registro concreto que existe é do início dos anos 70, quando era operada pela Roger, a mesma que operou até 2003 nas intermunicipais de Cabedelo (atualmente na Reunidas) e que atualmente se dedica ao turismo e fretamento, denominado de Rogetur.
Em 1976, com a implantação do sistema opcional em João Pessoa, a linha foi uma das contempladas, tendo certamente a sua clientela formado por quem estava inserido no recinto universitário: especialistas, funcionários, professores e alunos.  A linha ficou na Roger até perto do fim dos anos 70.
Breve tempo na Rui Barro Transportes
O tempo que a RB existiu é o mesmo que a linha Castelo Branco durou com ela. Em 1980 houve uma grande renovação na frota da empresa com a aquisição do modelo Marcopolo San Remo, tendo algumas unidades destinadas para a linha. Possivelmente ocasionada pela oscilação econômica e inflação da época, a RB no início dos anos 80 encerra suas atividades.

Época da Nossa Senhora das Neves

Com o surgimento da Nossa Senhora das Neves, a linha mais uma vez muda de empresa. Em 1986 ganha o prefixo 517, que é usada até hoje. A sua frota foi quase exclusiva de O-364, com prefixos 0749 ao 0756.
A Nossa Senhora das Neves foi negociada com o grupo A Cândido em 1987, sendo criada a filial em João Pessoa da campinense Transnacional, utilizando-se da sua estrutura física e aproveitando praticamente toda frota, dentre eles os lendários San Remo II.
Tempos de ouro na Transnacional
Foi na Transnacional que sem dúvidas a 517 viveu seus melhores momentos. Com a nova empresa que acabara de se estabelecer, a linha se tornou uma das principais, tanto que no fim dos anos 80 e início dos 90 a sua frota era composta por oito carros, superando linhas como as 507, 510, 511, 513, 521, 503, 504, 505, 506, 509 e 512, suas “concorrentes” pelo corredor 5. 
Por ser uma das linhas com seu itinerário 100% asfaltado, foi uma tradicional estreante de carros na frota. O mais marcante, seu dúvidas, foram os Torino 1989 Volvo B-58E, que vieram em 1992 e permaneceram até 1998, com prefixos 07121 até 07124, que tinham outro diferencial: três portas. Também existiu o 07138, porém, tinha apenas duas portas. Esses veículos foram adquiridos com essa configuração, além dos MB OF-1318 com prefixos 0755, 07101, 07130, 07131 e 07132, em cumprimento a uma lei municipal do mesmo ano que tinha por objetivo facilitar o acesso de pessoas com dificuldades de locomoção aos ônibus, e como não existia plataforma elevatória na época, era necessário a porta no meio. Era estipulado que pelo menos 5% da frota tivesse essa facilitação. A Transurb também chegou a adquirir ônibus com três portas, com o Torino 1989 e Vitória, com chassi L-113.
Em 1998 a 517 passou por uma grande renovação na frota, sendo mais uma vez porta de entrada de um novo chassi na Transnacional: o OF-1721, que vieram nos GV’s altos e baixos, além do Padron Cidade I. Um dos que integraram a frota da 517 foram os GV’s baixos com prefixos 0701, 0711, 07123, 07124 e 07177.
Curiosamente, eram os únicos que vieram com bancada acolchoada sintética. Também, o destino era na cor verde-limão, e eram adaptados com rodobar e som ambiente. 
Após três anos, a 517 é uma das linhas que estreia um novo modelo na empresa: O Viale. A frota da linha passa mais uma vez por uma renovação, recebendo os Viale 0701, 07123, 07124 e 07177. No ano seguinte vieram os 0784, 0791 e 07102.
No ano de 2007, a linha sofre uma granda redução na sua frota, contando apenas com cinco carros, permanecendo até hoje com essa quantidade.
Curiosamente em 2008, estreou alguns Viale com vista eletrônica lateral que vieram em março, a exemplo dos 0775, 0778, 07179 e o 07181, sendo esse último adaptado para cadeirantes e com o sistema de embarque dianteiro. Todos saíram após a entrega oficial em abril do mesmo ano. 
O primeiro Torino 2007 fixo dela só veio no segundo lote, com o 07122. Esse foi um dos poucos modelos que ela não foi uma das estreantes. Atualmente a sua frota é composta pelos: 0723, 0751, 07110, 07116 e 07122. Se antes era uma principal linha do corredor 5, hoje tem a função de servir de ser uma alternativa nos horários de pico, uma vez que desafoga as linhas de grande demanda que passam pela UFPB.
Curiosidades
Ela não circula nos domingos e feriados, exceto quando coincide com os 2 dias de provas do Enem ou algum concurso;
No sábado só circula até as 16 hrs;
Segundo relato de uma das tias do Peter Shelton, em 1974 no sábado a linha só funcionava até as 13 hrs, sendo esta apenas a única opção de transporte a Epitácio Pessoa;
Apenas circula nas principais vias do bairro, cabendo a linha 304 a função de transitar por dentro do bairro;
As suas duas primeiras viagens do dia tem como ponto de partida a Praça da Paz, nos Bancários;
Em setembro de 2018, a linha deixou de circular aos sábados devido à falta de demanda, circulando somente de segunda a sexta, sem alteração nos itinerários e horários.

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