domingo, 30 de agosto de 2020

Réveillon 2018 em João Pessoa muda trânsito e tem ônibus extras, diz Semob

 

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O trânsito muda na orla do Cabo Branco para o Réveillon 2018 de João Pessoa, a partir da noite do domingo (31).

Também haverá ônibus extras para atender a demanda no fim do evento. A Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de João Pessoa (Semob-JP) divulgou o plano especial de mobilidade nesta sexta-feira (29).

Parte das avenidas Almirante Tamandaré e Cabo Branco, bem como o seu entorno, serão bloqueados ao tráfego de veículos, com exceção de deficientes físicos, assegurando o acesso e o espaço dos pedestres no local do evento. O final da Avenida Epitácio Pessoa, na altura do Busto de Tamandaré, no encontro com a avenida Antônio Lira (Banco do Brasil), terá o tráfego liberado apenas aos veículos de serviços públicos e moradores. Os demais, até que o evento for concluído, serão desviados por rotas alternativas, com orientações dos agentes da Semob, para chegar ao destino desejado. Para o acesso aos bairros de Tambaú e Manaíra, a opção será a avenida Nossa Senhora dos Navegantes. Para o acesso ao bairro do Cabo Branco, a opção será a avenida Antônio Lira. Para o acesso aos bairros do Bessa e Intermares, a opção será a avenida Ruy Carneiro e a avenida João Maurício. Não haverá interdições no sentido praia-centro, mas, no sentido inverso, a via só será liberada assim que o evento concluir.

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A Semob-JP determinou às empresas de transporte coletivo o reforço nos ônibus do Projeto Tetéu, que circulam pelo Terminal de Integração do Varadouro, e das linhas que passam pela orla. As empresas concessionárias também devem disponibilizar 50 ônibus extras após a meia-noite.

O plano de mobilidade prevê 100 agentes da Semob para orientar os condutores de veículos e usuários do transporte público sobre as mudanças do tráfego e indicar as rotas alternativas em função das alterações de circulação do trânsito próximo ao evento.

Transporte público

A partir das 16h, a linha 507 vai circular pela Rua Amaro Bezerra, Odilon Coutinho e Avenida Cabo Branco. Após 22h passará a trafegar pelas ruas Amaro Bezerra, Cairu, acesso ao Altiplano, João Cirilo – retornando pela Rua da Barreira e Marcionila da Conceição. Já as linhas que atendem Manaíra vão circular pela Avenida Epitácio Pessoa, entrando na Nossa Senhora dos Navegantes, Rui Carneiro, seguindo itinerário normal.

Linhas do projeto Tetéu que serão reforçadas:

T002 – Bairro das Indústrias, T004 – Valentina/Paratibe/Mussumago, T007 – Mandacaru, T008 – Cabo Branco, T001 – Grotão, T005 – Mangabeira VII, T006 – Mangabeira, T009 – Tambaú, T011 e T012 – Circulares e T010 – Bessa.

Outras linhas que receberão reforço durante o Réveillon:

204 – Cristo, 513 – Tambaú/Bessa, 5600 – Mangabeira/Shopping, 5603 – Mangabeira VII/Shopping, 5605 – Mangabeira/Shopping, 701 – Alto do Mateus, 116 – Colinas do Sul, 5201 – Colinas do Sul/Epitácio, 3200 – Circular, 505 – Bairro dos Ipês, 302 – Mangabeira Cidade Verde.

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As Circulares 1500 e 5100 vão circular até a orla. Já a linha 5100 passará pelo TIV a partir da meia-noite de 1º de janeiro.

Nossa Língua - Códigos, Linguagens e suas Tecnologias (12)

 Estudo do sujeito:

Posições do sujeito na oração - na oração, os termos possuem uma sequência natural, uma ordem direta. No entanto, a língua oferece a possibilidade de alguns termos aparecerem em outra sequência, em ordem inversa.

Por exemplo, o sujeito pode aparecer em três posições na oração:

antes do predicado - ordem direta

depois do predicado ou no meio do predicado - ordem inversa

Núcleo do sujeito - o núcleo de qualquer termo é sempre sua palavra principal. No caso do sujeito é a palavra que está diretamente relacionada ao conteúdo do predicado, mais especificamente ao verbo. 

Como o sujeito representa um ser sobre o qual se diz algo, o núcleo do sujeito é sempre um substantivo, um pronome substantivo, um numeral substantivo, uma palavra substantivada ou uma oração subordinada substantiva subjetiva.

Tipos de sujeito:

Sujeito determinado - quando é possível identificar o termo (palavra ou expressão) que o representa. Pode ser:

Simples - quando possui apenas um núcleo

Composto - quando possui dois ou mais núcleos

Oculto - quando não está expresso, mas pode ser identificado pela desinência verbal. Também é chamado de sujeito elíptico, implícito, desinencial, deverbal ou subentendido

Sujeito indeterminado - sua existência é evidente, mas não há nenhum termo que o represente. O falante indetermina o sujeito por desconhecê-lo ou por não querer determiná-lo. Então, a língua oferece três recursos para indeterminá-lo:

colocar o verbo na 3ª pessoa do plural, sem referência

Observação: Nesse caso, não cabe o pronome eles, que somente será o sujeito se estiver explícito na própria oração ou em orações anteriores.

colocar o verbo (transitivo indireto, intransitivo, de ligação ou transitivo direto, desde que o objeto direto venha preposicionado) na 3ª pessoa do singular e adicionar o pronome se

Observação: O pronome se que acompanha o verbo para indeterminar o sujeito atua como índice de indeterminação do sujeito, também chamado de pronome indeterminador do sujeito

colocar o verbo no infinitivo impessoal

Sujeito inexistente - apesar de o sujeito ser um termo essencial, há casos em que a oração é formada somente de predicado. Isso ocorre com os verbos impessoais (não possuem sujeito, ou seja, não são conjugados). Também pode ser chamado de oração sem sujeito.

verbos que expressam fenômenos da natureza, desde que usados em sentido literal

Observação: Quando usados em sentido figurado, esses verbos podem ter sujeito.

verbo haver, significando existir, acontecer ou realizar-se

verbos haver e fazer, indicando tempo decorrido

verbos fazer, estar e ser, na indicação de temperatura, fenômeno meteorológico, hora, data ou distância, inclusive quantidade (peso, medida, preço, tempo ou valor).

Observação: Apenas o verbo ser pode aparecer na 3ª pessoa do plural, concordando com o predicativo. Os demais verbos impessoais aparecem sempre na 3ª pessoa do singular, independentemente de o restante da frase estar no singular ou no plural, transmitindo sua impessoalidade para o verbo auxiliar da locução verbal ou do tempo composto.

Uma parte da história contada em fotos: O que havia antes do Terminal de Integração do Varadouro / Reforma no Terminal de Integração de João Pessoa agrada aos usuários

 Em abril de 2005, era inaugurado um marco para a história dos transportes em João Pessoa, o Terminal de Integração do Varadouro, antigo Terminal Urbano. Mas o que existia antes da “integração”?


Nos anos 80, uma área foi reservada com 5 pistas foi reservada como parada para as linhas municipais de João Pessoa e linhas intermunicipais da região metropolitana da capital paraibana, como as linhas vindas de Cabedelo até então operada pela Roger.  À época, a pista da hoje plataforma 1 era ocupada pelos ônibus do corredor 1; a 2, do meio, pelos veículos dos corredores 4 e 5 além das linhas 2300 e 3200, e a 3, em frente à rodoviária, pelos carros dos corredores 3, 2 e outra parte do corredor 5, além dos ônibus de Cabedelo.

Com o passar dos anos, a área passou a ser completamente ocupada por barracas e fiteiros, além de ser um ponto potencialmente perigoso, já que com a quantidade de esconderijos, era muito comum “trombadinhas” se esconderem ali. Assaltos costumavam ser frequentes na área. 


Nas fotos do acervo do portal, podemos relembrar momentos pré-integração com imagens de ônibus de algumas empresas que nem existem mais como a Transurb que foi comprada pelo grupo A. Cândido e se tornou a Viação São Jorge; A Roger que vendeu suas linhas também para o grupo A. Cândido, colocando a Reunidas em seu lugar e a Boa Vista que encerrou atividades e teve suas linhas assumidas pela Transnacional e São Jorge. A Roger atualmente opera no turismo e fretamento, com o nome de Rogetur.


Nas fotos, a única que ainda existe é a Mandacaruense. Podemos ver também dois Torinos, um LN e um GV da Transnacional e no canto, um Senior GV executivo da Santa Rita.

Os usuários do transporte coletivo da Capital estão usufruindo das diversas melhorias realizadas pela Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP) no Terminal de Integração do Varadouro (TIV), por meio da Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana (Semob-JP), após 90 dias de obras e 500 mil reais de investimentos.


As obras abrangeram toda a estrutura do TIV, desde o piso das plataformas, coberturas, rampas, sinalização, totens indicativos de linhas, banheiros e internet aberta (wifi) grátis, oferecendo mais conforto e acessibilidade para os usuários que aguardam o ônibus nos pontos de embarque e desembarque.


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A identificação de onde o ônibus vai parar ficou bem mais fácil com as novas placas indicativas de linhas fixadas nos totens em cada plataforma, permitindo ao usuário aguardar no local correto.


Toda a cobertura das plataformas foi substituída, proporcionando mais proteção, tanto do sol quanto da chuva, aos que aguardam o ônibus nos pontos de embarque e desembarque do Terminal de Integração do Varadouro.


A Semob-JP, em parceria com a Agência Nacional de Inclusão Digital (ANID), disponibilizou internet móvel (wifi) grátis para os usuários do TIV.


Para utilizá-la basta fazer o cadastro no seu próprio celular e navegar à vontade enquanto espera a chegada do seu ônibus. A internet grátis pode ser utilizada para saber o tempo de espera do ônibus por meio do aplicativo JampaBus, da Semob-JP.


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Toda a sinalização vertical e horizontal foi plenamente revitalizada, oferecendo mais segurança para usuários e operadores do sistema de transporte coletivo de João Pessoa.


Para o superintendente da Semob-JP, Carlos Batinga, a reforma neste equipamento tão importante para a população, faz parte da política de investimento da PMJP no bem-estar das pessoas.


“Sabemos da importância e da utilidade do terminal para os usuários, por isso investimos na sua melhoria para o conforto dos quase trezentos mil usuários que diariamente passam por lá, pois essa é a política da Prefeitura de João Pessoa”, disse.


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Francisco Elias do Nascimento, eletricista residencial, residente no Alto do Mateus, disse que aprovou as reformas no terminal.


“Eu passo por aqui quase todo dia e achei que melhorou muito, principalmente nos banheiros que estão bem mais limpos, muito bom”, falou.


A estudante Natália Leal Dias de Oliveira, que mora em Mangabeira, falou que gostou das melhorias.


“Gostei da reforma, porque antes não estava assim, agora tá melhor. A internet ajuda a passar o tempo enquanto o ônibus chega”, disse.

Integração de JP ganha telão com horários das linhas

Usuários podem consultar informações sobre o tempo que cada veículo (linha/número do ônibus) vai demorar parar chegar até o terminal

O Terminal de Integração do Varadouro (TIV) em João Pessoa está ganhando telões de cristal líquido (LCD) com 49 polegadas. Serão sete painéis informativos instalados acima da cabine de informações e pelas três plataformas. Em 2012, foram instalados 7 telões no Terminal de Integração do Bessa, quando foi inaugurado.



De acordo com a Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana (Semob-JP), os usuários poderão consultar as informações sobre o tempo que cada veículo (linha/número do ônibus) vai demorar parar chegar até o terminal.


Os novos equipamentos são instalados pelo Sindicato das Empresas de Transporte Coletivos Urbanos de João Pessoa (Sintur-JP). “Essa é uma demanda da população e da própria Semob ao Sintur para trazer mais informação e eficiência aos usuários do sistema”, disse a Semob.


Conforme a Semob, há apenas um equipamento instalado porque o sistema está em fase de testes que deve durar um mês.


Ainda de acordo com a Semob, os terminais do Valentina, Bessa e Metropolitano também terão telões do mesmo tipo já a partir da inauguração.

sábado, 29 de agosto de 2020

Nossa Língua - Códigos, Linguagens e suas Tecnologias (11)

 Frase, oração e período:

Frase - é um conjunto organizado de palavras que expressa um sentido, capaz de estabelecer comunicação. O conjunto de palavras que a forma varia de muito simples ou simples a complexo.

Observação: O sentido da frase depende do contexto. As frases muito simples possuem sentido extremamente ligado à situação em que são proferidas, por isso são denominadas frases situacionais. São exemplos típicos de frase situacional as interjeições e locuções interjetivas.

Na escrita, a entonação da voz é representada pela pontuação.

Na fala, além das palavras, existem outros recursos como os gestos, a expressão facial e a entonação.

Existem alguns tipos de frases na língua portuguesa, cuja entonação é relacionada ao sentido que expressam.

Declarativas - expressam informação. Podem ser afirmativas ou negativas

Interrogativas - expressam pergunta. Pode ser direta ou indireta

Exclamativas - expressam admiração, indignação, surpresa, espanto

Imperativas - expressam ordem, pedido, súplica, conselho, convite

Optativas - expressam desejo, vontade

Imprecativas - expressam ofensa, insulto

Outras se distinguem pela presença ou ausência do verbo

Nominais - são as frases construídas sem verbo

Verbais - são as frases construídas com verbo ou locução verbal

Oração - é uma estrutura elaborada em torno de um verbo ou locução verbal

Distinção entre frase e oração:

Quando um enunciado tem sentido, mas não tem verbo, é uma frase nominal. Por isso, nem toda frase é uma oração.

Quando a oração é apenas uma parte da frase, não equivale a uma frase. Por isso, nem toda oração é uma frase.

Frase e oração são estruturas equivalentes quando possuem a mesma extensão.

Período - é o conjunto de uma ou mais orações

O período se classifica em simples ou composto.

Simples - é aquele formado por apenas uma oração, chamada de oração absoluta. Sempre termina em ponto final, ponto de interrogação, ponto de exclamação, reticências e, eventualmente, dois-pontos, mas nunca por vírgula ou ponto e vírgula

Composto - é aquele formado por duas ou mais orações

Estudar o período simples consiste em analisar os termos que formam uma oração. Os termos essenciais da oração são o sujeito e o predicado.

Sujeito - é o termo que representa o ser sobre o qual se diz alguma coisa

Predicado - é o termo que contém o verbo e representa aquilo que se diz do sujeito

Observações:

1) Os demais termos da oração, integrantes e acessórios (desconsiderando-se o vocativo, que é um termo independente), encontram-se dentro dos termos essenciais.

2) O verbo pertence sempre ao predicado e, como não existe oração sem verbo ou locução verbal, não existe oração sem predicado.

Nossa Língua - Códigos, Linguagens e suas Tecnologias (10)

 Interjeição:

Conceito - é a palavra que expressa emoções, sensações e estados de espírito

Como tem sentido completo, costuma ser denominada palavra-frase. Por ser ligada à situação em que ocorre, seu significado depende do momento em que é expressa e da entonação de voz do emissor. 

Por se tratar de uma frase situacional, uma mesma interjeição pode expressar sentimentos diferentes ou diferentes interjeições podem expressar sentimentos semelhantes.

Locução interjetiva - é o conjunto de duas ou mais palavras com valor de interjeição

Classificação - as interjeições e locuções interjetivas são classificadas conforme os sentimentos que expressam.

Há ainda as interjeições onomatopaicas, que expressam ruídos e vozes.

Não se deve confundir a interjeição vocativa ó com a interjeição exclamativa oh, que expressa admiração, espanto, dor, alegria etc.

Palavras de outras classes gramaticais, como substantivos, adjetivos, verbos, pronomes, advérbios, podem aparecer como interjeições por derivação imprópria.

Observação:

Na escrita, a interjeição é seguida de ponto de exclamação. Com essa estrutura linguística tipicamente frasal, para a maioria dos gramáticos, seria mais coerente considerá-la como uma estrutura à parte.

Palavras denotativas:

Conceito - são aquelas que, apesar de se assemelharem a advérbios, não pertencem a nenhuma classe gramatical, formando uma classificação independente. Sua classificação é feita de acordo com o sentido que elas expressam ou denotam.

adição - ainda, além disso

afastamento - embora

afetividade - ainda bem, felizmente, infelizmente

designação - eis, vede, aqui está

exclusão - apenas, só, somente, menos, salvo, senão, tirante, fora, sequer, exceto

explicação - isto é, ou seja, a saber, por exemplo

inclusão - inclusive, até, mesmo, também, ainda

limitação - apenas, só, somente, unicamente

realce ou expletiva - cá, lá, não, é que

retificação - aliás, digo, ou melhor, ou antes

situação - mas, então, agora, afinal

terça-feira, 25 de agosto de 2020

Nossa Língua - Códigos, Linguagens e suas Tecnologias (9)

 Conjunção:

Conceito - é a palavra que liga orações ou termos de mesma função sintática, estabelecendo relações entre elas, que podem ser de causa, tempo, condição, consequência, finalidade, adição, oposição etc.

Locução conjuntiva - duas ou mais palavras com valor de conjunção. São elas: visto que, desde que, ainda que, à medida que, logo que, a fim de que, de modo que, etc.

Classificação das conjunções - ligam orações coordenando ou subordinando umas às outras, podendo ser coordenativas ou subordinativas

Conjunções coordenativas - ligam termos semelhantes de uma mesma oração e duas orações coordenadas. Essas orações são independentes porque nenhuma é exigida por um termo da oração podendo, sozinha, cada uma formar uma frase.

As conjunções coordenativas são nomeadas de acordo com o sentido que estabelecem entre as orações que se ligam.

Aditivas - sentido de adição, soma: e, nem (= e não), mas também, mas ainda, como também, senão também (depois de não só)

Adversativas - sentido de adversidade, oposição, contraste, mudança na direção argumentativa: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não obstante, senão (= mas sim)

Alternativas - sentido de alternância ou exclusão: ou, ou... ou, ora... ora, já... já, seja... seja, quer... quer, talvez... talvez

Explicativas - sentido de explicação: que, porque, porquanto, pois (antes do verbo)

Conclusivas - sentido de conclusão: logo, portanto, assim, então, por isso, por conseguinte, pois (depois do verbo), destarte, dessarte

Conjunções subordinativas - ligam duas orações, uma dependente da outra. A primeira precisa da segunda para completar seu sentido, ou seja, uma oração subordinada. A oração que tem uma subordinada a ela é denominada oração principal. Essas iniciam orações adverbiais e orações substantivas, diferentemente dos pronomes relativos, que iniciam orações adjetivas. Elas são nomeadas de acordo com as circunstâncias que expressam (adverbiais) ou com a função que exercem (substantivas)

Temporais - iniciam orações adverbiais que expressam tempo: quando, enquanto, logo que, assim que, sempre que, depois que, antes que, até que, desde que, toda vez que, apenas, mal

Causais - iniciam orações adverbiais que expressam causa: porque, porquanto, como (= porque), já que, visto que, uma vez que, na medida em que. Repare que 'como' causal só se usa no início da oração

Condicionais - iniciam orações adverbiais que expressam condição: se, caso, desde que, contanto que, exceto se, salvo se, a menos que, a não ser que, sem que, uma vez que (com o verbo no subjuntivo)

Proporcionais - iniciam orações adverbiais que expressam proporção: à medida que, à proporção que, ao passo que, quanto mais... mais, quanto menos... menos

Finais - iniciam orações adverbiais que expressam finalidade: a fim de que, para que, que, porque (= para que)

Consecutivas - iniciam orações adverbiais que expressam consequência: que (precedida de tal, tão, tanto ou tamanho), de forma que, de modo que, de sorte que, de maneira que

Concessivas - iniciam orações adverbiais que expressam concessão: embora, conquanto, ainda que, mesmo que, apesar de que, se bem que, posto que, por mais que, por menos que, por muito que, por pouco que, por melhor que, por pior que, nem que etc.

Comparativas - iniciam orações adverbiais que expressam comparação: como, bem como, assim como, mais/menos... (do) que, tão/tanto... quanto/como, tal qual

Conformativas - iniciam orações adverbiais que expressam conformidade: conforme, como, segundo, consoante, de acordo com

Integrantes - iniciam orações substantivas que representam sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, predicativo, aposto ou agente da passiva: que (certeza) e se (dúvida)

Observação: 

Uma mesma conjunção ou locução conjuntiva pode iniciar orações que expressam sentidos diferentes. Por isso, o estudo das conjunções deve ser direcionado para o sentido nas quais estão empregados na frase, não à simples memorização classificatória. 

sábado, 22 de agosto de 2020

Nossa Língua - Códigos, Linguagens e suas Tecnologias (8)

Preposição:

Conceito - palavra que liga dois termos de uma oração, estabelecendo relações semânticas entre eles

Termo subordinante e termo subordinado:

Quando dois termos são ligados por uma preposição, um deles torna-se dependente do outro, sendo subordinado a ele. Nessa relação, são estabelecidas, também, relações de significado entre os termos. Uma mesma preposição pode estabelecer diferentes relações de sentido. As mais comuns são: assunto, autoria, causa, companhia, conteúdo, destino, distância, especialidade, finalidade, instrumento, lugar, matéria, meio, modo, oposição, origem, posse, preço e tempo.

Classificação das preposições - estas se classificam em essenciais, acidentais e locuções prepositivas.

Essenciais - são as preposições propriamente ditas: a, ante, até, após, com, contra, de, desde, em, entre, para, per, perante, por, sem, sob, sobre, trás. Regem a forma oblíqua tônica dos pronomes pessoais: Falei sobre ti.

Acidentais - são palavras de outras classes gramaticais que, eventualmente, podem funcionar como preposições, sendo resultantes de uma derivação imprópria: afora, como, conforme, consoante, durante, exceto, feito, fora, mediante, menos, não obstante, salvo, segundo, senão, tirante, visto. Regem a forma reta desses mesmos pronomes: Todos, exceto eu, vieram.

Locuções prepositivas - são duas ou mais palavras que têm o valor de uma preposição. A última palavra é sempre uma preposição, o que não ocorre com a locução adverbial. É formada por uma preposição (de, com ou a), após um advérbio ou uma locução adverbial.

As preposições a, de, em e por, nas frases, podem se unir a palavras de outras classes gramaticais, como artigos, pronomes e advérbios, formando com elas uma só palavra. Essa união ocorre através de três processos - combinação, contração e crase:

Combinação - na união, a preposição não sofre perda de fonema. Ocorre somente em dois casos: a preposição a + o artigo definido o = ao e a preposição a + o advérbio onde = aonde.

Contração - na união, a preposição sofre perda de fonema. Ocorre com as preposições a, de, em e por em diversas situações:

de + artigos: o, a = do, da / um, uma = dum, duma
de + pronome pessoal: ele, ela = dele, dela
de + pronomes demonstrativos: este, esse = deste, desse / esta, essa = desta, dessa / aquele, aquela = daquele, daquela / isto, isso, aquilo = disto, disso, daquilo
de + pronome indefinido: outro, outra = doutro, doutra
de + advérbios: aqui, aí, ali = daqui, dalí, dali
em + artigos: o, a = no, na / um, uma = num, numa
em + pronome pessoal: ele, ela = nele, nela
em + pronomes demonstrativos: este, esta = neste, nesta / esse, essa = nesse, nessa / aquele, aquela = naquele, naquela / isto, isso, aquilo = nisto, nisso, naquilo
em + pronome indefinido: outro, outra = doutro, doutra
por + artigos: o, a = pelo, pela
a + artigo definido feminino: à
a + pronomes demonstrativos: aquele, aquela, aquilo = àquele, àquela, àquilo

Observação: O a pode ser - artigo definido, preposição, pronome pessoal oblíquo ou pronome demonstrativo, dependendo do contexto

Crase - é a fusão de duas vogais idênticas, dois sons vocálicos iguais que se juntam formando um só. Na escrita, cada um desses sons pode ter sua letra correspondente ou ambos os sons podem ser representados por apenas uma letra. É um caso especial de contração.

Os casos típicos são as contrações da preposição a com o artigo a. De forma geral, esse tipo ocorre quando o termo regente (verbo ou nome - substantivo, adjetivo ou advérbio) exige a preposição a e o termo regido é uma palavra feminina que admite artigo definido. Na escrita, essa é indicada pelo acento grave.

Casos em que ocorre crase:

1 - Antes de palavra feminina que admite artigo

Às vezes, pode ser difícil identificar se a palavra admite ou não o artigo, principalmente quando se trata de nomes próprios. No caso de nomes de lugar, empregados com o verbo ir, uma forma prática de identificar a presença do artigo é construir a frase com os verbos voltar ou estar.

Observação: Se o lugar estiver qualificado com um adjetivo ou locução adjetiva, a crase ocorrerá obrigatoriamente.

2 - Com os pronomes demonstrativos iniciados com a vogal a: aquele, aquela, aqueles, aquelas e aquilo

3 - Com os pronomes demonstrativos a e as (abreviação de aquela e aquelas)

4 - Antes dos pronomes relativos a qual e as quais

5 - Na indicação de horas, desde que exatas, e com os numerais ordinais femininos

Observação: Em se tratando de hora aproximada, ou na indicação de datas, não há crase. Nas construções 'da página 20 à 26' e 'da sala 13 à 18', as palavras 'página' e 'sala' estão implícitas, logo, a crase é de rigor.

6 - Nas locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas formadas por palavras femininas

Observações:

1) Nos adjuntos adverbiais de meio ou instrumento, o acento só ocorrerá se houver ambiguidade na frase.
2) Na locução prepositiva feminina 'à moda de', o termo 'moda de' pode ficar subentendido, mantendo-se a crase.

Casos em que não ocorre a crase:

1 - Antes de palavras masculinas

Observação: Antes de palavra masculina, a crase só aparece quando a locução prepositiva 'à moda de' estiver subentendida

2 - Antes de verbo no infinitivo

3 - Antes de artigo indefinido

4 - Antes de numeral cardinal, exceto na indicação de horas e nos numerais ordinais femininos

5 - Antes de pronomes pessoais, de tratamento, demonstrativos, indefinidos, interrogativos e relativos

Observação: No entanto, excetuam-se os pronomes demonstrativos mesma e própria, os indefinidos outra, tal e demais e os pronomes de tratamento senhora, senhorita, dona e madame, porque admitem artigo.

6 - Com um A no singular seguido de uma palavra no plural, tomada em sentido genérico

Observação: Quando esta for tomada em sentido específico, passará a ser precedida do artigo AS e admitirá a crase.

7 - Antes das palavras casa, no sentido de moradia, e terra, no sentido de chão firme

Observação: Acompanhadas de adjunto adnominal, essas admitem crase ou se Terra significar o planeta.

8 - Nas expressões formadas por palavras repetidas, com valor adverbial

Observação: Ocorre crase nas expressões 'é preciso declarar guerra à guerra' e 'é preciso dar mais vida à vida', por se tratar de objeto direto seguido de objeto indireto, não de uma locução adverbial.

9 - Na expressão a distância, quando indeterminada, formando locução adverbial

Observação: Quando especificada, na formação de locução prepositiva, ocorre a crase.

10 - Antes da expressão Nossa Senhora e de nomes de santas, com exceção de Virgem Maria

Casos em que a crase é facultativa:

1 - Antes de nomes próprios femininos

Observações:

1) Quando o nome próprio estiver adjetivado, a crase será obrigatória.
2) Em referência a pessoas com quem não se tem intimidade, a crase é proibida, exceto se este nome estiver determinado.

2 - Antes de pronomes possessivos femininos no singular, desde que sejam pronomes adjetivos

Observações:

1) Com pronomes possessivos substantivos, a crase é de rigor.
2) Com pronomes possessivos no plural, a crase é obrigatória ou proibida.
3) Com pronomes possessivos indicativos de nomes de parentesco, a crase é desnecessária, exceto em casos de familiaridade.

3 - Depois da preposição até

Observação:

1) Quando o até funciona como palavra denotativa de inclusão, sinônima de inclusive, não possui a variante até a.

quarta-feira, 19 de agosto de 2020

Nossa Língua - Códigos, Linguagens e suas Tecnologias (7)

 Advérbio:

Conceito - é a palavra que modifica, principalmente, o verbo, indicando a circunstância em que ocorre a ação expressa por ele

Porém, há casos em que o advérbio não se refere a um verbo

1 - advérbio referindo se a um adjetivo ou a outro advérbio, intensificando a característica do ser ou seu sentido

2 - advérbio referindo-se a uma oração inteira, expressando o parecer de quem fala sobre o conteúdo da oração

Locução adverbial - é o conjunto de duas ou mais palavras que têm valor de advérbio. Algumas locuções adverbiais possuem advérbios correspondentes: com certeza (certamente), de repente (repentinamente), às pressas (apressadamente) etc. Outras não possuem essa correspondência, mas não deixam de ser classificadas como locuções adverbiais.

Classificação dos advérbios - depende da circunstância que é expressa:

Tempo:

advérbios - ontem, hoje, amanhã, anteontem, cedo, tarde, antes, depois, logo, agora, já, jamais, nunca, sempre, outrora, ainda, antigamente, brevemente, novamente, atualmente, enfim etc.

locuções adverbiais - de manhã, à tarde, à noite, de dia, em breve, de repente, às vezes, de vez em quando, hoje em dia etc.

Lugar:

advérbios - aqui, ali, aí, lá, cá, acolá, perto, longe, atrás, além, aquém, acima, abaixo, adiante, dentro, fora, defronte, detrás, onde, algures (em algum lugar), alhures (em outro lugar), nenhures (em nenhum lugar) etc.

locuções adverbiais - à direita, à esquerda, ao lado, a distância, de dentro, de cima, em cima, por ali, por aqui, por perto, por dentro, por fora etc.

Modo:

advérbios - bem, mal, assim, melhor, pior, depressa, devagar, calmamente, rapidamente, lentamente (e quase todos os advérbios terminados em mente) etc.

locuções adverbiais - à toa, ao léu, às pressas, às claras, em vão, em geral, gota a gota, passo a passo, frente a frente, por acaso, de cor, em silêncio, de mansinho, sem medo, ao vivo etc.

Afirmação:

advérbios - sim, deveras, certamente, realmente, efetivamente, seguramente etc.

locuções adverbiais - com certeza, sem dúvida, de fato, na verdade, com efeito

Negação:

advérbios - não, absolutamente, tampouco, nem, nunca, jamais

locuções adverbiais - de modo algum, de jeito nenhum, em hipótese alguma

Dúvida:

advérbios - talvez, acaso, quiçá, porventura, provavelmente, possivelmente, eventualmente etc.

locuções adverbiais - quem sabe, por certo

Intensidade:

advérbios - bem, bastante, assaz, mais, menos, muito, pouco, demais, tão, tanto, quase, quanto, meio etc.

locuções adverbiais - de todo, de pouco, de muito, em excesso, em demasia, por completo, além da conta, à beça etc.

Observação:

Em alguns casos, a distinção entre a circunstância de dúvida e a de afirmação depende exclusivamente do contexto.

Advérbios interrogativos - são aqueles empregados em interrogações diretas e indiretas:

onde - expressa ideia de lugar

como - expressa ideia de modo

quando - expressa ideia de tempo

por que - expressa ideia de causa

quanto - expressa ideia de preço e intensidade

para que - expressa ideia de finalidade

Grau dos advérbios - apesar de serem palavras invariáveis em gênero e número como os nomes, e em pessoa, modo, tempo, voz e aspecto como os verbos, alguns deles, principalmente os de lugar, tempo, modo e intensidade, variam em grau, sendo que os de afirmação, negação e dúvida são invariáveis. Eles possuem os graus comparativo e superlativo, formados por processos semelhantes aos do adjetivo.

O grau comparativo é de três tipos:

igualdade - formado de tão + advérbio + quanto ou como

superioridade - formado de mais + advérbio + que ou do que

inferioridade - formado de menos + advérbio + que ou do que

Para os advérbios bem e mal há, respectivamente, as formas melhor e pior.

O grau superlativo dos advérbios é absoluto e este se classifica em analítico e sintético:

analítico - o advérbio é acompanhado de um advérbio de intensidade

sintético - a este é adicionado o sufixo -íssimo

Observações:

1) Com o sufixo -mente, formam-se advérbios derivados de adjetivos.

2) Para se formar o superlativo sintético dos advérbios terminados em -mente, toma-se a forma feminina do superlativo sintético dos adjetivos e adiciona-se -mente: rapidíssima + mente = rapidissimamente.

3) Para se expressar o limite de possibilidade, coloca-se o mais ou o menos antes do advérbio.

4) Os advérbios empregados com sufixos diminutivos ou a repetição do mesmo, são comuns na linguagem informal e até por escritores renomados.

Adjetivos adverbializados - são os adjetivos empregados com valor de advérbio, ou seja, indicando circunstância. Neste caso, eles se mantêm invariáveis, isto é, em sua forma neutra.

Diante de palavras como muito, bastante, pouco etc., que ora são empregadas como advérbios de intensidade e ora como pronomes indefinidos, é importante ter em mente as diferenças básicas entre essas duas classes gramaticais.

O advérbio se refere a verbo, adjetivo, advérbio ou oração e não admite flexão de gênero nem de número, apenas de grau.

O pronome se refere a substantivo ou a um pronome substantivo e se flexiona em gênero, número e pessoa, com ele concordando.

domingo, 16 de agosto de 2020

Nossa Língua - Códigos, Linguagens e suas Tecnologias (6)

 Verbo:

Conceito - é a palavra que expressa um processo: ação, estado, mudança de estado, fenômeno da natureza, existência, acontecimento, desejo ou atividade mental, incluindo experiência, posse, lugar, opinião, julgamento, ponto de vista ou conveniência.

Estrutura - é constituído das seguintes partes: radical (parte que contém a significação básica), desinência modo-temporal (indica o modo e o tempo) e desinência número-pessoal (indica o número e a pessoa)

Conjugações verbais - são o conjunto das diferentes formas que o verbo adquire pela variação de suas terminações. São três, e essas conjugações são formadas de acordo com a vogal temática que aparece antes da desinência r do infinitivo e com a qual formam as terminações: a (verbos terminados em ar), e (verbos terminados em er) e i (verbos terminados em ir).

Flexão dos verbos - devido às várias indicações que o verbo oferece, ele apresenta o maior número de flexões da língua portuguesa: número, pessoa, tempo, modo, voz e aspecto. As quatro primeiras indicações ocorrem através de dois tipos: uma que indica pessoa e número e outra que indica tempo e modo.

Flexão de pessoa e número - É identificada através dos pronomes, como estas são representadas pelos pronomes pessoais.

Flexão de tempo e modo:

Tempo verbal - é a indicação do momento em que ocorrem as ações, os estados e os fenômenos naturais expressos pelo verbo. É determinado pela relação que se estabelece o momento em que se fala e a ocorrência do fato expresso pelo verbo. São três:

presente - indica que o fato ocorre no momento da fala

pretérito - indica que o fato ocorreu antes do momento da fala

futuro - indica que o fato ocorrerá após o momento da fala

Modo verbal - é a indicação da atitude de quem fala em relação ao fato expresso pelo verbo. São três:

indicativo - indica certeza, convicção

subjuntivo - indica incerteza, dúvida, condição, possibilidade

imperativo - indica ordem, pedido, súplica, convite, recomendação, alerta

Tempos do modo indicativo:

presente - expressa um fato atual

pretérito imperfeito - expressa um fato passado habitual, não concluído

pretérito perfeito - expressa um fato passado concluído

pretérito mais-que-perfeito - expressa um fato passado anterior a outro fato passado

futuro do presente - expressa um fato futuro em relação ao momento presente

futuro do pretérito - expressa um fato futuro em relação a um momento passado

Tempos do modo subjuntivo:

presente - expressa um fato atual, diante de uma possibilidade

pretérito imperfeito - expressa um fato passado dependente de outro fato passado

futuro - expressa um fato futuro relacionado a outro fato

Tipos de imperativo:

afirmativo - as segundas pessoas, do singular e do plural, são formadas a partir do presente do indicativo, sem a letra s; as demais, a partir do presente do subjuntivo. A exceção é o verbo ser, que faz: sê tu e sede vós

negativo - é formado diretamente do presente do subjuntivo, sem alterações

Os verbos dizer, fazer e trazer admitem duas formas para o imperativo afirmativo na 2ª pessoa do singular: dize / diz, faze / faz, traze / traz. Isso se explica pelo fato de as formas oficiais estarem em desuso no Brasil.

Formas nominais do verbo - são aquelas cujas terminações não apresentam flexões de tempo e modo, perdendo algumas das principais características dos verbos, com exceção do infinitivo pessoal, que possui indicações de pessoa e número. São denominadas nominais que porque podem ser empregadas também como nomes: substantivo, adjetivo e advérbio

Tempos compostos - são os tempos representados por mais de um verbo. O tempo composto é formado de um verbo flexionado em pessoa, número, tempo e modo, seguido de outro no particípio. O flexionado é denominado verbo auxiliar e o que se encontra no particípio, verbo principal.

Modo indicativo:

Pretérito perfeito composto - presente do verbo auxiliar ter ou haver + particípio do verbo principal

Pretérito mais-que-perfeito composto - pretérito imperfeito do verbo auxiliar ter ou haver + particípio do verbo principal

Futuro do presente composto - futuro do presente do verbo auxiliar ter ou haver + particípio do verbo principal

Futuro do pretérito composto - futuro do pretérito do verbo auxiliar ter ou haver + particípio do verbo principal

Modo subjuntivo:

Pretérito perfeito - presente do verbo auxiliar ter ou haver + particípio do verbo principal

Pretérito mais-que-perfeito - pretérito imperfeito do verbo auxiliar ter ou haver + particípio do verbo principal

Futuro - futuro do verbo auxiliar ter ou haver + particípio do verbo principal

Formas nominais:

Infinitivo impessoal - infinitivo impessoal do verbo auxiliar ter ou haver + particípio do verbo principal

Infinitivo pessoal - infinitivo pessoal do verbo auxiliar ter ou haver + particípio do verbo principal

Gerúndio - gerúndio do verbo auxiliar ter ou haver + particípio do verbo principal

Não há tempo composto relativo ao presente nem ao pretérito imperfeito do indicativo. Eles são usados para formar, respectivamente, o pretérito perfeito e o mais-que-perfeito compostos. Também não há tempo composto relativo ao modo imperativo nem ao particípio.

Flexão de voz - é a indicação de como o sujeito atua em alguns tipos de ações que são expressas pelo verbo. São três as vozes verbais:

ativa - o sujeito é agente da ação verbal, ele pratica a ação, é seu executor

passiva - o sujeito é paciente da ação verbal, ele sofre a ação, é seu alvo

reflexiva - o sujeito é agente e paciente da ação verbal, ou seja, ele pratica e recebe a ação ao mesmo tempo. Pode indicar reciprocidade, neste caso, é chamada de recíproca

Locução verbal - é uma forma representada por mais de um verbo. O último verbo da locução verbal, o verbo principal, aparece em uma forma nominal, que pode ser infinitivo, gerúndio ou particípio. O verbo auxiliar pode ser qualquer um.

A sílaba tônica, ou apenas sua vogal, pode-se encontrar no radical ou na desinência do verbo. Dependendo de onde se encontra, a forma verbal será rizotônica (aquela cuja sílaba tônica ou vogal se encontra no radical) ou arrizotônica (aquela cuja sílaba tônica ou vogal se encontra na desinência)

São rizotônicas as seguintes formas verbais - eu, tu, ele e eles do presente do indicativo, eu, tu, ele e eles do presente do subjuntivo e as correspondentes do imperativo. São arrizotônicas as demais formas verbais.

Formação dos tempos verbais:

São primitivos os tempos verbais que dão origem a outros tempos e formas nominais.

São derivados os tempos e formas nominais que se originam desses dois tempos e dessa forma nominal.

Tempos primitivos - presente do indicativo, pretérito perfeito do indicativo e infinitivo impessoal

Derivados do presente do indicativo - presente do subjuntivo, imperativo afirmativo e negativo

Derivados do pretérito perfeito do indicativo - pretérito mais-que-perfeito do indicativo, imperfeito do subjuntivo e futuro do subjuntivo

Derivados do infinitivo impessoal - pretérito imperfeito do indicativo, futuro do presente do indicativo, futuro do pretérito do indicativo, infinitivo pessoal, gerúndio e particípio

Os verbos se classificam em:

verbos regulares - flexionam-se de acordo com o modelo de conjugação, conservam seu radical em todas as formas

Verbos que merecem destaque:

mobiliar - diferentemente da maioria dos verbos terminados em -iliar, cuja sílaba tônica é o li (auxiliar, conciliar, reconciliar, filiar, retaliar etc.), o verbo mobiliar tem o bi como sílaba tônica nas formas rizotônicas

aguar, enxaguar, desaguar, minguar, averiguar, apaziguar, minguar, obliquar - apresentam duas pronúncias nas formas rizotônicas

optar e obstar - pronuncie adequadamente algumas formas destes verbos

Verbos que apresentam alterações na escrita para manter a pronúncia padrão:

agir - antes das vogais a e o, a letra g é substituída por j

tocar - antes da vogal e, a letra c é substituída pelo dígrafo qu

pegar - antes da vogal e, a letra g é substituída pelo dígrafo qu

erguer - antes das vogais a e o, o dígrafo qu é substituído pela letra g

crescer - antes das vogais a e o, a letra c é substituída pela letra ç

caçar - antes da vogal e, a letra ç é substituída pela letra c

verbos irregulares - em algum tempo ou pessoa, sofrem alterações no radical, na desinência ou em ambos, afastando-se do modelo de conjugação

Verbos irregulares da 1ª conjugação:

dar - por ele se conjugam desdar e redar. Circundar e vedar não se conjugam como dar.

estar - por ele se conjuga sobrestar, mas não constar, obstar e sustar, que são regulares.

Verbos terminados em EAR e IAR:

nomear - nesses verbos é adicionado um I após o E nas formas rizotônicas. Por ele se conjugam todos os verbos terminados em iar.

odiar - nesses verbos é adicionado um E antes do I nas formas rizotônicas. Por ele se conjugam: mediar, ansiar, remediar, intermediar e incendiar. Os demais são regulares: anunciar, copiar, denunciar, renunciar etc. 

Observação: 

Os verbos terminados em iar, derivados de substantivos paroxítonos terminados em io ou ia, admitem duas formas: comercio / comerceio, comercias / comerceias, comercia / comerceia, comerciam / comerceiam; presencio / presenceio, presencias / presenceias, presencia / presenceia, presenciam / presenceiam; licencio / licenceio, licencias / licenceias, licencia / licenceia, licenciam / licenceiam.

Verbos irregulares da 2ª conjugação:

ter - o acento circunflexo na 3ª pessoa do plural (eles têm) diferencia da 3ª pessoa do singular (ele tem). Por ele se conjugam seus derivados: manter, conter, deter, reter, entreter, obter, abster, ater, suster. Neles, a diferenciação pelo acento gráfico ocorre tamém pelo acento agudo: ele retém / eles retêm.

caber - não admite imperativo, em seu sentido próprio.

crer - por ele se conjuga seu derivado descrer e os verbos ler e reler.

dizer - por ele se conjugam seus derivados bendizer, desdizer, contradizer, maldizer etc.

fazer - por ele se conjugam seus derivados perfazer, desfazer, refazer, satisfazer, liquefazer, rarefazer etc.

pôr - por ele se conjugam seus derivados: antepor, compor, contrapor, depor, decompor, dispor, expor, impor, indispor, justapor, opor, pospor, predispor, pressupor, propor, recompor, repor, sobrepor, supor e transpor. O verbo pôr possui um acento circunflexo para distinguir da preposição por, mas essa distinção não se aplica aos seus derivados.

ver - por ele se conjugam seus derivados: prever, antever, rever, entrever e telever, mas não precaver, que não deriva dele, nem prover.

querer - os verbos bem-querer e malquerer apresentam os particípios irregulares benquisto e malquisto.

requerer - conjuga-se como querer no presente do indicativo, no pretérito imperfeito, no futuro do presente, no futuro do pretérito, no presente do subjuntivo, no imperativo afirmativo e no imperativo negativo, com exceção da 1ª pessoa do singular do presente do indicativo (requeiro). Nos demais tempos, segue a conjugação de vender

Verbos que merecem destaque:

escrever - assim como seus derivados: descrever, inscrever, prescrever, proscrever, reescrever, sobrescrever, subscrever, transcrever - são irregulares apenas no particípio: escrito, descrito, inscrito, prescrito, proscrito, reescrito, sobrescrito, subscrito, transcrito.

moer - é irregular somente na 2ª e 3ª pessoas do singular do presente do indicativo e na 2ª pessoa do singular do imperativo afirmativo. Por ele se conjugam: remoer, doer, roer, corroer, doer-se e corroer-se.

perder e valer - são irregulares na 1ª pessoa do singular do presente do indicativo e, consequentemente, no presente do subjuntivo e no imperativo. Nos demais tempos, comportam-se como verbos regulares da 2ª conjugação.

Verbos irregulares da 3ª conjugação:

ferir - por ele se conjugam: aderir, advertir, aferir, assentir, auferir, compelir, competir, conferir, conseguir, consentir, convergir, deferir, desferir, desmentir, despir, diferir, digerir, discernir, divergir, divertir, dissentir, expelir, gerir, impelir, ingerir, inserir, interferir, mentir, perseguir, preferir, pressentir, preterir, proferir, prosseguir, referir, refletir, repelir, repetir, ressentir, revestir, seguir, sentir, servir, sugerir, transferir, vestir.

vir - por ele se conjugam seus derivados: provir, convir, advir, intervir, sobrevir e desavir-se (desentender-se).

atribuir - é irregular na 2ª e 3ª pessoas do singular do presente do indicativo e na 2ª pessoa do singular do imperativo afirmativo. Por ele se conjugam os demais verbos terminados em uir: possuir, concluir, contribuir, constituir, excluir, incluir, instruir, instituir, substituir, destituir, restituir, retribuir, evoluir, diluir etc. Excetuam-se os verbos destruir, construir e reconstruir.

cair - é irregular apenas na 1ª, 2ª e 3ª pessoas do singular do presente do indicativo e, consequentemente, no presente do subjuntivo e no imperativo. Por ele se conjugam os demais verbos terminados em air: abstrair, atrair, contrair, decair, distrair, esvair, extrair, recair, retrair, retrotrair, sair, sobressair, subtrair e trair.

fugir - é irregular apenas na 1ª pessoa do singular do presente do indicativo e, consequentemente, no presente do subjuntivo e no imperativo. Por ele se conjugam: acudir, bulir, consumir, cuspir, entupir, desentupir, sacudir, subir e sumir. Muito usual no meio jurídico, o verbo subsumir se conjuga como consumir. O verbo consumar, muito usual no contexto filosófico e religioso, segue o modelo dos verbos regulares da 1ª conjugação. Os verbos assumir, presumir e resumir, no entanto, são regulares.

rir - é irregular no presente do indicativo e, consequentemente, em seus tempos derivados. Por ele se conjuga o verbo sorrir.

ouvir, pedir e medir - são irregulares no presente do indicativo e, consequentemente, em seus tempos derivados. Por medir se conjuga desmedir. Por pedir se conjugam, embora não sejam derivados destes, despedir, expedir e impedir, e os que destes se formam: desimpedir, reexpedir etc.

verbos anômalos - são aqueles que sofrem profundas alterações no radical, como os verbos ser (originário das formas latinas sedere e esse) e ir (originário das formas ire, vadere e fugere)

verbos defectivos - apresentam conjugação incompleta. Em sua maioria, pertencem à 3ª conjugação, mas alguns pertencem à 1ª ou à 2ª. Dividem-se em dois grupos:

1º grupo - verbos que não apresentam a 1ª pessoa do singular do presente do indicativo e, consequentemente, não possuem o presente do subjuntivo, ''você, nós e vocês'' do imperativo afirmativo e o imperativo negativo. Nos demais tempos e modos, têm conjugação regular. 

Exemplo - colorir:

Presente do indicativo - colores, colore, colorimos, coloris, colorem

Presente do subjuntivo - não existe

Imperativo afirmativo - colore, colori

Imperativo negativo - não existe

Nos demais tempos e formas nominais, comporta-se como um verbo regular da 3ª conjugação: coloriu, coloria, colorira, colorirá, coloriria, colorisse, colorir, colorindo, colorido etc. Seguem esse modelo: abolir, banir, demolir, explodir, extorquir, viger etc.

Para os casos em que há ausência de determinadas formas, deve-se recorrer a verbos sinônimos ou mesmo a locuções verbais. 

2º grupo - verbos que não possuem as formas rizotônicas do presente do indicativo e, consequentemente, não apresentam o presente do subjuntivo, ''tu, você, nós e vocês'' do imperativo afirmativo e o imperativo negativo. Nos demais tempos e modos, têm conjugação regular.

Exemplo - precaver:

Presente do indicativo - precavemos, precaveis

Presente do subjuntivo - não existe

Imperativo afirmativo - precavei

Imperativo negativo - não existe

Nos demais tempos e modos, comporta-se como um verbo regular da 2ª conjugação: precaveu, precavia, precavera, precaverá, precaveria, precavesse, precaver, precavendo, precavido etc. Seguem esse modelo: ressarcir, falir, remir, etc.

O verbo reaver se conjuga como haver, mas somente nas formas em que este apresenta a letra v: reouve, reavia, reouvera, reaverá, reaveria, reouvesse, reouver.

O verbo adequar, apesar de ser defectivo, conjuga-se nas formas arrizotônicas do presente do subjuntivo (adequemos, adequeis), o que permite a conjugação dessas formas do imperativo negativo e da primeira do plural do imperativo afirmativo.

O verbo computar não se conjuga nas três primeiras pessoas do presente do indicativo.

As formas inexistentes do verbo remir são supridas pelas do sinônimo redimir.

verbos abundantes - são aqueles que possuem duas ou mais formas equivalentes: apiedar-se (eu me apiedo ou me apiado). Na quase totalidade, essa abundância se encontra no particípio. Ao lado do particípio regular (com terminação -ado ou -ido), esses verbos também possuem um particípio irregular. Os particípios regulares são usados na voz ativa com os verbos auxiliares ter e haver, enquanto as formas irregulares são usadas na voz passiva com os auxiliares ser, estar e ficar. 

Observações:

1) Há verbos (e seus derivados) que possuem apenas o particípio irregular: abrir, cobrir, dizer, escrever, fazer, pôr, ver, vir - aberto, coberto, dito, escrito, feito, posto, visto e vindo. 

2) Na linguagem coloquial e literária, há uma certa preferência pelos particípios irregulares de alguns verbos, como ganhar, gastar, pagar e pegar - ganho, gasto, pago e pego.

verbos auxiliares - são os verbos que antecedem o verbo principal nas locuções verbais. Enquanto o verbo principal é apresentado em uma de suas formas nominais - infinitivo, gerúndio e particípio -, o auxiliar é flexionado em tempo, modo, número e pessoa. São vários os verbos que podem ser empregados como auxiliares.

verbos pronominais - são os verbos conjugados com pronome oblíquo átono. Esse pronome é parte intrínseca do verbo, e ambos se referem à mesma pessoa do discurso.

Aos verbos que não admitem outro tipo de emprego, dá-se o nome de essencialmente pronominais: queixar-se, zangar-se, arrepender-se, suicidar-se, apiedar-se, abster-se, ater-se, atrever-se, compadecer-se, condoer-se, dignar-se, indignar-se, esvair-se, jactar-se, vangloriar-se, apropriar-se etc.

Aos verbos que podem ou não ser pronominais, dependendo do sentido em que são empregados, dá-se o nome de eventualmente pronominais: enganar-se, debater-se, lembrar-se, esquecer-se, envolver-se, lavar-se, pentear-se, formar-se, dirigir-se etc.

verbos reflexivos - também são conjugados com pronome oblíquo átono, mas o pronome que o acompanha não é parte dele, mas um complemento indicando que a ação praticada pelo sujeito acontece nele mesmo. 

Eis alguns verbos tidos como reflexivos: ferir-se, cortar-se, pentear-se, vestir-se, barbear-se, pintar-se, sentar-se, levantar-se, deitar-se, encostar-se, olhar-se, pôr-se, intrometer-se, preocupar-se, emendar-se etc.

verbos unipessoais - possuem sujeito, mas só admitem uma única pessoa do discurso: a 3ª pessoa do singular e do plural. Expressam ações ou vozes típicas de animais e acontecimento, necessidade ou conveniência (acontecer, ocorrer, suceder, convir, urgir, cumprir, importar, custar, doer, aprazer = sentir prazer, parecer = aparentar, ser - preciso, necessário)

verbos impessoais - não possuem sujeito em nenhuma pessoa do discurso e são conjugados em uma única forma: 3ª pessoa do singular. São os verbos que indicam fenômenos da natureza, o verbo haver no sentido de existir, acontecer e realizar-se, os verbos fazer, estar, ser e passar, no sentido de tempo decorrido ou temperatura, o verbo ser no sentido de hora, data e distância, os verbos bastar e chegar, seguidos da preposição de, indicando suficiência, o verbo 'dar para' da língua popular e usado por escritores renomados, equivalente a 'ser possível' ou 'ser impossível'

sábado, 15 de agosto de 2020

Nossa Língua - Códigos, Linguagens e suas Tecnologias (5)

 Pronome - é a palavra que substitui, retoma ou acompanha o substantivo, indicando-o como pessoa do discurso, situando-o no espaço, no tempo ou no próprio texto.

Dependendo da relação que existe entre os seres e as pessoas do discurso, os pronomes se classificam em pessoais, possessivos, demonstrativos, indefinidos, interrogativos, relativos, reflexivos e recíprocos.

São pessoais os pronomes que substituem os substantivos, indicando as pessoas do discurso. São de três tipos: do caso reto, do caso oblíquo e de tratamento. A divisão dos pronomes pessoais em retos e oblíquos é feita de acordo com a função que exercem nas orações.

1ª pessoa - aquela que fala (falante)

2ª pessoa - aquela com quem se fala (interlocutor)

3ª pessoa - aquela ou aquilo de quem ou de que se fala (referente)

São do caso reto os pronomes que funcionam como sujeito, predicativo do sujeito, aposto ou vocativo, esse último com tu e vós. São do caso oblíquo os pronomes que funcionam como objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, agente da passiva, adjunto adnominal, adjunto adverbial ou sujeito de infinitivo, com verbo causativo ou sensitivo.

Pronomes pessoais do caso reto:

1ª pessoa do singular - eu

2ª pessoa do singular - tu

3ª pessoa do singular - ele, ela

1ª pessoa do plural - nós

2ª pessoa do plural - vós

3ª pessoa do plural - eles, elas

Pronomes pessoais do caso oblíquo:

1ª pessoa do singular - me, mim, comigo

2ª pessoa do singular - te, ti, contigo

3ª pessoa do singular - se, si, consigo, o, a, lhe, ele, ela

1ª pessoa do plural - nos, nós, conosco

2ª pessoa do plural - vos, vós, convosco

3ª pessoa do plural - se, si, consigo, os, as, lhes, eles, elas

A divisão dos pronomes pessoais do caso oblíquo em átonos e tônicos é feita de acordo com a intensidade com que são pronunciados na frase. São átonos os pronunciados com menor intensidade, por isso são usados diretamente no verbo. São tônicos os pronunciados com maior intensidade, portanto são usados com preposição. 

Os pronomes pessoais oblíquos tônicos são sempre precedidos de preposição. Da preposição 'com' combinada com o pronome pessoal oblíquo que a segue, originam-se as formas comigo, contigo, consigo, conosco e convosco.

Os pronomes pessoais oblíquos átonos o, a, os, as, quando colocados antes do verbo (próclise), após o verbo (ênclise) ou no meio do verbo (mesóclise), podem assumir três formas:

o, a, os, as - se o verbo terminar em vogal ou ditongo oral, ou se o pronome aparecer antes do verbo (próclise)

lo, la, los, las - se o verbo terminar em r, s ou z, após a supressão dessas terminações

no, na, nos, nas - se o verbo terminar em som nasal

O, a, os, as, quando artigos definidos, acompanham um substantivo, indicando se tratar de um ser específico da espécie. Quando pronomes pessoais, substituem um substantivo, indicando se tratar de um ser que representa a 3ª pessoa do discurso.

São de tratamento os pronomes que indicam o grau de formalidade existente entre as pessoas do discurso: o emissor se dirige ao receptor tratando-o por você (tratamento íntimo, familiar) ou por senhor, senhora ou senhorita (tratamento cerimonioso, respeitoso, esse último usado apenas para moças solteiras). Certas autoridades exigem tratamentos específicos.

Pronomes de tratamento mais usados:

Vossa Majestade (V. M.) - reis, imperadores

Vossa Alteza (V. A.) - príncipes, duques, arquiduques

Vossa Santidade (V. S.) - papa, Dalai Lama

Vossa Eminência (V. Ema.) - cardeais

Vossa Paternidade (V. P.) - abades, superiores dos conventos

Vossa Reverendíssima (V. Revma.) - sacerdotes e religiosos em geral

Vossa Magnificência (V. Maga.) - reitores de universidades e outras instituições de ensino superior

Vossa Excelência (V. Exa.) - altas autoridades do Governo e oficiais-generais das Forças Armadas

Vossa Senhoria (V. Sa.) - funcionários públicos graduados, oficiais até coronel, pessoas de cerimônia. Normalmente se usa em textos escritos, como cartas comerciais, ofícios, requerimentos etc.

Apesar de se referirem à 2ª pessoa do discurso, os pronomes de tratamento exigem o verbo e outros pronomes que se referirem a eles na 3ª pessoa. 

Na maior parte do Brasil, os pronomes de 2ª pessoa tu e vós foram substituídos, no tratamento familiar, pelos pronomes de tratamento você e vocês e, no tratamento respeitoso, por senhor e senhora. O pronome vós ainda subsiste em textos literários ou litúrgicos.

Os pronomes de tratamento iniciados por vossa têm essa forma alterada para 'sua' quando se referem à 3ª pessoa do discurso, isto é, à pessoa mencionada no ato comunicativo.

São também pronomes de tratamento as formas dom, dona e madame.

São possessivos os pronomes que indicam relações existentes entre as coisas possuídas e seus possuidores, que são as pessoas do discurso.

1ª pessoa do singular - meu, minha, meus, minhas

2ª pessoa do singular - teu, tua, teus, tuas

3ª pessoa do singular - seu, sua, seus, suas

1ª pessoa do plural - nosso, nossa, nossos, nossas

2ª pessoa do plural - vosso, vossa, vossos, vossas

3ª pessoa do plural - seu, sua, seus, suas

Os pronomes possessivos concordam em pessoa, com o possuidor e em gênero e número, com a coisa possuída.

São demonstrativos os pronomes que indicam relações de espaço entre os seres e as pessoas do discurso. Esse espaço pode ser relativo à função espacial, temporal, referencial e distributiva.

Função espacial: este - está próximo da 1ª pessoa do discurso / esse - está próximo da 2ª pessoa do discurso / aquele - está distante de ambas as pessoas do discurso

Função temporal: este - tempo em curso, presente / esse - tempo passado próximo ou futuro / aquele - tempo muito distante

Função referencial: este - indica catáfora, ou seja, anuncia próximos termos ou informação seguinte / esse - indica anáfora, ou seja, retoma termos ou informação já citada

Função distributiva: este - retoma o elemento próximo, dito por último / aquele - retoma o elemento distante, dito anteriormente

Se houver mais de dois termos a serem retomados, usam-se numerais: o primeiro, o segundo, o terceiro, etc.

1ª pessoa - este, esta, estes, estas, isto

2ª pessoa - esse, essa, esses, essas, isso

3ª pessoa - aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo

São também demonstrativos: mesmo e próprio, no sentido de idêntico ou em pessoa, tal, equivalendo a este, esse e aquele, semelhante, equivalendo a tal, o, a, os, as, equivalendo a isto, isso, aquilo e aquele (e flexões).

São indefinidos os pronomes que se referem de forma vaga, imprecisa ou genérica, ou com quantidades indeterminadas a seres da 3ª pessoa do discurso.

Variáveis: algum, alguma, alguns, algumas / nenhum, nenhuma, nenhuns, nenhumas / todo, toda, todos, todas / muito, muita, muitos, muitas / pouco, pouca, poucos, poucas / vário, vária, vários, várias / tanto, tanta, tantos, tantas / quanto, quanta, quantos, quantas / outro, outra, outros, outras / certo, certa, certos, certas / bastante, bastantes / qualquer, quaisquer / um, uma, uns, umas = aproximadamente

Invariáveis: alguém, algo, ninguém, nada, tudo, cada, outrem, mais, menos, demais, fulano, sicrano, beltrano

Há pronomes indefinidos sistemáticos, ou seja, que se opõem pelo sentido. 

São locuções pronominais indefinidas duas ou mais palavras que equivalem a um pronome indefinido, como cada qual, quem quer que, qualquer um, todo aquele que, seja qual for, seja quem for, todo o mundo etc.

São interrogativos os pronomes indefinidos empregados na formulação de perguntas diretas ou indiretas. 

Variáveis - qual, quais, quanto, quanta, quantos, quantas

Invariáveis - que, quem

São relativos os pronomes que retomam um termo citado anteriormente, dando início a uma nova oração, chamada oração subordinada adjetiva (restritiva ou explicativa), evitando a repetição deste termo.

Variáveis - o qual, a qual, os quais, as quais, cujo, cuja, cujos, cujas

Invariáveis - que, quem, onde, como, quando

Observações:

1) O pronome relativo variável concorda com seu antecedente, com exceção de cujo, que concorda com o consequente.

2) Quanto, quanta, quantos e quantas são pronomes relativos quando empregados após os pronomes indefinidos tudo, tanto, tanta, tantos, tantas, todo, toda, todos e todas. 

3) O pronome relativo quem refere-se a pessoas e aparece sempre precedido de preposição. O pronome onde refere-se a lugares (reais ou virtuais). O pronome como aparece sempre precedido das palavras modo, maneira, forma e jeito. O pronome quando aparece sempre precedido de palavras que denotem ideia de tempo. O pronome o qual aparece precedido, na maioria das vezes, de preposições de mais de uma sílaba, locuções prepositivas e das preposições 'sem' e 'sob', e também quando o antecedente se encontra distante. O pronome que é usado com preposições monossilábicas.

4) O pronome relativo quem, quando empregado sem antecedente, costuma ser classificado como pronome relativo indefinido. O mesmo ocorre com o relativo onde e o quanto, esse último mais comum em documentos jurídicos.

Os pronomes que indicam que a ação reflete no próprio sujeito são denominados pronomes reflexivos e os que indicam que a ação é mútua entre os sujeitos, pronomes recíprocos. 

Os pronomes que retomam ou substituem os substantivos são denominados pronomes adjetivos e os que os acompanham, pronomes substantivos.

Nossa Língua - Códigos, Linguagens e suas Tecnologias (4)

 Numeral:

Conceito - é a palavra que se relaciona ao substantivo, expressando indicações numéricas dos seres. Essas se referem à quantidade, ordem, multiplicação ou divisão.

Classificação - os numerais são classificados de acordo com as ideias que expressam.

cardinais - expressam a quantidade exata dos seres

ordinais - expressam a ordem (posição) que os seres ocupam em uma determinada série

multiplicativos - expressam ideia de multiplicação, ou seja, indicam quantas vezes a quantidade foi aumentada

fracionários - expressam ideia de divisão (fração), ou seja, indicam em quantas partes a quantidade foi dividida

Função - o numeral, assim como os pronomes, liga-se ao substantivo de duas formas: acompanhando-o ou substituindo-o

numeral adjetivo - acompanha o substantivo, exercendo a função de adjunto adnominal

numeral substantivo - substitui o substantivo, exercendo as funções próprias do substantivo: sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo, complemento nominal, agente da passiva, adjunto adverbial, aposto e vocativo.

Um é artigo indefinido quando a intenção do falante é indicar a espécie do ser. É numeral quando é evidente a ideia de quantidade: as palavras apenas, só ou somente reforçam essa ideia, acompanhando o numeral. A distinção pode ser evidenciada pelo contexto.

Flexão - os numerais apresentam variação de gênero e número:

Cardinais - são invariáveis, exceto um, dois, ambos e as centenas a partir de duzentos, que variam em gênero, e os cardinais terminados em -ão (milhão, bilhão, trilhão etc.), que variam em número

Ordinais - variam em gênero e número

Multiplicativos - são invariáveis com função substantiva, e variáveis em gênero e número com função adjetiva

Fracionários - são variáveis em número, concordando com o número de partes em que se dividiu a quantidade. 'Meio' concorda em gênero e número com o substantivo a que se refere.

Na linguagem popular, e até por escritores de renome, é comum a indicação de grau nos numerais, indicando informalidade, ênfase, ironia ou humor, conforme o contexto, através de adjetivos ou substantivos com sufixos.

sexta-feira, 14 de agosto de 2020

Nossa Língua - Códigos, Linguagens e suas Tecnologias (3)

 Adjetivo:

Conceito - palavra que indica a característica do ser representado pelo substantivo ou pronome substantivo.

Essas consistem basicamente em: qualidades, estados, aspectos e locais de origem.

Formação:

Como os substantivos, os adjetivos também pode ser:

primitivos - dão origem a outras palavras no idioma

derivados - são formados a partir de palavras já existentes no idioma

simples - são formados de apenas um semantema (leia-se radical)

compostos - são formados de dois ou mais semantemas (leia-se radicais)

Aspectos:

Quanto ao aspecto, os adjetivos podem ser:

explicativos - expressam qualidade essencial, inerente ao ser

restritivos - expressam qualidade acidental do ser

Locução adjetiva - expressão representada por uma preposição + substantivo ou preposição + advérbio e que tem valor de adjetivo. Muitas locuções adjetivas possuem adjetivos correspondentes, e outras não.

Adjetivos pátrios - indicam locais de origem, como continentes, países, regiões, estados, cidades etc. Não confunda com adjetivos gentílicos, que se referem apenas a raças e povos. Em sua maioria, são adjetivos derivados do nome do local com acréscimo de sufixos. Alguns compostos possuem uma forma reduzida, normalmente erudita e derivada do latim, para representar o primeiro elemento.

Observações:

1) Na formação do adjetivo pátrio composto, as palavras com menor número de letras aparecem primeiro.

2) Quando há coincidência do número de sílabas, segue-se a ordem alfabética.

Flexão:

O adjetivo é uma classe gramatical variável com flexões idênticas às do substantivo: gênero, número e grau. Em gênero e número, o adjetivo varia para concordar com o substantivo ao qual se refere.

Flexão de gênero:

Para concordar com o substantivo, o adjetivo toma as formas masculina e feminina.

Como os substantivos, os adjetivos simples podem ser uniformes (possuem uma única forma para ambos os gêneros) ou biformes (possuem duas formas, uma para o masculino e outra para o feminino).

O feminino pode ser formado:

a) pela substituição do -o final por -a

b) pelo acréscimo de -a

c) pela substituição de -ão por -ona ou -ã

d) pela substituição de -eu (paroxítono: átono) por -eia e de -éu (oxítono: tônico) por -oa

Observação: Não seguem essas regras: mau / má, judeu / judia, sandeu / sandia e os pronomes possessivos meu / minha, teu / tua e seu / sua.

Também os adjetivos compostos podem ser uniformes (cujo último elemento é um substantivo empregado como adjetivo, por derivação imprópria, sendo invariáveis) ou biformes (cujo último elemento é um adjetivo, no qual ocorre a variação)

Exceção: surdo-mudo / surda-muda.

Para concordar com o substantivo, o adjetivo toma as formas singular e plural.

Em geral, os adjetivos simples fazem o plural seguindo as mesmas regras do plural dos substantivos.

Muito exigido em concursos e vestibulares, o plural dos adjetivos compostos segue o mesmo processo do feminino.

Se o último elemento for um adjetivo, apenas ele varia. Se o último elemento for um substantivo adjetivado (derivação imprópria), não há variação. 

Os graus do adjetivo são dois:

No grau comparativo, a comparação de uma ou mais características pode ocorrer entre seres diferentes ou nos mesmos seres. 

O grau comparativo pode ser:

de igualdade - formado por tão + adjetivo + quanto (ou como)

de inferioridade - formado por menos + adjetivo + que (ou do que)

de superioridade - formado por mais + adjetivo + que (ou do que)

O grau comparativo de superioridade dos adjetivos bom, mau, grande e pequeno é expresso, respectivamente, com as formas sintéticas melhor, pior, maior e menor, quando se comparam dois seres, mas uma só qualidade. Porém, quando essas qualidades se referem ao mesmo ser, admitem-se as formas analíticas mais bom, mais mau, mais grande e mais pequeno.

O grau superlativo pode ser:

relativo - a qualidade atribuída pelo adjetivo é expressa em relação a outros elementos. Essa relação pode ser:

de superioridade - a intensidade é para mais: o (a) mais + adjetivo + de (ou dentre)

de inferioridade - a intensidade é para menos: o (a) mais + adjetivo + de (ou dentre)

absoluto - a qualidade atribuída pelo adjetivo não é expressa em relação a outros elementos. Possui dois tipos de estrutura, classificando-se em:

sintético - formado com o acréscimo de sufixos

analítico - é o superlativo absoluto formado por advérbios de intensidade, como muito, bastante, extremamente, excessivamente, excepcionalmente, demasiadamente etc.

O grau superlativo dos advérbios bom, mau, grande e pequeno é expresso, respectivamente, da seguinte forma:

superlativo relativo de superioridade - o melhor, o pior, o maior, o menor

superlativo absoluto sintético - ótimo, péssimo, máximo, mínimo

Observações:

1) As palavras supremo (ou sumo), ínfimo, superior e inferior, assim como júnior e sênior, correspondem aos superlativos absolutos sintéticos e comparativos irregulares de alto, baixo, jovem e velho. O mesmo ocorre com as formas anterior, posterior, ulterior, exterior e interior e suas variações póstumo, último, extremo e íntimo, e o uso de 'interior' como substantivo em oposição a 'capital', a 'litoral' ou a 'exterior'.

2) Na linguagem informal, e até na literatura moderna, a tendência é usar o radical do português e o sufixo -íssimo para todos os adjetivos, reservando a forma alatinada irregular para a linguagem técnica ou científica.

3) Também se obtém o superlativo absoluto através do emprego de prefixos (como arqui, super, extra, ultra, hiper, mega), da repetição do adjetivo, de expressões coloquiais ou comparações, do diminutivo e do aumentativo, e do uso do artigo definido com ênfase. Na linguagem da internet, isso é feito pela repetição de um fonema ou por caixa alta.

Nossa Língua - Códigos, Linguagens e suas Tecnologias (2)

 Artigo:

Conceito - é a palavra que se antepõe ao substantivo, indicando se tratar de um ser específico ou genérico da espécie.

Classificação:

São classificados conforme o ser é representado em relação à espécie.

Definidos - indica que se trata de um ser específico da espécie: um referente conhecido do emissor e do receptor.

Indefinidos - Indicam que se trata de um ser qualquer da espécie: um referente desconhecido do emissor e do receptor.

São definidos os artigos: o, a, os e as e são indefinidos os artigos: um, uma, uns e umas.

Flexão:

O artigo é uma classe gramatical variável. Possui formas distintas em gênero e número para concordar com o substantivo ao qual se refere.

Observação:

Outras classes de palavras são substantivadas quando precedidas de artigo ou algum outro determinante, como pronome, numeral ou adjetivo

quinta-feira, 13 de agosto de 2020

Nossa Língua - Códigos, Linguagens e suas Tecnologias (1)

 Substantivos:

Conceito - palavra que expressa os nomes dos seres, entendendo-se como seres materiais, espirituais ou religiosos, mitológicos ou fictícios, qualidades, sentimentos, estados e ações.

Classificam-se, quanto à significação, em:

comuns - dão um nome comum a todos os seres da espécie

próprios - particularizam um ser da espécie, e nomeiam: pessoas, localidades, instituições financeiras, acidentes geográficos, planetas, programas de TV, filmes, novelas, animais domésticos

concretos - representam seres reais ou imaginários, de existência independente de outros seres

abstratos - indicam seres cuja existência depende de outros seres

coletivos - embora no singular, indicam uma multiplicidade de seres da espécie. Podem ser: específicos (refere-se a uma única espécie de ser), genéricos ou indeterminados (referem-se a várias espécies de seres, por isso são seguidos dos nomes dos seres que os formam), numéricos (expressam o número exato de seres)

Quanto à formação, podem ser:

primitivos - dão origem a outra palavra da língua

derivados - têm origem em outra palavra da língua

simples - são formados por apenas um radical

compostos - são formados por dois ou mais radicais

Flexão dos substantivos:

O substantivo é uma classe gramatical, ou seja, admite flexões, sofre variações em sua estrutura. Ocorrem para indicar flexões de gênero, número e grau.

Flexão de gênero:

O gênero é relativo à palavra, ou seja, uma classificação gramatical. Não há relação com a categoria biológica de sexo. Portanto, todos os substantivos possuem gênero, mesmo os que representam seres inanimados ou noçõses abstratas. Na língua portuguesa, há dois gêneros, o masculino e o feminino. A forma mais fácil de identificar o gênero dos substantivos é pela anteposição do artigo ou outro determinante.

São masculinos os substantivos que admitem o determinante do gênero masculino. São femininos os substantivos que admitem o determinante do gênero feminino.

São biformes os substantivos que possuem duas formas: uma que indica o gênero masculino e outra, o feminino.

O feminino pode ser formado:

a) pela substituição da vogal final -o por -a

b) pela substituição da vogal final -e por -a

c) pelo acréscimo de -a

d) pela mudança do -ão final para -ã, -ona ou -ã

e) pelo acréscimo de-esa, -essa, -ina, -isa ou -triz

f) de maneira irregular

g) de radicais diferentes (heterônimos ou desconexos)

São uniformes os substantivos que possuem uma única forma para indicar ambos os gêneros.

Há três tipos de substantivos uniformes:

comuns de dois gêneros - são substantivos que, apesar da forma única, variam em gênero. Essa variação ocorre através do artigo ou outro determinante.

sobrecomuns - são substantivos que representam seres de ambos os sexos através de uma única forma e um único gênero. A identificação do sexo é fornecida pelo contexto

epicenos ou promíscuos - são substantivos que possuem uma só forma e um só gênero para representar animais e plantas sexuados. A identificação do sexo ocorre através das palavras macho e fêmea.

Particularidades do gênero:

Mesmo na variedade culta, alguns substantivos, quanto ao gênero, costumam causar dúvidas. Por outro lado, há substantivos que possuem formas idênticas, cujos significados estão relacionados ao gênero.

Flexão de número:

O substantivo possui dois números - o singular (que indica um único ser ou um único grupo de seres) e o plural (que indica mais de um ser ou mais de um grupo de ser)

Formação do plural - substantivos simples:

Adiciona-se o -s aos substantivos terminados em vogal, ditongo oral e ditongo nasal -ãe

Adiciona-se -es aos substantivos terminados em -r e -z

Substitui-se o -m por -ns nos substantivos terminados em -m

Nos substantivos terminados em -n, adiciona-se -s ou -es

Nos substantivos terminados em -al, -el, -ol e -ul, substitui-se o -l por -is.

Nos substantivos terminados em -il, se forem oxítonos, substitui-se o -l por -s. Se forem paroxítonos, substitui-se por -is.

Nos substantivos terminados em -s, se forem monossílabos ou oxítonos, adiciona-se -es. Se forem paroxítonos ou proparoxítonos, ficam invariáveis.

Ficam invariáveis os substantivos terminados em x. A identificação do plural ocorre pela anteposição de um determinante.

Substantivos terminados em -ão fazem o plural em -ões, -ãos ou -ães. Alguns admitem mais de um plural.

Plural dos compostos:

Não ligados por hífen - fazem o plural como os substantivos simples

Ligados por hífen:

Ambos vão para o plural - se representados por substantivo + substantivo, substantivo + adjetivo, adjetivo + substantivo, numeral + substantivo ou substantivo + pronome

Apenas o primeiro elemento vai para o plural - se o segundo elemento indicar finalidade ou semelhança do primeiro e se os elementos forem ligados por preposição. No primeiro caso, é correto o plural dos dois elementos.

Apenas o segundo elemento vai para o plural - se o primeiro elemento for verbo ou palavra invariável (advérbio, preposição, prefixo ou interjeição), forma reduzida como (grão, grã, bel), palavra repetida ou onomatopeia

Nenhum dos elementos vai para o plural - se o primeiro elemento for verbo e o segundo, palavra invariável ou se forem verbos antônimos

Observações:

1) A palavra 'guarda' pode aparecer como substantivo, caso em que varia

2) Alguns substantivos formados de verbos repetidos admitem a variação dos dois elementos.

3) O plural dos substantivos bem-te-vi e bem-me-quer é bem-te-vis e bem-me-queres, por se tratar, respectivamente, da tentativa de substantivação da onomatopeia.

Particularidades de número:

Se o plural de pai e mãe é pais, de tio e tia é tios, de irmão e irmã é irmãos, a forma avôs corresponde a avô + avô, enquanto a forma avós pode corresponder a avó + avó ou a avô + avó, seja maternos ou paternos.

No plural de caráter (caracteres), júnior (juniores), sênior (seniores), ocorre o deslocamento da sílaba tônica. Em português, só existe acentuação tônica na última, na penúltima ou na antepenúltima tônica. Entretanto, no espanhol pode existir acentuação antes da antepenúltima sílaba.

A forma plural -ens não tem acento gráfico: hífen / hifens. Sua forma variante tem acento gráfico: hífenes.

O substantivo cânon admite uma só forma plural: cânones.

Pelos mecanismos de nossa língua, o plural de gol seria gois ou goles, mas o uso consagrou a forma gols. A pronúncia se manteve fechada dada a imitação do som da palavra original em inglês, diferentemente do português, todas as palavras terminadas em -ol são pronunciadas com a vogal o aberta.

O plural de mal é males e de cônsul é cônsules. O plural de real pode ser réis (moeda antiga) ou reais (moeda em vigor no Brasil).

Os substantivos réptil e projétil, embora sejam mais comuns as formas paroxítonas (répteis e projéteis), possuem também a forma oxítona no singular e no plural: reptil/reptis, projetil/projetis.

O substantivo cálice possui também a forma variante cálix, cujo plural é cálices.

O substantivo fax pode-se manter invariável ou fazer o plural em faxes.

O plural dos substantivos próprios segue as mesmas regras do plural dos substantivos comuns.

O o tônico fechado de certos substantivos, no singular, sofre mudança de timbre. Ou seja, muda para o o aberto quando a palavra passa para o plural. A essa mudança de som dá-se o nome de plural metafônico ou metafonia. Porém, não é com todos esses substantivos que essa alteração de timbre ocorre. Em alguns, a vogal o fechada do singular mantém-se fechada também no plural.

Há substantivos que, por convenção, são usados sempre no plural, o que se chama de 'pluralia tantum'. Os determinantes que se referem a esses substantivos devem concordar com eles. Outros, por convenção do idioma, são usados somente no singular por razões semânticas.

Alguns substantivos têm um significado para o singular e outro para o plural.

Flexão de grau:

Os graus do substantivo são dois: o aumentativo (que intensifica sua significação, pelo aumento das proporções do ser) e o diminutivo (que atenua sua significação, pela redução das proporções do ser).

Ambos possuem duas formas de representação: a sintética (cujo aumento e redução das proporções é obtido através de sufixos) e a analítica (cujo aumento ou redução das proporções é obtido através da inclusão de adjetivos)

Observações:

1) Nos textos, as formas sintéticas nem sempre visam expressar as dimensões do ser que representam. Muitas vezes, expressam carinho, admiração, ou grosseria, brutalidade, desprezo ou ironia. A flexão de grau é mais evidente quando se faz uso da forma analítica.

2) Muitas formas sintéticas, com o tempo, perdem seu sentido de tamanho aumentado ou reduzido e adquirem significações próprias, como fogão, caldeirão, cartilha etc.

3) Registram-se aumentativos ou diminutivos formados pelo emprego de prefixos, como supermercado, hipermercado, megaevento, minidicionário, microempresário etc.

Plural dos diminutivos com sufixo -zinho e, eventualmente -zito:

1) Flexiona-se o substantivo em seu grau normal.

2) Suprime-se o -s do plural e adiciona-se o sufixo no plural.

quarta-feira, 12 de agosto de 2020

Nossa Língua - Códigos, Linguagens e suas Tecnologias

 Estrutura e formação das palavras:

Morfemas ou elementos mórficos - unidades mínimas de significação que formam a palavra

Radical, lexema, semantema ou morfema lexical - morfema que contém o significado básico da palavra. A ele são adicionados os demais morfemas.

Observação: As várias palavras formadas de um mesmo radical são denominadas cognatas

Vogal temática - é a vogal que aparece imediatamente após o radical, preparando-o para receber os outros morfemas

Vogais temáticas nominais: A, E e O, quando em posição final e átona.

Vogais temáticas verbais: A, E e I, quando caracterizam as conjugações verbais: a (1ª conjugação), e (2ª conjugação) e i (3ª conjugação).

Observações:

1) Nomes terminados em vogal tônica ou em consoante são atemáticos, ou seja, não apresentam vogal temática e são formados apenas de radical.

2) I e U, mesmo átonos, fazem parte do radical.

3) A vogal temática do verbo pôr e seus derivados é o E, presente no seu infinitivo arcaico e literário poer, e em algumas de suas formas conjugadas (pões, põe), em suas formas derivadas, como poente (sol poente), poedeira (galinha poedeira) e depoimento.

Tema - é o radical acrescido da vogal temática, já pronto para receber outros morfemas.

Desinência - morfema que indica flexões gramaticais: gênero e número dos nomes e pessoa, número, tempo e modo dos verbos. Há, portanto, dois tipos de desinência:

Nominais - A e S, que indicam o feminino e o plural dos substantivos, adjetivos, numerais e pronomes

Verbais - desinências modo-temporais e número-pessoais, que indicam o número, a pessoa, o tempo e modo dos verbos.

Observações:

1) A vogal O átona de palavras que possuem dois gêneros pode não ser tomada como desinência de masculino, mas como vogal temática. Nessa concepção, 'aluno', 'menino' e 'gato' possuem desinência zero de gênero, tratando-se o masculino de uma forma neutra ou não marcada.

2) Também o singular pode ser tomado como uma forma neutra, com desinência zero de número, pela ausência do S, que é a desinência de plural.

3) A vogal final átona A dos nomes é desinência de gênero na oposição masculino/feminino. Caso contrário, trata-se de vogal temática.

Afixo - morfema adicionado ao radical para a formação de novas palavras, alterando seu sentido e, eventualmente, sua classe gramatical. Podem ser prefixos (quando colocados antes do radical) ou sufixos (quando colocados antes do radical)

Vogal e consoante de ligação - são morfemas usados por questão eufônica, para facilitar a pronúncia de certas palavras

A formação das palavras da Língua Portuguesa obedece, basicamente, a dois processos: a composição e a derivação.

Derivação é o processo pelo qual palavras novas são criadas a partir de outras já existentes na língua, seja pelo acréscimo ou supressão de afixos ou pela mudança de sentido. As palavras novas são denominadas derivadas e as que lhes dão origem, primitivas.

Derivação prefixal ou prefixação - ocorre com acréscimo de prefixo à palavra primitiva

Derivação sufixal ou sufixação - ocorre com acréscimo de sufixo à palavra primitiva

Derivação prefixal e sufixal ou prefixação e sufixação - ocorre com acréscimo não simultâneo de prefixo e sufixo, e, se um deles for retirado, a palavra não perde o sentido

Dica: Para saber se há derivação prefixal e sufixal ou parassintética, retire o prefixo ou o sufixo e verifique se há uma palavra existente ou inexistente na língua. Se o que sobrar formar uma palavra existente, haverá derivação prefixal e sufixal. Caso contrário, haverá derivação parassintética.

infelizmente = infeliz, felizmente: formas existentes

anoitecer = *anoite, *noitecer: formas inexistentes

Derivação parassintética, circunfixação ou parassíntese - ocorre com acréscimo simultâneo de prefixo e sufixo e, se um deles for retirado, a palavra perde o sentido

Derivação regressiva ou regressão - ocorre com redução da palavra primitiva, pela retirada de sua parte final.

Para verificar se há derivação regressiva ou sufixal, observe-se o seguinte critério: se o substantivo indicar ação, ele será a palavra derivada. Se denotar algum objeto ou substância, será palavra primitiva. Venda é derivado de vender, porque indica uma ação. Telefone é primitivo em relação a telefonar, porque denota um objeto. Fumo é primitivo em relação a fumar, porque denota uma substância.

Observações:

1) Percebe-se que este processo é muito usado para formar substantivos abstratos derivados de verbos em sua forma infinitiva: são os substantivos deverbais.

2) Embora seja a forma mais comum, na linguagem popular, e até por escritores de renome, é muito comum a formação de substantivos a partir de outros substantivos. Preferimos considerar como abreviação, e não como derivação regressiva, porque não há troca de classe gramatical.

3) No caso de substantivos concretos, e de seus respectivos verbos, há derivação sufixal: os verbos são derivados dos substantivos.

Derivação imprópria ou conversão - ocorre quando se emprega uma palavra com valor de uma classe gramatical que não é propriamente a sua, mudando seu sentido, sem alterar a forma.

Composição é o processo pelo qual palavras novas são formadas pela junção de dois ou mais radicais. Essas palavras são denominadas compostas, em oposição às simples, que possuem um só radical.

Composição por justaposição - os radicais não sofrem alteração fonética

Composição por aglutinação - os radicais sofrem alteração fonética

Casos especiais de composição - há palavras compostas que não são formadas a partir de outras palavras da língua portuguesa, mas de radicais pertencentes a outras línguas. São dois os tipos de composição com esses radicais:

Compostos eruditos - são palavras compostas de radicais apenas latinos ou apenas gregos

Hibridismos - são palavras compostas de radicais de idiomas diferentes

Além dos dois processos básicos de formação das palavras - derivação e composição - há palavras formadas por outros meios.

Onomatopeia - trata-se da imitação dos sons e ruídos dos animais, da natureza, dos objetos e do homem

Abreviação vocabular - trata-se da redução de uma palavra até o limite que não prejudique a compreensão do significado. 

Siglonimização - trata-se da formação de uma sigla, que é a representação reduzida do nome de uma organização, empresa, entidade, instituição, partido político, tratado, imposto, ministério etc. Algumas já são dicionarizadas e são consideradas palavras.

Palavra-valise ou amálgama - trata-se de um morfema resultante da fusão de duas palavras, uma perdendo a parte final e outra perdendo a parte inicial

Neologismo - trata-se da criação de uma palavra ou expressão ou da atribuição de um novo sentido a uma palavra já existente. Deixa de ser quando é registrado em dicionários consagrados.

Estrangeirismo - trata-se do uso de uma palavra ou expressão de outros idiomas na língua portuguesa, muitas vezes adaptada ao nosso vocabulário

Decalque - trata-se da tradução literal de uma palavra ou expressão estrangeira

Intensificação - trata-se do alargamento do sufixo de uma palavra já existente. Principalmente, ocorre no uso do sufixo verbal -izar.

Flexão das palavras:

Uma palavra é variável quando sofre flexão. A rigor, sofre flexão a palavra que admite alteração em sua forma pela presença das desinências nominais, de gênero e número, ou das desinências verbais, de tempo, modo, número e pessoa. Grau não é flexão, mas sim derivação, pois o elemento que o forma não é desinência, mas sim sufixo. As flexões de voz e aspecto verbal não são marcadas por desinências, o critério para se estabelecer as vozes e aspectos verbais é semântico, sintático ou estilístico.

As classes gramaticais que recebem as desinências nominais são o substantivo e as que também são tomadas como nomes porque ao substantivo se relacionam: artigo, numeral, pronome e adjetivo. As desinências verbais (modo-temporais e número-pessoais) são próprias do verbo.

São invariáveis as palavras que não sofrem flexão.

Dessa forma, as classes gramaticais podem ser variáveis e invariáveis:

gênero, número e grau - substantivos e adjetivos

gênero e número - artigos e numerais

gênero, número e pessoa - pronomes

número, pessoa, tempo, modo, voz e aspecto - verbos

invariáveis - advérbio, preposição, conjunção e interjeição

As palavras denotativas ficam excluídas de quaisquer classificações. Formam uma classe independente.