DICAS DE PORTUGUÊS
Dentre a grande quantidade de pronomes de tratamento que a língua portuguesa nos faculta cabe citar alguns para esclarecer pequenos equívocos. Pronomes de tratamento são utilizados como alternativas aos pronomes pessoais em linguagens mais técnicas e formais, costumam ser empregados em comunicações formais, mas também podem ser utilizados em conversas informais, com menor frequência.
Apesar de utilizados para indicar o interlocutor (ou seja, a segunda pessoa), os pronomes de tratamento devem ser conjugados com verbos na terceira pessoa.
Por exemplo: “Você pode me emprestar o seu celular?” (correto) / “Você pode me emprestar o teu celular?” (errado).
Em muitas regiões do Brasil, o “você” (abreviação de Vossa Mercê, Vossemecê e Vosmecê) é utilizado como pronome pessoal, em substituição ao “tu”. No entanto, gramaticalmente o “você” deve ser classificado como um pronome de tratamento, e a sua conjugação deve ser feita a partir da 3º pessoa.
Existem diversos tipos de pronomes de tratamento, que devem ser utilizados de acordo com o contexto adequado, a profissão ou o nível de autoridade do interlocutor.
Entre os principais pronomes de tratamento, destacam-se os seguintes, com seu respectivo interlocutor e abreviatura:
Você: costuma ser utilizado em comunicações mais informais. No Brasil, o “você” ainda é considerado uma substituição do pronome pessoal “tu”.
Senhor / Senhora (Sr. / Srª): pronome de tratamento utilizado com pessoas desconhecidas e quando há um nível de formalidade na relação.
Vossa Senhoria (V.S.ª): utilizado para funcionários graduados
Vossa Excelência (V. Ex.ª): utilizado para altas autoridades e oficiais-generais
Vossa Majestade (V. M.): utilizado para reis e imperadores
Vossa Alteza (V. A.): utilizado para príncipes e duques
Vossa Magnificência (V. Mag.ª): utilizado para reitores de universidades
Vossa Santidade (V. S.): utilizado para o Papa e o Dalai Lama
Vossa Reverendíssima (V. Rev.ª): utilizado para sacerdotes em geral.
Vossa Eminência: (V. Em.ª): utilizado para cardeais
Vossa Magnificência (abrev. V. Maga.) para tratar os reitores das universidades. É assim que os manuais ensinam. Nada contra a fórmula – a não ser que é empolada, difícil de escrever e pronunciar e em desuso, por sua abreviatura engraçada.
Nas gramáticas mais antigas não há referência à figura do reitor. As listas de pronomes de tratamento, até a década de 1960, dedicavam maior preocupação às autoridades religiosas: iam alfabeticamente de abade, abadessa, arquiduque, freira, patriarca, prior, tenente-coronel, até o v de vereador. Nos anos 70, nova hierarquia se estabelece. Em termos de cerimonial, segue-se o Decreto 70.274/72, assinado pelo presidente Emílio G. Médici, que coloca os reitores das universidades federais numa graduação acima dos reitores das estaduais. Os livros de gramática, de qualquer modo, não faziam e não fazem distinção: o pronome é “Vossa Magnificência”; o vocativo, “Magnífico”.
Contudo, em virtude da propagação das instituições de ensino superior, vem caindo em desuso esse tratamento demasiadamente cerimonioso, e também porque já não existe um distanciamento tão grande entre a pessoa do reitor, o corpo docente, os alunos e a comunidade em geral. Entrou nos costumes e é, pois, perfeitamente aceita hoje em dia a fórmula Vossa Excelência (abreviada V. Exa.) para tratar os reitores. A invocação, neste caso, pode ser simplesmente Senhor Reitor.
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