domingo, 3 de julho de 2022

Relembrando linhas antigas

 P002, mas pode me chamar de T008. Era assim que era definido o tetéu, bacurau, corujão, ou o que você queira chamar, que atendia o Cabo Branco. A linha P002-Cabo Branco/Beira Rio rodou na década de 2010 como T008 – e antes disso com o código da linha-mãe, a 507 – até antes da parada geral da pandemia. Como se sabe, João Pessoa parou o sistema de transporte por 119 dias em 2020 por conta da pandemia, só deixando operar alguns ônibus para profissionais de saúde.


Mas e esse código P da foto? Eu explico: esses códigos eram das linhas do extinto Projeto Verão, que rodavam nos domingos e feriados ligando bairros mais afastados às praias, e também para shows e outros eventos. Essas são linhas de outros posts, visto que elas foram extintas em 2005, quando o Terminal de Integração do Varadouro as tornou desnecessárias, e também quando foi criada a linha 5204-Cristo/Shopping. Afinal, qualquer um podia sair de onde fosse para pegar o 507.


 

 

O diferencial dessa linha para o 507 era justamente atender a Beira Rio, e não a Epitácio Pessoa, como faz durante o dia. Nas madrugadas, as duas linhas do corredor não rodavam e quem atendia a via era justamente essa linha – quem cuidava da Epitácio eram as linhas de Tambaú, Mandacaru e as circulares, logo, deslocar o 507 era fácil. E olha que o tetéu já rodou com o número.


Assim como todas as outras linhas do antigo Projeto Tetéu, a antiga linha P002-Cabo Branco/Beira Rio – renumerada em 2016 como T008 – deixou de rodar em 2020. A atual linha noturna do Cabo Branco atende pelo código T001 e opera em apenas três horários, passando em vários bairros da Zona Sul da capital paraibana.

Hoje, 73 linhas compõem o sistema de transporte de João Pessoa. Várias foram extintas, outras substituídas, mas vamos relembrar linhas que foram extintas e/ou substituídas muito antes de todo esse caos da pandemia. Fato é que essas modificações sempre acontecem ao longo dos anos por uma questão de dinâmica de crescimento da cidade, demanda, essas coisas. E para começar o remember, vamos falar da não tão muito distante 516, do Bairro dos Estados, que antes fora Ilha do Bispo.


Essa linha era operada pela antiga Mandacaruense e começou a operar em 2009 e na ocasião, partia da Ilha do Bispo e retornava do Bairro dos Estados. A linha foi um verdadeiro fracasso na época. Mas o que poderia ter dado errado? Simples: a linha foi muito mal elaborada.


 

 

Com só dois ônibus, era mais vantajoso para o morador da Ilha do Bispo pegar um 602, que tem uma quantidade generosa de ônibus, e ir para o Terminal de Integração do Varadouro para daí pegar uma linha qualquer da Epitácio. Até mesmo o 506.


Um registro de 2011 da antiga linha 516, do Bairro dos Estados.

Diante disso, a maneira que arrumaram para salvar a linha foi tirá-la da Ilha do Bispo e rodar como uma linha que passava por outras ruas do Bairro dos Estados, próximo da faculdade ASPER. Deu certo por um bom tempo, mas o número não iria durar muito. Passou a ter o terminal na praça Plínio Lemos, depois de sair da Integração, volta ao bairro. Com isso, o único ônibus da Ilha do Bispo tornou-se o 602. Diferente da 602, a 506 ao chegar no Hospital de Trauma vai direto para o bairro.


O “fim”

A linha 516 foi junto com a 506 para a Marcos da Silva em 2017. Foram aliás as primeiras a mudar de empresa. No ano seguinte, foram agrupadas. Desse modo, o número 516 da linha foi extinto e o itinerário foi agregado pela linha 506, em 9 dos 30 horários disponíveis nos dias úteis no contexto atual do sistema. Os ônibus que operam esses horários possuem placas com os dizeres “Promac/Via ASPER”. Ou seja, a linha hoje é variante de outra linha.

Nesta semana, relembrando linhas antigas, é a vez de relembrar a linha 113-Gramame via Mituaçu. Essa linha era a mais antiga daquele que pode ser um dos maiores bairros de João Pessoa. Quando surgiu, Gramame era praticamente uma zona rural. Hoje é um dos vetores de crescimento de João Pessoa. Respostas essas que o Censo que vai acontecer nesse ano vai responder, afinal os dados de 2010 já não refletem mais a realidade.


Afinal, não sei se você sabe, mas Colinas do Sul, Parque do Sol, Cidade Maravilhosa, Novo Milênio, Gervásio Maia, tudo isso definem conjuntos, loteamentos, comunidades, mas para os mapas da cidade, é tudo Gramame. O nome vem do rio que fica na área e separa fisicamente João Pessoa do município do Conde.


 

 

A linha 113 começou a circular ainda na época da antiga Etur. Foi uma das que passou para a Boa Viagem e, desde o início de 2010, é uma das linhas da Santa Maria. Essa linha e várias outras que passavam ali, como 103 e 116, eram raras de passar e pouca gente lembrava da existência delas. Eram geralmente linhas que rodavam com um, dois carros.


A linha não acompanhou a explosão populacional

Em poucos anos, passaram de linhas apenas “protocolares” para linhas rentáveis, e logicamente, a frota delas aumentou, afinal, o sistema precisava responder de alguma forma a explosão populacional, afinal, não dava para conservar a mesma frota e linhas de uma área que estava mudando de maneira acelerada.


A 113 era uma dessas. Ela é a que atendia as áreas mais remotas do bairro, até os limites do rio, passando justamente na lendária Ponte do Rio Gramame – ou Ponte dos Arcos. Ela ia até a comunidade de Mituaçu, que já fica dentro do território do Conde, porém a linha seguiu no sistema municipal – diferente do 112 de Jacumã que foi para o sistema metropolitano, trocando de código para 5301 (hoje é definida pelo código 5105). Aliás, lembra-se que dentro do sistema pessoense tem uma linha “promovida” de sistema, que já foi intermunicipal (o 522-Renascer, que tem como ponto final o distrito de Cabedelo, e tem acesso à Integração, e às paradas da Epitácio Pessoa, do Parque da Lagoa, da Guedes Pereira, da Cardoso Vieira e da 1ª Igreja Batista).


Mas a linha 113 não acompanhou as mudanças que aconteciam no setor da cidade que levava o seu nome. Seguia rodando com poucos carros ou até um, enquanto as demais linhas da área cresceram, foram modificadas e até mudaram de nome. Caso justamente das linhas 103 e 116, que de Toália e Engenho Velho, passaram a adotar os nomes Gramame e Colinas do Sul, respectivamente.



Encurtada até praticamente sumir

De todas as linhas de Gramame, essa era a que menos tinha frequência. Continuava rodando com um carro, até que foi encurtada no início da década de 2010 indo até o Terminal de Integração do Colinas do Sul (onde hoje é o ponto final da linha 101). Só ia para o Centro na primeira viagem, próximo de 6 da manhã.


Posteriormente, foi encurtada mais ainda, partindo do ponto final das linhas do Colinas do Sul – que fica no Colinas do Sul II. Apesar do itinerário constar no aplicativo de previsão de chegada dos ônibus de João Pessoa – o JampaBus -, essa operação, na realidade, é de um veículo da linha 103 em horário específico. Ou seja, a linha 113 não existe na prática, daí estar enquadrada nesta série.


A Mandacaruense saiu de circulação em maio de 2019.

Tem linhas que a gente nem lembra se está rodando, e que nem parece que não rodam mais. É o caso da 505 – Bairro dos Ipês, que chegou a retornar pós-pandemia, mas acabou desativada para ser substituída por um agregado de outra linha.


O Bairro dos Ipês fica na Zona Norte de João Pessoa, abaixo de Mandacaru e próximo da BR-230, sendo um dos primeiros bairros ao norte da capital paraibana, uma vez que o bairro em questão faz divisa com Cabedelo. É um bairro de passagem: a Av. Tancredo Neves é a principal via do bairro.



Originada na década de 1970 e praticamente inalterada do início até o fim, a linha 505 – Bairro dos Ipês era uma das mais antigas da Epitácio e era um dos legados da antiga Mandacaruense, sendo, em 2017, a terceira linha a migrar para a Marcos da Silva, mas não durou muito tempo, mudando oficialmente em maio de 2019, quando a empresa de onde ela se originou começou a sair de circulação.


Ela foi reativada em setembro de 2020, mas saiu de circulação no ano passado.


Vamos dizer que a linha em questão parou de rodar por conta da sobreposição desta com o 506 – Bairro dos Estados, a qual dividia o mesmo terminal, mas que enrolava menos ao ir até o Bairro dos Ipês.


Mas o que roda no lugar dela mesmo?


Para quem não sabe, o que roda em seu lugar é um braço da linha 504 – Mandacaru, que utiliza o itinerário que foi da linha, além de passar pela parte mais por dentro de Mandacaru. Dos 81 horários dos dias úteis da linha 504, 10 são atendendo o itinerário do Bairro dos Ipês – bem como cinco horários do sábado, só que até de manhã, e domingo não há horários.


Ou seja, o que roda no lugar é algo que dá para dizer que isso e nada são a mesma coisa.


Quanto a linha 604, ela só tem o terminal estabelecido no Bairro dos Ipês. Ela não passa nas principais do bairro propriamente dito, mas sim na Avenida Tancredo Neves, não descaracterizando a linha. Ela vai direto para a Tancredo Neves ao sair do Manaíra Shopping.

Na pegada de relembrar linhas antigas de João Pessoa, vamos a mais uma linha que a pandemia derrubou. É a linha 513 – Tambaú / Bessa, que ao sair de circulação em março de 2020 para nunca mais voltar, saiu com o nome de Bessa / Epitácio. A linha era promissora, não fosse seu itinerário praticamente idêntico ao da linha 510, da qual, aliás, era uma perna. Era uma espécie de continuidade da 510.



Essa linha começou a operar ainda na década de 1990. E foi, na época, mais uma reação da Transnacional ao avanço da Setusa – tal qual, por exemplo, a transferência de 203 e 514 do José Américo para Mangabeira VII. Isso porque o bairro do Bessa havia sido beneficiado em 1989 com a criação da linha 601. No final da década de 1980, o Bessa, hoje um dos mais nobres e com o metro quadrado mais caro da capital, mal tinha ruas calçadas, quanto menos ônibus em número suficiente. Mas se expandia, afinal, era mais uma área à beira-mar a se conquistar.



A Transnacional operou a linha 513 – Tambaú / Bessa até dezembro de 2008, quando a repassou para a “irmã” Reunidas, que por sua vez chegou a transferir o terminal da linha para a avenida Oceano Atlântico no bairro de Intermares, na vizinha cidade de Cabedelo. Com a inauguração do Terminal de Integração do Bessa, o ponto final passou a ser lá. Com isso, os usuários que quisessem se deslocar do terminal para Intermares tinham como destino as linhas 5104 - Jacaré e 5103 - Poço / IFPB.


Tudo fluía bem, até que a pandemia veio.


Sobreposição e outras linhas podem explicar extinção

A linha foi extinta em março de 2020 com a suspensão do sistema por decorrência da pandemia da COVID-19. O provável motivo de sua extinção é a sobreposição quase que em 80% de seu itinerário pela linha 510 – Tambaú, que praticamente avançou pelo Bessa ao longo dos anos. Ou seja, a linha que a gerou, praticamente foi a que matou. A linha 510-Tambaú opera atualmente com 56 viagens nos dias úteis, 37 aos sábados e 35 aos domingos.


Já uma das pernas da linha 513 sobreviveu a pandemia. É a linha 521. Ela foi criada em 1997 e reinventada várias vezes, começou como uma continuidade da 513, com o terminal na rua Severino Nicolau de Melo no Lucy; com a inauguração do Val Paraíso, mudou para o mesmo local da 600, quando a 510 teve seu terminal transferido para lá, foi transferido para o Hiper Bompreço, em 2015 voltou para o Val com a extinção da 500, passando a ter seu ponto final no Terminal de Integração do Bessa desde a retomada. O itinerário dessa linha é único, passando na divisa dos bairros de Manaíra e São José. A linha atualmente opera com 28 viagens nos dias úteis e 20 nos sábados, não operando aos domingos.

Essa é a primeira linha antiga extinta de João Pessoa no pós-pandemia a ser relembrada aqui. Trata-se da linha 002-Roger, que na verdade era setorizada: um ônibus fazia o itinerário do Baixo Roger, outro o do Alto Roger (foto que ilustra o post), passando pela Pedro I. O bairro do Roger é próximo dos “Centros” da cidade – seja ele o moderno ou o histórico, o Roger está próximo. Por isso mesmo, a linha que lá rodava era “zero”, ou seja, não passava por corredor nenhum.


Essa linha era bem antiga e já passou por várias empresas: as extintas Mandacaruense e Setusa (1992), depois Transnacional (1995) e Santa Maria (2011). Era operada por ônibus menores por conta de as vias serem um pouco apertadas, mas não raramente veículos menores apareciam por lá também. Fora que não raro uma das duas variantes não rodava por conta de problemas com ônibus.


Extinta duas vezes – e da última foi para valer

A primeira extinção foi em 1989, quando foi agregada a recém-criada na época 601. Voltou em 1992 quando houve a separação dos itinerários, no que praticamente definiu o corredor 6 tal qual é hoje. Foi extinta pela segunda vez na pandemia, em 2020, e desde então quem atende o bairro do Roger atualmente é a linha 604-Bairro dos Ipês via Ayrton Senna, com seis horários nos dias úteis e dois aos sábados atendendo o bairro por dentro. Esses horários correspondem na prática ao itinerário do Baixo Roger. Não existem planos conhecidos para o restabelecimento do itinerário do Alto Roger.


Foi a segunda linha “zero” que se juntou a uma de corredor 6. Pouca gente sabe, mas a atual 602-Ilha do Bispo é a antiga 001, com agregamento do itinerário de Mandacaru, posteriormente o Manaíra Shopping, isso em dezembro de 1989. A única linha “zero” sobrevivente é a 003 de Jaguaribe.


Mas o que é uma linha “zero”? Então, as linhas iniciadas em zero são as dos bairros limítrofes do Centro da cidade, não passando em corredores.

Era uma vez uma linha de um carro só e que para andar, você não pagava nada. Era 0800, a única nessa condição na capital paraibana. Essa é a história da I006-Anatólia (os carros rodavam com o nome de “Integração”), uma linha que apesar da vantagem da tarifa zero, não andava tão lotada.


Essa linha era uma espécie de “transbordo” de quem morava no bairro (muita gente confunde com parte dos Bancários, mas é um bairro independente). Circulava por apenas quatro ou cinco ruas do mesmo.


Geralmente rodava com o ônibus mais velho da Transnacional e como operava 0800, evidentemente não tinha o posto do cobrador. Como na época existia a figura do profissional e todos os ônibus possuíam o posto, o veículo que fosse escalado para a linha findaria os seus dias lá, uma vez que o posto era removido.


Geralmente um carro rodava na linha quase todo ano, mas teve ônibus que duraram bem mais na linha. Até mesmo ônibus desativados de outras unidades da Transnacional operaram em um tempo breve por lá.


Foto de um ônibus da antiga I006, da Anatólia, em 2010.

Apesar da gratuidade, o passageiro tinha que passar pela catraca, basicamente porque ela serve para contar quantos passageiros viajaram no dia, mais do que só uma ferramenta de controle de pagamento. O passageiro teria que subir pela porta da frente de qualquer jeito. Só não aceitava cartão nem dinheiro. Podia entrar e viajar, a linha era muito curta.


Outra foto do mesmo ônibus da linha I006, da Anatólia, em 2010.

A linha I006 surgiu nos anos 1990 e era circunscrita apenas no bairro Anatólia, tendo ponto de partida no Shopping Sul e rodando em uma espécie de circular dentro desse bairro, um dos menores em território de João Pessoa. Foi extinta em março de 2020. Neste post, temos registros meus da linha no ano de 2010.

Queria voltar para o ano de 2016, quando foram criadas as linhas 9901 e 9902, que ligam o Mangabeira Shopping ao Valentina. Seis anos depois, só sobrou uma linha, a 9901, e completamente diferente da proposta da época. Na 9902 – Mangabeira / Valentina eu andei quando a linha começou a rodar – e contei essa história no blog.


A 9902 saía do Mangabeira Shopping indo por Mangabeira por Dentro e voltando pela Josefa Taveira, retornando pelo Valentina. A 9901 fazia o oposto em Mangabeira e retornava pela mesma principal do Valentina. A ideia era criar opções do Valentina para os dois corredores de Mangabeira.


E era exatamente por isso que elas eram duas. A ideia, como expresso acima, era que as duas fossem circulares internas, aonde uma ia por Mangabeira por Dentro e a outra pela Josefa Taveira e vice-versa. Alguns bons anos depois, as duas passaram a ir pela Josefa Taveira – isso mesmo, as duas linhas faziam exatamente o mesmo itinerário. E por fim, a 9902 (que ilustra este post) foi extinta em 2018.


Desse modo e desde então, nenhuma linha de Mangabeira por Dentro passa no Mangabeira Shopping ou no próprio bairro do Valentina, apesar da proximidade dos locais.


A linha 9901 é bem diferente do que foi na época, atendendo hoje em dia as avenidas Newton Júnior e as proximidades da faculdade Facene. Atualmente a linha roda com 37 viagens nos dias úteis, 24 aos sábados e 18 nos domingos, tornando-se consolidada.


Queria aproveitar este post para dizer que o puxão de orelhas que eu dei no final daquele post de 2016 fez efeito: a questão da ligação direta do Rangel para o Mangabeira Shopping, na época ausente: ela é feita pela linha 229-Cidade Verde / Rangel desde 2021. Mas esse é assunto para outro post.

A linha que escolhi relembrar hoje foi uma das gambiarras mais bizarras do sistema pessoense. Mas ela existiu: a 1502-Geisel/Alto do Mateus, que rodou de 2009 até 2014. Consistia em fundir as linhas 502 e 108 – que conseguiram sobreviver não só a pandemia, mas a isso – fazendo com que a linha partisse do Geisel, fosse pela Epitácio, depois por Cruz das Armas, depois pelo Alto do Mateus e de lá fazia esse percurso inverso. Era um circular que não era bem uma linha circular. Nem dava para definir o que era isso.


Num passado não muito distante esse itinerário já foi operado, mas com o código A502. Além dela, também circulava uma variante para o Bairro das Indústrias com o código B502, isso lá na década de 2000 – creio que quase ninguém lembre dessa. Além, é claro, da linha 502 propriamente dita. Uma linha que sempre que se mexe, dá ruim, já que não tem tantos carros e já atrasa por si só, ainda mais com agregamento de itinerários. Eis que no final da década de 2000, tentaram reinventar a roda, e anos depois teve suas operações desativadas parcialmente.


O itinerário extenso e sem sentido não agradou os passageiros. Mas a então STTrans – hoje Semob – tentou salvar a ideia piorando ainda mais nos seus últimos meses de vida: dividiu a linha em duas adicionando um terceiro corredor, o do Acesso Oeste. Como os dois itinerários eram identificados por placas, isso confundia ainda mais os usuários e bem, tava na cara que não iria dar certo. E não deu. A linha 1502-Geisel/Alto do Mateus acabou em 2014. Com as suas variantes e trapalhadas. A 108 não foi extinta, mas teve suas operações reduzidas ao horário bacurau, com isso a 1502 absorveu o itinerário durante o dia.


Entre a gambiarra e a pandemia, as linhas 108 e 502 rodam (precariamente)

A linha 502 retornou em 2014, mas a linha 108 ainda demorou, retornou uns bons anos depois, passando a operar diariamente. Após a parada pós-pandemia, demoraram a ser reativadas, mas até hoje rodam, de maneira bem restrita. A linha 502-Geisel/Epitácio opera atualmente com 19 viagens nos dias úteis e 4 nos sábados, não operando aos domingos. Já a linha 108-Alto do Mateus opera apenas nos horários de pico, com 4 viagens nos dias úteis e 2 na manhã de sábado, também não operando aos domingos.

A linha a ser relembrada hoje é uma que foi extinta para dar lugar a um circular também extinto e que hoje roda com outro código, mas com o itinerário próximo do que um dia já teve na década de 1990. Ao mesmo tempo, a linha também nasce de um código reciclado, ou melhor, de uma linha que já existia e foi modificada para atender a sétima etapa do maior bairro de João Pessoa. Esse é o caso da linha 514-Mangabeira/Epitácio, que nasceu na década de 1990 como José Américo/Epitácio.


Sim, a linha não nasceu como sendo de Mangabeira, e sim num hoje, para muitos inimaginável, itinerário direto do José Américo para a Epitácio. Com a construção da sétima etapa de Mangabeira, transferiram a linha 514 para lá e mudaram seu nome para o novo destino. Além dela, a 203, que era a José Américo/Rangel, foi junto.


O itinerário do José Américo para a Epitácio foi compensado pelas circulares 1510 e 5110, que surgiram na prática para preencher a lacuna que o 514 deixou.


Nem lembrança do que era

A linha atendia Mangabeira VII pela Josefa Taveira. E tão logo se ergueu mais uma etapa do bairro – dessa vez o Cidade Verde – para lá se transferiu. Atendia a parte mais para trás do bairro, no que preferiram não estender as então linhas 3507 e 5307 (hoje 303 e 530).


Essa linha foi extinta em 2014 para dar lugar, junto a também extinta 209, as linhas 2509 e 5209, que rodaram até 2020.


Os itinerários que a linha 514 já operou hoje são cobertos pela linha 517-Mangabeira/Epitácio. Que tal qual a 514, nasce de um código reciclado (o código 517 era do Castelo Branco, mas a linha foi reativada como 527). A linha 517 opera 31 viagens nos dias úteis e 20 aos sábados. É quem também liga a Josefa Taveira ao Cidade Verde.

Era a única linha do corredor 5 que não passava na Integração.

Relembrando mais uma linha antiga do sistema pessoense, trago uma linha que surgiu como perna da 101-Grotão, mesmo não passando lá: a A101-João Paulo II. Mas onde fica o João Paulo II? Pouca gente sabe, mas é um bairro distinto do Geisel.


Explicando: esse bairro fica vizinho ao Geisel, a oeste da Valdemar Naziazeno (a oeste que menciono, sentido Centro). A Valdemar Naziazeno na realidade divide o Geisel do João Paulo II, mas é comum que as pessoas achem que o bairro seja uma continuidade do Geisel, quando na realidade é um bairro distinto, a leste do Geisel. E repetindo para que você não se confunda, a oeste da Valdemar Naziazeno.



A linha em questão surge ainda na década de 1990. Para quem não sabe, é um bairro que surge um pouco antes e com o nome do papa homenageado ainda vivo (faleceria em 2005). E essa já chegou a ser feita com ônibus de outras linhas da Reunidas, empresa operadora da linha. Era uma linha completamente independente da 101, mesmo compartilhando o código com a linha do Grotão, que na época era operada pela mesma empresa – hoje integra a Santa Maria.


Fundiu-se duas vezes com a mesma linha – e na segunda foi para valer

A linha foi extinta pela primeira vez em 2009, fundida a linha 102 do Esplanada, bairro esse que também faz divisa com o João Paulo II, só que a oeste. A fusão foi desfeita alguns dias depois, mas foi feita de novo alguns anos depois. Isso porque em 2016 a linha teve o mesmo fim e dessa vez definitivamente, mesmo com a resistência dos moradores do Esplanada, que perderiam o ponto final. Desse modo e desde então, a linha A101 se agregou novamente a 102 e roda com o nome Esplanada/João Paulo II, prevalecendo o código 102.


A linha 102, substituta prática desde então, roda com 32 viagens nos dias úteis, 20 aos sábados e 10 aos domingos. E só vai ao bairro que lhe dá o nome depois de ter passado pelo Esplanada. O ponto final é no bairro Funcionários III.

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