sábado, 20 de maio de 2023

Auferimento, estendimento, circularização e inobstante - existem?

 1) Quando se quer saber se uma palavra existe ou não em português, deve-se tomar por premissa o fato de que a autoridade para listar oficialmente os vocábulos do nosso idioma é a Academia Brasileira de Letras.


2) E essa autoridade, a ABL a exerce por via da edição do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa.


3) Ora, uma simples consulta ao VOLP mostra que, a par do verbo auferir, não se registra nenhum substantivo correspondente: nem auferimento, nem auferição ou algo similar. Portanto, esses são apenas invenções do povo, não existem em nosso vocabulário


4) Em tais circunstâncias, se se quer usar um substantivo com esse significado, a solução é buscar um verbo sinônimo de auferir, que tenha um substantivo correspondente.


5) E, assim, partindo do princípio de que auferir normalmente tem o sentido de colher, ganhar ou obter, tem-se, por consequência, que os substantivos correspondentes podem ser colheita, ganho ou obtenção. A alternativa é escolher, nesse rol, o vocábulo que mais se amolda à acepção pretendida pelo contexto.


6) E não se pode olvidar a possibilidade que sempre existe de substantivação dos infinitivos: o colher, o ganhar, o obter e, portanto, o auferir.


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1) Um leitor traz os seguintes argumentos para análise: a) indaga, primeiro, se existe a palavra estendimento no sentido de alargamento ou ampliação; b) reconhece que o vocábulo não é registrado pelos principais dicionaristas, nem pelo VOLP; c) mas observa que tais obras registram atendimento e fornecimento; d) por fim, observa que, se os verbos atender e fornecer podem gerar atendimento e fornecimento, estender também poderia gerar estendimento.



2) Ora, quando se quer saber se uma palavra existe ou não em português, deve-se tomar por premissa o fato de que a autoridade para listar oficialmente os vocábulos do nosso idioma é a Academia Brasileira de Letras.



3) E essa autoridade, a ABL a exerce por via da edição do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa.



4) Uma simples consulta ao VOLP mostra que, a par do verbo estender, o único substantivo correspondente a ele é extensão.



5) Também pode se usar um verbo sinônimo de estender, que tenha um substantivo correspondente, como alargamento e ampliação. Ou seja: a solução é escolher, nesse rol, o vocábulo que mais se adapte à acepção pretendida pelo contexto.




6) Por fim, quanto aos argumentos trazidos pelo leitor para justificar a possível existência de estendimento, importa tecer as seguintes considerações: a) por um lado, com o mesmo radical dos verbos, não é incomum encontrar registrados pelo VOLP substantivos equivalentes de ação, um acabado em ção, e outro, em mento (abreviação e abreviamento, acomodação e acomodamento, acusação e acusamento); b) por outro lado, também se encontram substantivos que apenas admitem ser terminados em ção (abdicação, acentuação, aquisição); c) e também se encontram outros que somente admitem término com o sufixo mento (abastecimento, abatimento, acabamento); d) isso significa, por um lado, que formar substantivos terminados em ção ou em mento não é uma faculdade que assiste discricionariamente ao usuário do vernáculo; e) por outro lado, isso faz forçosamente concluir que a ABL, por meio do VOLP, continua sendo a autoridade para definir oficialmente a lista dos vocábulos que integram o idioma pátrio; f) por um lado, se o vocábulo se encontra listado na referida obra, então ele existe em português; g) por outro lado, se ele não se encontra ali registrado, então simplesmente não existe, é apenas invenção do povo, e seu emprego não se acha autorizado no vernáculo.


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1) Existe o termo circularização com o sentido de relatório de processos para auditoria?


2) Ora, por força da vetusta Lei Eduardo Ramos, de nº 726, de 8/12/1900, a autoridade para listar oficialmente os vocábulos existentes em nosso idioma está com a Academia Brasileira de Letras, e ela o faz por intermédio da edição do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, que é uma lista imensa de tais palavras, com ligeiras especificações de categoria gramatical, gênero e, muito raramente, de sentido ou outra observação adicional.


3) No caso da consulta, uma leitura do VOLP revela que existe o vocábulo circulação.1


4) Como o VOLP - editado que é pela ABL, que tem a delegação legal para listar oficialmente os vocábulos de nosso léxico - não registra circularização, então só se pode concluir que ele não existe em nosso idioma, considerado apenas uma invenção do povo.


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1) Apesar de seu largo uso nos meios jurídicos, com o sentido de apesar de, trata-se de palavra não dicionarizada, cuja criação é atribuída por Napoleão Mendes de Almeida à falta de amadurecimento do usuário, comparável à que deu origem a palavras que de igual modo não existem, como aliasmente, devendo, assim, ser evitada a todo custo.1


2) São corretas, porém, as expressões nada obstante e não obstante, ambas com o sentido buscado pelo referido vocábulo.


3) Observe-se que Antonio Henriques e Maria Margarida de Andrade, sem qualquer condenação, apenas asseveram tratar-se tal vocábulo de "forma encontradiça" em textos jurídicos.2


4) Após referendar a correção das expressões equivalentes não obstante e nada obstante, assim leciona Luciano Correia da Silva: "O que se tem discutido é a legitimidade do neologismo inobstante, largamente usado na linguagem forense. Nós, parece-nos que nada impede o emprego desse vocábulo, uma vez que encontra amparo no processo histórico de formação das palavras... A formação é regular e, a nosso ver, não merece censurada, exceto como uma desnecessidade em face às locuções sinônimas e irmãs: não obstante e nada obstante. O que não se deve é criar monstrengos lingüísticos, tais como: apenasmente, ad hocmente, somentemente, de repentemente e outros, produtos da meia ciência, que as mais das vezes é pior do que a ignorância". Esses não fazem sentido porque o sufixo -mente só se acrescenta a adjetivos. Ad hoc, apenas, somente e de repente já são advérbios. 3


5) Embora reconheça tratar-se de variante de não obstante "tida por incorreta por alguns como Napoleão Mendes de Almeida", Antonio Henriques, em lição permissiva constante de obra escrita solitariamente, anota ser "forma encontradiça na linguagem jurídica". Ex.: "Inobstante, o método tópico busca também lugares comuns..." (Tércio Sampaio Ferraz Jr.).4


6) Geraldo Amaral Arruda, por outro lado, é taxativo a seu respeito: "nenhum dicionário, com exceção do Dicionário inFormal, autoriza esse neologismo, que circula nos meios forenses a par de outras expressões de formação semelhante".


7) E aconselha tal autor o uso de expressões vernáculas já consagradas, como não obstante e nada obstante.5


8) Para espancar dúvidas acerca da impossibilidade de seu emprego, o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa - veículo oficial da Academia Brasileira de Letras para apontar quais as palavras existentes em nosso léxico - em sua edição de 2004, não a registra, o que obriga a conclusão de que é apenas invenção do povo.


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Mudanças na Reforma Ortográfica de 1971

Mudanças

Esta reforma ortográfica, diferentemente de outros regulamentos ortográficos, tais como o Formulário Ortográfico de 1943 e o Acordo Ortográfico de 1990, simplificou apenas regras de acentuação. Das onze regras então vigentes, duas foram abolidas:


Oxítonas terminadas em a(s); e(s) e o(); além de em e ens, com duas ou mais sílabas.

Monossílabos tônicos terminados em a(s), e(s) e o(s).

Paroxítonas terminadas em r; x; n; l; t, ts; ditongos; i(s); u(s); um; uns; ão(s); ps; ou ã(s).

Todas as proparoxítonas sem exceção

I e u, quando são a segunda vogal do hiato sós ou seguido de S na sílaba, exceto antes de NH ou consoante que não seja S.

E e o tônicos fechados.

Levam acento grave onde antes havia agudo, mas a palavra recebeu sufixo iniciado em z ou o sufixo mente.

Levam trema o u átono dos grupos gue; gui; que; e qui.

Primeira vogal dos ditongos éu(s); ói(s); e éi(s) quando abertos; ôo(s) quando fechado; e êem e êm quando indicam a terceira pessoa do plural.

Quando deveria ser hiato, mas é ditongo.

Usa-se o acento grave na crase.

Queda dos acentos diferenciais

Em Portugal, entre 1911 e 1945, assim como no Brasil entre 1943 e 1971, houve a existência de um recurso chamado acento diferencial. Dada a existência de muitas palavras homógrafas, mas não homófonas, julgou-se necessário criar diferenciações entre elas:

pilôto (substantivo) / piloto (ó) (do verbo "pilotar");

côr (pigmento) / Cor (ó) (coração);

êle (pronome pessoal) / ele (é) (nome dado à letra L);

êsse (pronome demonstrativo) / esse (é) (nome da letra S)

govêrno (substantivo) / governo (é) (verbo).

Exceções mantidas

Alguns casos do acento diferencial permaneceram:


por (preposição) / pôr (verbo)

pode (verbo poder, presente) / pôde (verbo poder, pretérito perfeito)

pera (forma arcaica de pedra) / pêra

polo (palavra átona, forma antiga de pelo) / pólo

pelo, pela(s) (contração) / pêlo (substantivo) / pélo, péla(s) (verbo pelar, presente)

coa(s) (contração de com + a) / côa(s) (verbo coar)

tem, vem / têm, vêm

para (preposição) / pára (verbo parar)

que (pronome, conjunção, preposição, advérbio ou partícula expletiva) / quê (interjeição ou substantivo)

porque (conjunção explicativa, causal ou final) / porquê (substantivo)

as (artigo definido feminino no plural) / ás (carta de baralho, especialista)

Facultativamente:

forma / fôrma

demos (pretérito perfeito) / dêmos (presente do subjuntivo)

amamos (presente do indicativo) / amámos (pretérito perfeito) - vale para todos os verbos regulares da primeira conjugação

em palavras proparoxítonas - Antônio (Brasil) / António (Portugal)

Queda do acento grave das sílabas subtônicas

Até essa época, todas as palavras que tinham acento ou sinal gráfico, se fossem transformadas mediante um sufixo (-mente, -zinho, -zal, etc.), mantinham-no:

econômica > econômicamente (regra abolida em 1971 junto com a do acento grave)

conseqüente > conseqüentemente (regra abolida com a entrada em vigor do Acordo Ortográfico de 1990)

cristã > cristãmente (regra mantida).

Essa regra não se aplicava a palavras com til, porque não é acento, mas sim sinal de nasalização: irmão - irmãmente.

Entretanto, se a palavra original tivesse acento agudo ( ´ ), com o acréscimo do sufixo, passava a acento grave ( ` ):

inegável > inegàvelmente

indelével > indelèvelmente

sensível > sensìvelmente

Tal mudança gráfica, também presente no Acordo Ortográfico de 1945 em Portugal, veio a ser abolida dois anos depois, em 1973.

Casos de manutenção do acento grave

à (contração da preposição a com o artigo definido ou pronome demonstrativo a).

às (contração da preposição a com o artigo feminino ou pronome demonstrativo as).

àquele(s) (contração da preposição a com o pronome demonstrativo aquele(s)).

àquela(s) (contração da preposição a com o pronome demonstrativo aquela(s)).

àquilo (contração da preposição a com o pronome demonstrativo aquilo)

àqueloutro(s) (contração da preposição a com o pronome demonstrativo aquele contraído com o pronome indefinido outro(s))

àqueloutra(s) (contração da preposição a com o pronome demonstrativo aquela contraído com o pronome indefinido outra(s))


Antes de 1971, foi eliminado o S do grupo SC: cena, cenografia, cisão, ciência, cientista. O S desapareceu em derivados recentes, como contracenar, encenação e anticientífico, mas permaneceu em derivados antigos, como consciência, imprescindível e rescisão.

E também a dupla grafia de nomes próprios no Brasil: Vitor, Vítor ou Victor, Manoel ou Manuel, Moraes ou Morais, Felipe ou Filipe, Lourdes ou Lurdes, Carmen ou Carmem, Elizabete ou Elisabete, Andreia ou Andrea, Antonio ou Antônio, Patricia ou Patrícia, Claudia ou Cláudia.

Daniel de Oliveira estreia como apresentador

 Depois de viver o vilão Henrique na novela “Desejo Proibido”, Daniel de Oliveira agora é o novo apresentador do canal a cabo Telecine Premium. No programa, batizado de “Moviebox”, que estreou nesta segunda-feira (02), o ator fará entrevistas e reportagens sobre os principais lançamentos e novidades do universo cinematográfico. 


A atração, que terá duas edições inéditas semanais, como informou a "Folha de S. Paulo", será televisionada sempre às segundas e quintas às 20h e terá dez minutos de duração. As reprises acontecem na programação dos canais Megapix, Telecine Cult, Telecine Light, Telecine Pipoca e Telecine Action.

No cinema o ator já esteve em filmes como “Cazuza – O tempo não pára”, “A dona da história”, “Zuzu Angel”, “14 Bis”, “Batismo de Sangue” e na dublagem dos infantis “O Galinho Chicken Little” e “Happy Feet”. 

Intenção e intensão - palavras homófonas

 À primeira vista, a palavra “intensão”, escrita assim, com s, pode nos parecer estranha e até descartamos que ela possa existir com essa ortografia. Imediatamente pensamos na palavra “intenção”, escrita dessa maneira, com ç. Pois saiba que as duas formas estão corretas, com s e ç, contudo, as duas palavras apresentam significados diferentes.


As palavras intenção e intensão possuem o mesmo som, mas ortografias diferentes. Elas representam o que chamamos de palavras homônimas — ocorrência comum na Língua Portuguesa, mas que pode nos induzir ao erro na hora de escrevermos um texto. Veja só alguns exemplos em nossa língua:


conserto/concerto

serrar/cerrar

coser/cozer

apressar/apreçar

asserto/acerto

caçar/cassar

expiar/espiar

tachar/taxar

incipiente/insipiente

expectador/espectador

extrato/estrato

cela/sela

censo/senso

cessão/sessão/secção/seção

chá/xá

cinto/sinto

concelho/conselho

remissão/remição

externo/esterno

extático/estático

intercessão/interseção

cesta/sexta/sesta


E tem muito mais! Por isso, fique atento às diferenças entre intenção e intensão:


A palavra Intenção refere-se a um pensamento, um intento, um propósito. Já intensão refere-se a um aumento de tensão, de intensidade, de força ou de energia. Vamos observar o uso dos dois substantivos:


Intenção: Tenho a intenção de fazer o concurso.


O político distorceu o fato com segundas intenções.


Intensão: O médico diagnosticou uma intensão na dor do paciente.


O frio vai sofrer uma intensão neste fim de semana.


As palavras homônimas, apesar da semelhança fonética e da mesma estrutura fonológica, são inteiramente distintas em relação à significação. Sendo assim, serão diferenciadas de acordo com o contexto em que forem empregadas. Então você já sabe, quando se deparar com a palavra intensão, fique tranquilo, ela existe e está escrita de maneira correta!