quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

Quaresma - João de Araújo

 Quaresma

 


QUALIFICAÇÃO SIMBÓLICA E LITÚRGICA


 


1 - A palavra "Quaresma" vem da corruptela portuguesa do latim "quadragésima", isto é, "quarenta", e está ligada a acontecimentos bíblicos, que dizem respeito à história da salvação: jejum de Moisés no Monte Sinai, caminhada de Elias para o Monte Horeb, caminhada do povo de Israel pelo deserto, jejum de Cristo no deserto etc.. Como se vê, é um tempo, pois, cheio de reminiscências bíblicas, o que dá mais ainda à liturgia uma profunda conotação com a história da salvação. Com a Quaresma tem início o ciclo da páscoa.


 


2 - Chamado, liturgicamente, de tempo de preparação penitencial para a Páscoa, a Quaresma, a exemplo também do Advento, tem dois momentos distintos: o primeiro vai da Quarta-Feira de Cinzas até o Domingo da Paixão e de Ramos, e o segundo, como preparação imediata, vai do Domingo de Ramos até à tarde de Quinta-Feira Santa, quando se encerra então o tempo quaresmal e se inicia o Tríduo Pascal.


 


3 - O tempo da Quaresma é tempo privilegiado na vida da Igreja. É o chamado tempo forte, de conversão e de mudança de vida. Sua palavra-chave é: "metanóia", ou seja, conversão. Nesse tempo se registram os grandes exercícios quaresmais: a prática da caridade e as obras de misericórdia. O jejum, a esmola e a oração são exercícios bíblicos de piedade, até hoje recomendáveis, na imitação da espiritualidade judaica.

No Brasil, durante a Quaresma, realiza-se a Campanha da Fraternidade, com sua proposta concreta de ajuda aos irmãos, na vivência evangélica, focalizando sempre um tema da vida social. Dois sacramentos estão também na linha pastoral da Quaresma: o Batismo e a Confissão. Somos, pois, chamados a tomar consciência de nossa fé batismal, assumindo-a mais vivamente, como também a vivermos a dimensão penitencial de nossa vida sobretudo pelo sacramento da Confissão.


 


DOMINGOS DA QUARESMA


 


4 - Seis são os domingos da Quaresma, sendo o sexto já o Domingo de Ramos e da Paixão. Como no Advento, tem também a Quaresma o seu domingo da alegria, o 4º domingo, chamado "Laetare". A antífona de entrada na liturgia desse domingo, tomada de Is 66,10-11, vai dizer: “Alegra-te, Jerusalém”. Como no Advento a alegria do 3º domingo, chamado “Gaudete”, devido ao imperativo latino, como que antecipa as alegrias natalinas, aqui podemos dizer que o domingo “Laetare” antecipa as alegrias pascais. Também, a exemplo do Advento, nesse domingo pode-se usar a cor rosa na liturgia.


 


AS CINZAS COMO SÍMBOLO LITÚRGICO NA QUARESMA


 


5 - As cinzas, na liturgia, principalmente na celebração da Quarta-Feira de Cinzas, são para nós símbolo de penitência, de humildade e de reconhecimento de nossa natureza mortal. Mas estas mesmas cinzas estão intimamente ligadas ao Mistério Pascal de Cristo. Portanto, não têm sentido negativo. Não nos esqueçamos de que elas são fruto dos ramos benzidos na celebração do ano anterior, geralmente queimados (sacrificados) na Quaresma, para o rito das cinzas. Na liturgia da missa, a renovação dos compromissos quaresmais e o rito da imposição das cinzas substitui o ato penitencial e, de acordo com o missal, é feito após a homilia, segue-se a oração dos fiéis e a missa segue como de costume, com a preparação das oferendas, a Oração Eucarística, o rito da comunhão, os avisos, a vivência, a bênção final e a despedida. É omitida a profissão de fé habitual.


 


6 - “A bênção e imposição das cinzas podem ser feitas sem Missa; neste caso, oportunamente, precede uma Liturgia da Palavra, aproveitando o canto de Entrada, a Coleta e as leituras da Missa com seus cantos; depois da homilia, são bentas as cinzas e impostas, e o rito termina com a oração dos fiéis” (Diretório Litúrgico).


 


PEQUENAS NOTAS SOBRE A ESPIRITUALIDADE QUARESMAL


 


7 - Como simples introdução à rica espiritualidade quaresmal, podemos dizer, entre outras notas, que:


 


a) - A Quaresma não é tempo negativo, como muitas vezes pensam os que vivem longe do Evangelho, mas tempo dinâmico,de renovação da vida e de volta aos valores da vida, tendo como meta definitiva o valor perene da páscoa eterna, na comunhão com o Senhor Ressuscitado.


 


b) - O importante, na Quaresma, não é, porém, aquilo que fazemos, mas o que deixamos Deus fazer em nós e por nós. É tempo de graça e de salvação (cf. 2Cor 6,2), tempo, pois, de abrir espaço para Deus em nossa vida e, como conseqüência, abrir o coração para os nossos irmãos.


 


c) - Tudo na Quaresma, como na liturgia, tem sentido simbólico. Assim, o jejum e a abstinência de carne, por exemplo, não podem reduzir-se a mera redução ou abstenção de alimento, mas tal atitude deve acenar para uma vida sóbria, diante de tantas comodidades e prazeres que o mundo moderno e consumista nos apresenta. É a afirmação do “SER”, ontológico, diante do “ter”, do “poder” e do “prazer”, como procedeu Cristo no evangelho das tentações (1º domingo da Quaresma).


 


d) - Faz parte da espiritualidade quaresmal, e com grande ênfase, como no passado, a tomada de consciência da fé batismal, a qual se renova na 3ª parte da Vigília Pascal do Sábado Santo, como celebração solene.


 


e) - É preciso, pois, viver a Quaresma na espiritualidade evangélica, caminhando com Cristo rumo à Páscoa. Em outras palavras, é preciso fazer de nossa vida uma caminhada com Cristo para Jerusalém, assumindo a cruz de cada dia (cf. Lc 9,23), para ser com ele crucificado e com ele ressuscitar no domingo da Páscoa, voltando ao seio do Pai, ao eterno “hoje” de Deus, ao “dia que não tem ocaso”.


 


AS LEITURAS BÍBLICAS DA QUARTA-FEIRA DE CINZAS


 


8 - As leituras bíblicas da Quarta-Feira de Cinzas são as mesmas para os ciclos de A, B e C. Portanto, são fixas, o que facilita a sua memorização. Ei-las:


 


Jl 2,12-18 - Rasgai os vossos corações, não as vossas vestes - Convite à conversão.


Sl 51(50), 2-4.5-6a.12-14+17 - Dai-me de novo um coração que seja puro.


2Cor 5,20-6,2 - Eis o tempo da salvação.


Mt 6,1-6.16-18 - As boas obras judaicas e ainda também nossas: esmola, jejum e oração.


 


9 - Vejamos um detalhe importante: a Quaresma dá início ao ciclo pascal, e o primeiro versículo da palavra de Deus em sua liturgia (Jl 2,12) é de apelo à conversão (“Retornai a mim de todo vosso coração...”). Podemos dizer que Deus já voltou a nós, agora é a nossa vez de voltarmos a ele, e para tal é ele que nos “suplica”, em misteriosa humildade, como se de nós dependesse: “Retornai a mim...” Entendamos, pois, o que já dissemos no início: a palavra-chave na Quaresma é reflexão, meditação e respeito, não luto.


 


O EVANGELHO DOS DOMINGOS DA QUARESMA


 


10 - Embora sejam riquíssimas as outras leituras bíblicas dos domingos da Quaresma, neste trabalho vamos deter-nos apenas no Evangelho, com sua temática própria e central na liturgia. No 1º e no 2º domingo da Quaresma, dos anos A, B e C, a temática do Evangelho é a mesma, mudando apenas o evangelista sinótico. Assim, no 1º domingo, sempre será o episódio da tentação de Jesus, ao passo que, no segundo, sempre vai voltar o tema da transfiguração do Senhor.

Já no 3º, 4º e 5º domingo, vamos ter: no ano A, os chamados evangelhos catecumenais, isto é, aqueles de que se servia a Igreja primitiva para a preparação dos catecúmenos para o batismo na noite santa da Vigília Pascal, cuja temática traz relação com o batismo: a água viva, a luz e a vida. Já o evangelho dos mesmos domingos do ano B são de fundo cristológico, e os do ano C se voltam para o tema da conversão, como é próprio de Lucas. Vejamos suas perícopes bíblicas:


 


ANO A:


1º domingo - Mt 4,1-11 - Tentação de Jesus - Ele vence a fome: de pão, de glória e de poder.


2º domingo - Mt 17,1-9 - A transfiguração de Jesus, certeza de nossa transfiguração.


3º domingo - Jo, 4,5-42 - A água viva - Amar a Deus em espírito e verdade.


4º domingo - Jo 9,1-41 - A cura do cego de nascença - Abrir-se para a luz.


5º domingo - Jo 11, 1-45 - A ressurreição de Lázaro - Eu sou a ressurreição e a vida.


 


ANO B


 


1º domingo - Mc 1,12-15 - Tentação de Jesus - Jesus é o novo Adão, vencedor da serpente.


2º domingo - Mc 9,2-10 - A transfiguração de Jesus - Filho querido de Deus.


3º domingo - Jo 2,13-25 - Anúncio da ressurreição - O novo templo de Deus.


4º domingo - Jo 3,14-21 - A exaltação de Cristo na morte - Passagem da morte para a vida.


5º domingo - Jo 12,20-33 - O grão de trigo que cai na terra deve morrer.


 


ANO C


1º domingo - Lc 4,1-13 - Tentação de Jesus - Cristo vence agora e vencerá depois.


2º domingo - Lc 9,28b-36 - A transfiguração de Jesus - Seu “êxodo” para a glorificação.


3º domingo - Lc 13,1-9 - As vítimas das catástrofes - Necessidade de conversão.


4º domingo - Lc 15,1-3.11-32 - A alegria do Pai na volta do filho pródigo.


5º domingo - Jo 8,1-11 - A mulher pecadora - A misericórdia do Pai.


 


11 - Dada a temática quaresmal do Evangelho, o 3º, 4º e 5º domingos dos anos A e B, e 5º domingo do ano C não são dos sinóticos, como seria normal no ciclo anual, mas de João, dado o caráter mais pascal do evangelho joanino.


 


DOMINGO DE RAMOS E DA PAIXÃO


 


12 - Como se explicou no início, o 6º domingo da Quaresma já dá início à Semana Santa, e sua liturgia é a mesma para todos os anos, exceto o evangelho, que será segundo o evangelista sinótico. Como o próprio nome indica, a celebração deste dia funde-se em dois aspectos fundamentais, que vão estar unidos e associados em todo o Mistério Pascal, ou seja, a paixão e a glória, a morte e a ressurreição, aspectos estes que, depois, vão transparecer mais ainda na liturgia do Tríduo Pascal da Morte e Ressurreição do Senhor.


 


13 - Na liturgia deste domingo, vamos ter, no início, a procissão de ramos, que lembra a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. No início da procissão, fora, pois, da igreja, proclama-se o evangelho dessa entrada, segundo o evangelista do ano, na sua sensibilidade própria, benzem-se os ramos e realiza-se a procissão festiva até à igreja, onde então se dá continuidade à missa a partir já da oração do dia, pois os outros ritos iniciais da missa foram substituídos pela procissão.

Já na igreja, e no momento próprio do evangelho, é feita a narração da Paixão do Senhor, segundo o evangelista do ano, narração que é feita sem solenidade, isto é, sem a saudação ao povo, sem o sinal-da-cruz sobre o livro, sem o beijo, sem incenso e sem velas. Apenas se diz no fim: Palavra da salvação. Quando é feita por diácono, este pode pedir a bênção ao presbítero ou ao bispo. Na ausência de diácono, a Narrativa da Paixão pode ser feita por um leigo, reservando-se as palavras de Jesus ao presidente.


 


14 - Devemos ter em mente que, embora celebremos no 34º domingo do Tempo Comum a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo, como que encerrando o Ano Litúrgico e o coroando, a verdadeira realeza de Cristo é celebrada principalmente no Domingo de Ramos e da Paixão.


 


PERÍCOPES BÍBLICAS DO DOMINGO DE RAMOS E DA PAIXÃO


 


15 - São dados aqui os textos bíblicos e, como se trata de uma única celebração, são colocadas também as demais leituras da Liturgia da Palavra. Eis os textos:


Evangelho da entrada triunfal em Jerusalém:


 


Ano A - Mt 21,1-11


Ano B - Mc 11,1-10


Ano C - Lc 19,28-40


 


Leituras da missa nos anos A, B e C:


 


1ª leitura: Is 50,4-7


3º canto do Servo de Javé - O profeta fiel - Paciência e confiança em Deus.


Salmo Responsorial: Sl 22(21),8.9.17-18a.19-20.23-24 -

Oração na tristeza e na desolação.

2ª leitura: Fl 2,6-11

A kênose de Cristo, seu despojamento e sua humilhação.


 


Narrativa da Paixão:


 


Ano A - Mt 26,14-27,66 ou 27,11-54 (abreviada)


Ano B - Mc 14,1-15,47


Ano C - Lc 22,14-23,56

Tempo Comum - João de Araújo

 Tempo Comum

1 - Por Tempo Comum devemos entender aquele longo período que se encontra entre os ciclos do Natal e da Páscoa. Na prática são 33 ou 34 semanas. Começa esse tempo litúrgico na segunda-feira após a Festa do Batismo do Senhor, ou na terça-feira, quando a Epifania é celebrada no dia 7 ou 8 de janeiro, hipótese em que o Batismo do Senhor é celebrado então na segunda-feira. Na terça-feira de Carnaval, o Tempo Comum se interrompe, reiniciando-se na segunda-feira depois do Domingo de Pentecostes e prolongando-se até a tarde do sábado que precede o primeiro Domingo do Advento.



2 - No Tempo Comum não se celebra um aspecto especial de nossa fé, como é o caso do Natal (Encarnação), e Páscoa (Redenção), tempos que, como se vê, têm características próprias, mas celebra-se o próprio mistério de Cristo em sua plenitude, principalmente aos domingos (cf. NUALC N.43). Uma temática pode, porém, nele aparecer, quando nele se celebram algumas Solenidades, como "Santíssima Trindade", "Corpus Christi" etc., chamadas na liturgia de "Solenidades do Senhor no Tempo Comum".



3 - Como podemos notar, não existe na liturgia o 1º Domingo do Tempo Comum, porque, em seu lugar, a Igreja celebra, nas hipóteses já referidas, a Festa do Batismo do Senhor. Diz-se então, iniciando esse período, "Primeira semana do Tempo Comum", que começa na segunda-feira ou na terça-feira, encerrado o ciclo natalino, como já vimos. A partir do segundo domingo é que começa, oficialmente, a enumeração dos domingos do Tempo Comum, como conhecemos.



4 - Dadas como foram as Festas e Solenidades dos dois ciclos litúrgicos, aqui são dadas também aquelas do Tempo Comum, com atenção para as da nota neste texto. Vejamos então:



SOLENIDADES DO SENHOR NO TEMPO COMUM



5 - São quatro as celebrações assim denominadas. São também móveis, isto é, sua data de celebração depende da Páscoa. Ei-las:


a) - Santíssima Trindade


Celebra-se no domingo seguinte ao de Pentecostes.


b) - Santíssimo Corpo e Sangue do Senhor (Corpus Christi)


Celebra-se na quinta-feira após a Solenidade da Santíssima Trindade.


c) - Sagrado Coração de Jesus


Sua celebração se dá na segunda sexta-feira após "Corpus Christi".


d) - Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo


É celebrada no último domingo do Tempo Comum antes do início do Advento, ocupando, pois, o lugar do 34º domingo.



6 - Também no Tempo Comum são celebradas algumas Festas do Senhor. Estas, quando caem no domingo, ocupam o seu lugar e se tornam, liturgicamente, Solenidades. São elas:



a) -  Apresentação do Senhor


Celebra-se no dia 2 de fevereiro


b) - Transfiguração do Senhor


Sua celebração é em 6 de agosto


c) - Exaltação da Santa Cruz


Celebra-se em 14 de setembro


d) - Dedicação da Basílica do Latrão  - (Catedral de Roma) 


Sua celebração é no dia 9 de novembro. Embora não seja propriamente uma “Festa do Senhor”, é colocada no seu nível, dada a sua importância para a Igreja. Portanto, quando cai em domingo, é nele celebrada.



7 - Além das "Festas do Senhor" acima referidas, outras Festas e Solenidades são celebradas no Tempo Comum, pertencentes então ao Santoral. Tratando-se de Solenidades, quando caem no domingo, são nele celebradas. Sendo Festas, caindo no domingo, são, porém,  omitidas. Ei-las:



SOLENIDADES:


 


a) - Natividade de São João Batista - em 24 de junho.


b) - São Pedro e São Paulo - no domingo entre 28 de junho e 4 de julho ou em 29 de junho (data oficial) quando o dia cai em um domingo.


c) - Assunção de Nossa Senhora - no domingo entre 14 e 20 de agosto, e em 15 de agosto (data oficial) nos casos de padroeira ou quando o dia cai em um domingo.


d) - Nossa Senhora Aparecida - em 12 de outubro.


e) - Todos os Santos – em 1º de novembro (data oficial), quando cai em um domingo, ou no domingo que cai entre os dias 3 a 7 de novembro.



COMEMORAÇÃO:


 


8 - Finados -  em 2 de novembro 

Nota: O dia de Todos os Santos cede lugar à comemoração de Todos os Fiéis Defuntos quando o dia 2 de novembro cai em um domingo.


“A celebração de todos os fiéis defuntos, por não ter caráter de solenidade, festa ou memória propriamente ditas, é chamada pela Igreja de Comemoração. Trata-se de uma Comemoração muito especial, celebrada então mesmo quando ocorre em domingo” (cf. Guia Litúrgico-Pastoral).



Festas do Santoral celebradas no Tempo Comum, observando-se a nota abaixo:


1 -  Conversão de São Paulo, Apóstolo - em 25 de janeiro


2 - Cátedra de São Pedro - em 22 de fevereiro


3 - São Marcos, Evangelista - em 25 de abril


4 - São Filipe e São Tiago - em 3 de maio


5 - São Matias, Apóstolo - em 14 de maio


6 - Visitação de Nossa Senhora - em 31 de maio


7 - São Tomé, Apóstolo - em 3 de julho


8 - Nossa Senhora do Carmo – 16 de julho


9 - São Tiago Maior, Apóstolo - em 25 de julho


10 - São Lourenço, Diácono e mártir - em 10 de agosto


11 - Santa Rosa de Lima - em 23 de agosto


12 - São Bartolomeu, Apóstolo - em 24 de agosto


13 - Natividade de Nossa Senhora - em 8 de setembro


14 - São Mateus, Apóstolo e Evangelista - em 21 de setembro


15 - São Miguel, São Gabriel e São Rafael, Arcanjos - em 29 de setembro


16 - São Lucas, Evangelista - em 18 de outubro


17 - São Simão e São Judas Tadeu, Apóstolos - em 28 de outubro



Nota: As Festas do Santoral celebradas no período de fevereiro a maio ora se situam no Tempo Comum, ora na Quaresma, ora no Tempo Pascal. Dada, pois, a mobilidade da Páscoa, no Ciclo Pascal não foram elas nomeadas. Acima foram colocadas apenas para a sua nomeação e localização em anos mutáveis.  



9 - Neste trabalho não houve referência às Memórias (obrigatórias ou facultativas), que a Igreja celebra também durante todo o Ano Litúrgico. As Memórias são omitidas quando caem no domingo e nos tempos privilegiados, podendo contudo, nestes,  ser celebradas como facultativas, nas normas litúrgicas. Para as Solenidades, Festas e Memórias dos santos, temos leituras próprias, indicadas no Lecionário Santoral.



O SANTORAL



9 - É útil saber que em todo o Ano Litúrgico a Igreja celebra as Solenidades, Festas e Memórias dos santos, como momentos também importantes na Liturgia. É o que se chama Santoral, no calendário litúrgico, com Lecionário próprio. As Solenidades são sempre celebradas no dia próprio, podendo, porém, ser antecipadas ou transferidas, em casos especiais; as Festas são próprias do dia natural, por isso não tem I Vésperas e são omitidas quando caem em domingo. Trata-se aqui de Festas dos santos, entendamos. Já as Memórias não são celebradas nos chamados tempos privilegiados (segunda parte do Advento, Oitava do Natal, Quaresma, Semana Santa e Oitava da Páscoa), a não ser como Memórias facultativas e dentro das normas para a missa e Liturgia das Horas. Caindo em domingo, também são omitidas. Na parte própria que trata da precedência dos dias litúrgicos será explicado melhor o que aqui se expõe. Algumas solenidades do ano litúrgico são precedidas por vigílias.



10 - Vemos então que, se no Natal e na Páscoa, Deus apresenta à Igreja o seu projeto de amor em Cristo Jesus , para a salvação de toda a humanidade, no Santoral a Igreja apresenta a Deus os copiosos frutos da redenção, colhidos na plantação de esperança do próprio Filho de Deus. São os filhos da Igreja que seguiram fielmente o Cristo Senhor na estrada salvífica do Evangelho. Em outras palavras, o Santoral é a resposta solene da Igreja ao convite de Deus para a vida de santidade.  

Ciclo da Páscoa - João de Araújo

 Ciclo da Páscoa

1 - A exemplo do Ciclo do Natal, o Ciclo da Páscoa é constituído também de três momentos em sua estrutura celebrativa: a Quaresma, como preparação penitencial para Páscoa; o Tríduo Pascal da Morte e Ressurreição do Senhor, como celebração solene e seu núcleo vital; e o Tempo Pascal, como prolongamento da Páscoa. Vejamos então um pouco de cada momento.


 


QUARESMA


 


2 - Chamado, liturgicamente, de tempo de preparação penitencial para a Páscoa, a Quaresma, a exemplo também do Advento, tem dois momentos distintos: o primeiro vai da Quarta-Feira de Cinzas até o Domingo de Ramos e da Paixão, e o segundo, como preparação imediata, vai do Domingo de Ramos até o início da missa da Ceia do Senhor exclusive, quando se encerra então o tempo quaresmal.


 


3 - O tempo da Quaresma é tempo privilegiado na vida da Igreja. É tempo forte, no sentido litúrgico, chamando-nos à conversão e mudança de vida. Sua palavra-chave é "metanóia", palavra grega, que significa conversão. Nesse tempo se registram os grandes exercícios quaresmais: a prática da caridade e as obras de misericórdia. O jejum, a esmola e a oração são exercícios bíblicos até hoje recomendáveis, na imitação da espiritualidade judaica. Dentro do espírito quaresmal, no Brasil realiza-se a Campanha da Fraternidade, com sua proposta concreta de ajuda aos irmãos, focalizando sempre um tema da vida social.


 


4 - Não nos esqueçamos ainda de que a Quaresma sempre foi e continua sendo um tempo de tomada de  consciência batismal, tanto na preparação dos catecúmenos, que na Vigília Pascal geralmente recebem o Batismo, seja para todos os fiéis que, na mesma Vigília, renovam suas promessas batismais, como culminância dos exercícios quaresmais. No mesmo sentido batismal, deve-se também na Quaresma ser reforçada a consciência do espírito de reconciliação, por meio sobretudo do sacramento próprio. 


 


5 - Seis são os domingos da Quaresma, sendo o sexto já o Domingo de Ramos. Como se viu no Advento, também a Quaresma tem o seu domingo da alegria, o quarto, chamado "Laetare", em que se pode usar a cor rósea na Liturgia. Sendo a Quaresma tempo privilegiado, nela não se celebra a Memória dos santos, a não ser como “memória facultativa”, obedecidas as normas litúrgicas. Nos Domingos da Quaresma, as Festas são omitidas, e as Solenidades são antecipadas ou transferidas.


 


6 - A palavra "Quaresma" vem da abreviação do latim "quadragésima", isto é, "quarenta", e está ligada a acontecimentos bíblicos, que dizem respeito à história da salvação: jejum de Moisés no Monte Sinai, caminhada de Elias para o Monte Horeb, caminhada do povo de Israel pelo deserto, jejum de Cristo no deserto etc..


 


TRÍDUO PASCAL DA PAIXÃO, MORTE E RESSURREIÇÃO DO SENHOR


 


7 - O Tríduo Pascal é o centro não só da Páscoa, mas também de toda a vida da Igreja. Na liturgia ocupa o primeiro lugar em ordem de grandeza, não havendo, pois, nenhuma outra celebração que se possa colocar em seu nível. É portanto o cume da liturgia e de todo o acontecimento da redenção. Por isso, deveria estar mais presente, como tema, em toda catequese e ser objeto de interiorização nos encontros eclesiais.


 


8 - Começa o Tríduo Pascal na Quinta-Feira Santa, na missa vespertina, chamada "Ceia do Senhor", tem seu centro na Vigília Pascal do Sábado Santo e encerra-se com a missa vespertina do Domingo da Páscoa. O Tríduo Pascal não é - diga-se - um tríduo que nos prepara para o Domingo da Páscoa, mas um tríduo celebrativo do Mistério Pascal de Cristo, que culmina no domingo, "Dia do Senhor". Trata-se, pois, de uma única celebração, em três momentos distintos.


 


9 - Na Liturgia, a centralidade dinâmica do Tríduo Pascal da Morte e Ressurreição do Senhor explica-se por trazer ele tanto o sinal profético da Quinta-Feira Santa, com os gestos e as lições do Cenáculo, como também o acontecimento fundante do Calvário, na tarde da Sexta-Feira Santa, seguido da ressurreição do Senhor, na manhã luminosa do Domingo da Páscoa. Na verdade, a essência pascal da ressurreição é que faz da Eucaristia - Memorial do Senhor -  celebração, pois, de caráter sacramental, isto é, canal de graça e de força salvífica. Saibamos então que a Liturgia, dado o seu caráter sacramental, não só torna presentes  na celebração eucarística todos os gestos e acontecimentos do Cenáculo e do Calvário, mas também faz da Eucaristia, teologicamente, a Páscoa perene do Senhor Ressuscitado, como também a nossa. Se tivesse eu de elaborar uma síntese mais simples do que aqui se afirma, diria, citando São Paulo (cf. 1Cor 15,14), que sem a ressurreição de Cristo vazia seria toda a pregação apostólica, como vã, vazia e sem sentido seria também a nossa fé cristã. Estaríamos ainda acorrentados nos "Egitos" do mundo, submetidos aos seus faraós e presos aos grilhões do pecado e da morte.


 


10 - Prosseguindo nas considerações litúrgicas, devemos dizer que se aplica sobretudo ao Domingo da Páscoa tudo o que se disse sobre o domingo, como fundamento do Ano Litúrgico. E mais: o Domingo da Páscoa deve ser visto, celebrado e vivido como o "domingo dos domingos", dia, pois, sagrado por excelência. Se todos os domingos do ano já têm primazia fundamental sobre todos os outros dias, o Domingo da Páscoa destaca-se ainda mais pela sua notoriedade cristã, dada a sua relação teológica com o Senhor Ressuscitado (Kyrios). Uma observação: os textos litúrgicos das celebrações pascais, como também reflexões talvez mais claras e objetivas encontram-se no menu “Semana Santa”.


 


11 - Com a reforma litúrgica do Concílio Vaticano II somente duas celebrações na Igreja mantêm a "Oitava", isto é, um prolongamento festivo da celebração principal por oito dias, durante os quais a liturgia se volta com o caráter festivo da Solenidade central. As duas Oitavas são, pois, do Natal e da Páscoa. Especialmente na Oitava da Páscoa é proibida qualquer outra celebração.


 


12 - Considerando o que acima foi exposto, vejamos já então o que acontece no Ciclo da Páscoa quando o grau da celebração for Solenidade: se cair em domingo da Quaresma, ela é transferida para a segunda-feira, e se cair na Semana Santa, se for a de São José, a Solenidade é antecipada para o sábado que antecede o Domingo de Ramos; e se for a da Anunciação do Senhor, então esta é transferida para a segunda-feira depois da Oitava pascal. A Oitava da Páscoa vai, assim, do Domingo da Páscoa ao domingo seguinte, este, chamado antes “domingo in albis”, em que os novos batizados depunham suas vestes brancas. Por decreto da Congregação do Culto e da Disciplina dos Sacramentos, de 23 de maio de 2000, o segundo Domingo da Páscoa passou a chamar-se também “Domingo da Divina Misericórdia”.


 


TEMPO PASCAL


 


13 - O tempo litúrgico que vai do Domingo da Páscoa ao Domingo de Pentecostes chama-se Tempo Pascal, um período de cinquenta dias, nos quais brilha intensamente a luz do mistério da Páscoa, na alegria do Senhor ressuscitado. Podemos dizer que a frase típica do Tempo Pascal poderia ser: “Aleluia! O Senhor ressuscitou verdadeiramente. Aleluia!” (cf. Lc 24,34; At 3,14-15). Segundo Santo Atanásio (citado pelas Normas Universais  -  NUALC n. 22), o Tempo Pascal deve ser celebrado como um "grande domingo", ou seja, um domingo com duração de cinquenta dias. Na mesma espiritualidade de Atanásio, podemos dizer, Santo Agostinho vai ensinar que o domingo da Páscoa deve ser considerado e celebrado como o “domingo dos domingos”.


 


Considerações sobre a Liturgia do Tempo Pascal


 


14 - Como podemos observar, é sobretudo no Tempo Pascal que a liturgia canta com mais vivacidade o Aleluia da ressurreição, e a aclamação aleluiática acontece também nos ritos de despedida, tanto da missa como da Liturgia das Horas, nessa ainda presente tanto nos responsórios como nas antífonas.  Na liturgia, o Círio Pascal é aceso, como símbolo do Senhor ressuscitado, não só nos domingos, mas também em todos os dias de semana. Seu lugar mais apropriado no espaço celebrativo é próximo ao ambão. Tais anotações litúrgicas mostram o caráter festivo que a Igreja quer dar ao Tempo Pascal, como tempo vivo de páscoa, pondo em prática, diríamos, o ensinamento patrístico acima referido. Além disso, segundo as Normas Universais sobre o Ano Litúrgico e o Calendário, os dias de semana depois da Solenidade da Ascensão do Senhor até o sábado antes de Pentecostes inclusive, servem como preparação para a vinda do Espírito Santo Paráclito. 


 


15 - Acentuando “mais fortemente a unidade do tempo pascal”, os domingos do Tempo Pascal, antes chamados de “Domingos depois da Páscoa”, são chamados agora, pela reforma litúrgica, de "Domingos da Páscoa", com a identificação de 2º, 3º etc.. São sete tais domingos e, no sétimo, no Brasil se celebra a Solenidade da Ascensão do Senhor. Como se vê, a Páscoa tem um prolongamento imediato, nos oito dias seguintes, na chamada Oitava, onde não acontece nenhuma outra celebração, e um prolongamento mais extenso, indo até à Solenidade de Pentecostes, esta celebrada no domingo seguinte ao da Ascensão do Senhor, mas sem a marca de 8º Domingo da Páscoa, como ficou explicado nas notas do Gráfico do Ano Litúrgico. No Tempo Pascal, após a Oitava da Páscoa, outras celebrações não são omitidas.


 


16 - Saibamos também que o Tempo Pascal, na liturgia, é fortemente marcado pela espiritualidade joanina, por ser o Evangelho de João considerado como “Evangelho pascal”. Assim, aos domingos, com exceção do da Ascensão, o Evangelho é de João, como será de João o dos dias de semana, exceto em alguns dias da Oitava da Páscoa, notando-se também que o Evangelho de João já vinha sendo lido desde a quarta semana da Quaresma, nos dias de semana. Além disso, para todos os domingos do Tempo Pascal, a segunda leitura será: para o ano A, a predominância de 1Pd; para o ano B, a predominância de 1Jo; e para o ano C, a predominância do Apocalipse. Já a primeira leitura do Tempo Pascal é sempre dos Atos dos Apóstolos, confirmando o antigo uso então afirmado por São João Crisóstomo e por Santo Agostinho, e isto se observa tanto para aos domingos como para os dias de semana.


 


17 - Podemos dizer que, usando o livro dos Atos dos Apóstolos na primeira leitura do Tempo Pascal, a Igreja proclama e ouve a história de si mesma nos seus primórdios, não tanto em sentido simplesmente histórico, mas como elemento vital para a sua própria evangelização e contínua edificação. Assim, liturgicamente, podemos notar que na Liturgia da Palavra da Vigília Pascal,  após a sétima leitura do Antigo Testamento, este tempo antigo entra em silêncio, cedendo lugar à própria história da Igreja. pro, cedendo lugar igo entra em silna Vig  Além do Tríduo Pascal, que é a celebração principal da Páscoa, duas outras Solenidades marcam também o Tempo Pascal. São elas a Ascensão do Senhor e Pentecostes. Vejamo-las separadamente:


 


Solenidade da Ascensão do Senhor


 


18 - No Brasil, é o domingo que celebra a subida do Senhor ao céu, quarenta dias após a ressurreição, segundo a indicação de Lucas (cf. At 1,3). A data certa da Solenidade seria na quinta-feira precedente, mas, como no Brasil não é feriado, transferiu-se então tal comemoração para o domingo seguinte, ocupando, pois, tal Solenidade o lugar do 7º Domingo da Páscoa. Deste, porém, podem ser tomadas as leituras no sexto domingo, quando pastoralmente for conveniente. “Os dias de semana depois da Ascensão até o sábado antes de Pentecostes inclusive, servem de preparação para a vinda do Espírito Santo Paráclito” (cf. NUALC n. 26). Além disso, a semana que vai da Ascensão a Pentecostes é de Oração pela Unidade dos Cristãos.


 


Solenidade de Pentecostes


 


19 - Pentecostes, no Antigo Testamento, era uma festa agrícola, Festa das Semanas, estas em número de sete, acrescentando-se a elas mais um dia, o quinquagésimo (cf. Lv 23,16), recebendo então a festa também o nome de Pentecostes, como se vê em Tb 2,1. Sabe-se que, na antiguidade, o primeiro e o último dia de um período de tempo eram contados como um só dia.


 


20 - Sabemos que a Festa de Pentecostes, no sentido judaico,  era celebrada no templo, com diversos sacrifícios (cf. Lv 23,15-21). Isso acontecia sete semanas após a colheita do trigo, como ação de graças pela colheita. Posteriormente, ela ganhou também sentido simbólico, com marca histórica, pois foi relacionada com o evento salvífico central da aliança antiga, ou seja, a proclamação da lei no monte Sinai. Segundo At 2,1-13, foi nesse dia, em Jerusalém, que se verificou a efusão do Espírito Santo, em dimensão, porém, de universalidade, dado o simbolismo das línguas e dos vários povos presentes.


 


21 - Para nós, cristãos, Pentecostes ganha novo sentido e, na liturgia, é o coroamento de todo o Ciclo da Páscoa, numa Solenidade que celebramos após cinquenta dias da ressurreição, isto acontecendo na Igreja desde o século II. Pentecostes marca, pois, o início solene da vida da Igreja (cf. At 2,1-41), não o seu nascimento, uma vez que este se dá, misteriosamente, na Sexta-Feira Santa, do lado do Cristo Crucificado, como sua Esposa Imaculada. Podemos dizer que “a Páscoa é a imolação e glorificação de Cristo, e o Pentecostes é a sua exaltação como Kyrios pela Igreja, plena do seu Espírito”.


 


22 - Como já foi dito, Pentecostes coroa a obra da redenção, pois nela Cristo cumpre a promessa feita aos apóstolos, segundo a qual ele enviaria o Espírito Santo Consolador, para os confirmar e os fortalecer na missão apostólica. Assim, “quem doa o Espírito é o Senhor glorificado”, o que nos permite afirmar e confessar, com maior fidelidade à teologia do Espírito, que ele é Dom que o Ressuscitado faz à sua Igreja. A vinda do Espírito Santo, no episódio bíblico de At 2,1-4, deve então ser entendida também em dimensão eclesiológica (cf. SC n. 6), ou seja, o Espírito vem e manifesta a Igreja ao mundo como sinal perene da salvação e como templo vivo do mesmo Espírito. É correto afirmar que, se no Ciclo do Natal a Solenidade da Epifania manifesta o Senhor como o Salvador de todos os povos e nações, na Solenidade de Pentecostes o Espírito Santo revela aos povos e nações a Igreja como o sinal visível de Cristo, seu Corpo Místico e referencial da mesma salvação.


 


23 - Como sabemos, a partir do missal de Paulo VI Pentecostes é celebrada como “festa pascal”, na unidade do mistério cristão, e não simplesmente como festa comemorativa da descida do Espírito Santo, como era celebrada desde o século VII, o que a tinha tornado festa independente, inclusive com Oitava. Mesmo hoje é provável que exista ainda resquício da compreensão antiga, principalmente em certos movimentos de inspiração carismática. O importante, porém, é saber que o encerramento da Páscoa se dá com a efusão do Espírito Santo, que leva ao cumprimento pleno o Mistério Pascal da Morte e Ressurreição do Senhor, revelando assim a todos os povos e nações o mistério salvífico de Deus, escondido desde os séculos e desde as gerações, mas agora manifestado na culminância do amor divino (cf. Cl 1,25-26).  

Ciclo do Natal - João de Araújo

 Ciclo do Natal

1 - Na dinâmica litúrgica do Ciclo do Natal temos três momentos importantes, com características próprias, todos voltados para o evento salvífico e sacramental da Encarnação do Verbo de Deus. São eles: o Advento, como preparação; a Solenidade do Natal do Senhor, como celebração solene; e o Tempo do Natal, como prolongamento da Solenidade principal. Saibamos que a Encarnação do Filho de Deus, como acontecimento histórico, é o começo de nossa Redenção, como também garantia de sua consumação na segunda vinda de nosso Salvador. Dizendo “começo de nossa Redenção”, queremos afirmar que todas as celebrações natalinas, começando já no Advento, são também celebrações pascais. Dá-se, a seguir, um pequeno comentário sobre as partes do Ciclo do Natal.


 


ADVENTO


 


2 - O Advento é um tempo forte na Igreja, onde nos preparamos para a celebração do Natal. Tem duas características, marcadas por dois momentos. O primeiro vai do primeiro Domingo do Advento até o dia 16 de dezembro. Neste primeiro momento, a liturgia nos fala da segunda vinda do Senhor no fim dos tempos, a chamada escatologia cristã. Costuma-se chamar esse primeiro momento de Advento Escatológico. Já o segundo momento, de preparação imediata, vai do dia 17 ao dia 24 de dezembro. É como que a "semana santa" do Natal. Neste período, a liturgia vai nos falar mais diretamente da primeira vinda do Senhor, no Natal. Por isso, é costume chamá-lo de Advento Natalício.


 


3 - Num estudo acomodatício da história humana, poderíamos dizer que Deus preparou a Humanidade em quatro grandes períodos, de maneira progressiva, para a grande obra de redenção em seu Filho. Esses quatro períodos poderiam ser simbolizados nos quatro Domingos do Advento, e seriam: 1º) O tempo primitivo de Adão a Noé - 2º) O de Noé a Abraão - 3º) O de Abraão a Moisés – e, finalmente, o 4º) O tempo que vai de Moisés a Cristo. Adão e Noé, aqui entendidos como patriarcas do gênero humano; Abraão, como patriarca do povo hebreu, com ele tendo início a caminhada da salvação (cf. Gn 12); e Moisés, como condutor do povo de Israel, na saída do Egito. Já no dado litúrgico, vemos que três personagens bíblicos sempre marcaram o tempo do Advento. São eles: o profeta Isaías, João Batista e a Santa Mãe de Deus. Por sua vez, os quatro domingos podem simbolizar também as quatro estações do ano solar e as quatro semanas do mês lunar.


 


4 - A coroa, em sua forma circular, com suas quatro velas, é o principal símbolo do Advento. As velas, no simbolismo litúrgico, não indicam quantidade de luz, mas intensidade luminosa, crescente, à medida que se aproxima o Natal.  Por isso não se acendem todas elas já no início do Advento, mas a cada domingo uma nova vela, querendo simbolizar a intensidade crescente da luz à medida que se aproxima a Luz verdadeira, que é Cristo Jesus. Quanto à coroa do Advento, pode-se revesti-la com folhas de pinheiro. Como sabemos, o pinheiro é a única árvore que não perde as suas folhas facilmente, seja no inverno rigoroso da Alemanha, onde teve origem a coroa, seja no verão do outro hemisfério. Então o verde das folhas, que teima em não morrer, nos fala também, em linguagem simbólica, do mistério cristão, que nunca perde o seu verdor, simbolizando, pois, a esperança, virtude que deve estar sempre viva na vida cristã. Assim, na vivência de nossa fé, devemos também resistir a todas as intempéries da vida (problemas, angústias e agitações múltiplas), como ainda às investidas do mal.  


 


5 - É interessante notar que nos domingos do Advento canta-se o Aleluia, que é aclamação jubilosa, mas não se canta o Glória, que é também um hino jubiloso. O fato de cantarmos o Aleluia mostra, pois, o caráter não penitencial do Advento, apesar de ser um tempo de reflexão, este sempre considerado pela Igreja como um tempo de piedosa e alegre expectativa da vinda do Senhor, seja na dimensão natalícia da Encarnação, como comemoramos no Natal, seja na dimensão definitiva e escatológica do fim dos tempos. Já a omissão do Glória explica-se por um comentário antigo às Normas Universais sobre o Ano Litúrgico e o Calendário, que diz: “no Natal, o canto dos anjos deve ressoar como algo de inteiramente novo” (cf. Adolf Adam – O Ano Litúrgico – p. 131). Se cantássemos então o Glória no Advento, no Natal tal canto não seria novidade.


 


6 - Quanto à cor litúrgica do Advento, influenciada desde o século XII pela liturgia galicana,  a Liturgia romana, oficialmente, sempre indicou a cor roxa, o que não combina, porém, com o sentido litúrgico do Advento, e  a nova IGMR (n. 346d) ainda insiste na sua indicação, facultando, porém, às Conferências Episcopais propor adaptações à Sé Apostólica. No Brasil, o Diretório da Liturgia continua trazendo a indicação do roxo, apenas indicando o róseo como opção no 3º Domingo (Gaudete), numa clara posição, pois, de indiferença, ou de esquecimento.


 


SOLENIDADE DO NATAL DO SENHOR


 


7 - A Solenidade do Natal do Senhor é a celebração principal de todo o ciclo natalino. Constitui portanto o seu centro. Jesus nasce em Belém da Judeia, em noite fria (inverno boreal), mas traz do céu o calor vitalizante da santidade de Deus, em mensagem de paz dirigida sobretudo aos pobres, com quem se identifica mais plenamente, cumulando-os das riquezas do Reino. Sua "noite feliz" sinaliza para a "noite fulgurante" da Sagrada Vigília Pascal do Sábado Santo, onde as trevas são dissipadas, definitivamente, pela luz do Ressuscitado. A Solenidade do Natal se prolonga com Oitava, isto é, tem prolongamento festivo por oito dias. No dia da celebração principal, três são as suas missas: da noite, da aurora e do dia. A seguir, são dados os textos bíblicos das três missas.


 


Missa da noite: Is 9,1-3.5-6  Sl 96(95),1-2ab.3.11-12.13   Tt 2,11-14  e  Lc 2,1-14


 


Missa da aurora: Is 62,11-12  Sl 97(96),1.6.11-12   Tt 3,4-7 e Lc 2,15-20


 


Missa do dia: Is 52,7-10  Sl 98(97),1.2-3ab.3cd-4.5-6    Hb 1,1-6 e Jo 1,1-18 ou 1,1-5.9-14



8 - Numa sensibilidade não só poética, mas sobretudo teológica, podemos afirmar que no Natal o Céu se une à Terra, pois a natureza divina se une à natureza humana, através do Verbo de Deus, que se faz carne, (cf. Jo 1,14),  mistério que transcende a compreensão humana. É pura humildade de Deus e pura gratuidade do amor divino. Dizemos então que Deus não só visita o seu povo, na Pessoa de seu Filho amado, mas vem morar entre nós, para ser o Deus-Conosco, Emanuel, e assim conosco caminhar nas estradas de nossa vida, conduzindo-nos à sua morada eterna. Natal, pois, confirma a dignidade da pessoa humana, devolvendo sobretudo aos pobres e marginalizados a sua nobreza como prediletos de Deus, como foi claramente revelado aos pastores  pela mensagem do anjo (cf. Lc 2,8-12).



TEMPO DO NATAL



9 - Como o Advento, tem também o Tempo do Natal dois momentos. Um, imediato: é a Oitava do Natal, que prolonga a Solenidade natalina por oito dias, encerrando-se no dia primeiro de janeiro, Solenidade da Santa Mãe de Deus. O segundo momento vai de 2 de janeiro até a Festa do Batismo do Senhor, quando então se encerra, liturgicamente, o ciclo natalino.


 


10 - Acreditando ser útil à formação litúrgica das comunidades, são nomeadas abaixo as Festas e Solenidades do Ciclo do Natal, mas sem referência a seus textos bíblicos e a aspectos celebrativos, como também sem referências às Memórias dos santos no ciclo celebradas. Vejamos então:



No Advento - (além dos quatro domingos):


 


a) - Festa de Santo André – em 30 de novembro 

2021 - terça-feira


b) - Solenidade da Imaculada Conceição - em 8 de dezembro (Como é Solenidade fixa, no Brasil, por concessão da Santa Sé, quando cai em domingo, no caso 2º Domingo do Advento, é nele celebrada).

2021 - quinta-feira


c) - Festa de Nossa Senhora de Guadalupe - em 12 de dezembro (Caindo em domingo, ela é omitida).



No Natal -  (25 de dezembro):


 


Solenidade do Natal do Senhor,  principal do ciclo natalino, com três missas e Oitava.



No Tempo do Natal:


 


São duas as Solenidades e duas também as Festas celebradas no Tempo do Natal.  São elas:


 


a) - Solenidade da Santa Mãe de Deus


É celebrada em 1º de janeiro, com a qual se encerra, como vimos, a Oitava do Natal. (Esta Solenidade e a da Imaculada Conceição estão também associadas ao Mistério da Encarnação).  

2021 - sexta-feira


 


b) - Solenidade da Epifania


 


Epifania significa manifestação. É, pois, a manifestação de Jesus ao mundo, como salvador universal. Os magos simbolizam o conjunto das nações e dos povos. A Epifania marca, assim, a universalidade da redenção de maneira viva e simbólica. No Brasil, celebra-se a Epifania no domingo que cai entre os dias 2 a 8 de janeiro.


 


c) - Festa da Sagrada Família


 


Esta Festa é celebrada no domingo que cai entre os dias 26 e 31 de dezembro. No domingo, com o grau, pois, de Solenidade. Se não houver domingo neste período, então a Festa da Sagrada família é celebrada no dia 30 de dezembro, em qualquer dia da semana, com o seu grau próprio de Festa.

2021 - quinta-feira


 


d) - Festa do Batismo do Senhor



11 - Com a Festa do Batismo do Senhor encerra-se o Ciclo do Natal. A data de sua celebração depende da Solenidade da Epifania. Se a Epifania for celebrada até o dia 6 de janeiro, então o Batismo do Senhor se celebra no domingo seguinte e, a exemplo da Sagrada Família, com o grau então de Solenidade. Se, porém, a Epifania for celebrada no dia 7 ou 8 de janeiro, então a Festa do Batismo do Senhor será celebrada no dia seguinte, isto é, na segunda-feira, com o grau próprio de Festa. A Festa do Batismo do Senhor marca o início da vida pública e missionária de Cristo.



12 - Três celebrações natalinas ainda existem, mas são comemoradas fora do Ciclo do Natal: a Festa da Apresentação do Senhor, em 2 de fevereiro, no Tempo Comum portanto; a Solenidade de São José, esposo da Santíssima Virgem, em 19 de março, e a Solenidade da Anunciação do Senhor, em 25 de março. Estas duas últimas geralmente caem na Quaresma, porém, se caírem em domingo, são transferidas para a segunda-feira. Caindo na Semana Santa, a Solenidade de São José é antecipada para o sábado anterior ao Domingo de Ramos. Já a Anunciação do Senhor, quando cai na Semana Santa, é transferida para a segunda-feira após a Oitava da Páscoa, isto porque mesmo os dias de semana que antecedem o Tríduo Pascal gozam de precedência litúrgica sobre outras celebrações.  



13 - Dentro ainda da Oitava do Natal, três Festas do Santoral são celebradas.  São elas: Santo Estêvão, diácono e protomártir, em 26 de dezembro; São João, Apóstolo e Evangelista, em 27 de dezembro; e Santos Inocentes, em 28 de dezembro. Caso, porém, o domingo caia num desses três dias, a Festa da Sagrada Família é nele celebrada, como se expôs antes, omitindo-se então a Festa do santo do dia. Para a Liturgia das Horas, na celebração dos três dias referidos,  as Vésperas são da Oitava do Natal, como também para a Hora Média prevalece a salmodia própria do dia corrente com sua antífona do Natal. Finalmente, uma observação: nas Solenidades e Festas, como também em toda a Oitava do Natal,  canta-se ou recita-se o hino Te Deum (A vós, Senhor, louvamos) no final do Ofício das Leituras, na Liturgia das Horas.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

Dicas rápidas da Dad

 1


Beneficência e beneficente se escrevem assim — sem tirar nem pôr: Fiz o tratamento na Beneficência Portuguesa. A igreja promove campanhas beneficentes. O erro ocorre porque essas palavras são associadas com eficiência, eficiente, deficiência, deficiente, proficiência, proficiente, consciência, consciente, ciência e ciente, mas essas não estão relacionadas. Beneficente vem de beneficência, e o superlativo é beneficentíssimo. Nada a ver com benefício, beneficiar ou beneficiário.


2


Afora tem essa cara — tudo coladinho: casa afora, Brasil afora, mundo afora. A fora só se for em oposição a 'de dentro': Visitou a fábrica de dentro a fora. Se achar estranho, pode ser substituído por 'de dentro para fora'.


3


Sem bobeira, moçada. Extender com x não existe. Só existe estender com s. Logo, a garantia é estendida. Extenso, extensão, extensor e extensivo são com x.


4


Aficionado tem alergia a qualquer dose dupla. O c reina solitário: Sou aficionado por cinema. E você? Aficcionado não existe. A palavra não vem de ficção e sim de ofício, por isso a pessoa aficionada cultiva uma arte como se fosse seu trabalho, sua profissão.


5


A fruta pretinha 100% nacional? É a jabuticaba. Jaboticaba? Valha-nos, Deus! Dá indigestão gramatical.


6


Você joga um baralhinho? A carta pra lá de cobiçada, ou um objeto ou pessoa que desempenha diferentes funções, Bombril e 1001 utilidades, e também o vilão do Batman, se chama curinga. Coringa é outra coisa, vela em formato de triângulo ou quadrado usada em canoas ou barcaças. Rouba a sorte. Xô!


7


O lugar onde se bebem umas e outras? É o boteco, preferência dos mineiros, que adoram resumir e abreviar, de botequim para boteco. (Não vale buteco.)


8


Olho vivo! Cincoenta não existe. A palavra é cinquenta. Talvez por influência de cinco, há quem escreva assim, principalmente em preenchimento de cheques.


9


Protocolar ou protocolizar? Ambas merecem nota 10. Protocolar, claro, seja o verbo (registrar no protocolo) e o adjetivo (oficial, formal, cerimonioso, respeitoso: cumprimento protocolar). Protocolizar joga no time do cruz-credo. Rua!


10


 Exceção se escreve assim — com ç. Ela deriva de excetuar: Toda regra tem exceção? Dizem que a exceção confirma a regra. O erro ocorre porque a palavra é confundida com excesso, mas essas não têm nada a ver: exceção é o ato de excluir e excesso, o resultado do ato de exceder.

Exceção é raridade, então escreva com Ç.

Excesso é muito, então escreva com SS.


 11


O adjetivo derivado de Acre? É acriano. Assim mesmo — com i.


 12


Quem nasce na Argentina é argentino. Quem vem ao mundo em Buenos Aires, portenho. É como paulista e paulistano. Quem nasce no estado de São Paulo é paulista; na capital, paulistano.


13


Peça um prato à la carte. A expressão é francesa. Daí o acento. Engoli-lo? Valha-nos, Deus! O estômago protesta.


14


Alface é nome feminino e não abre: a alface, a alface americana, alface crespa, alface lisa. Trocar o gênero? A folha não desce. Engasga.


15


Ciclo vicioso? Círculo vicioso? Olho vivo. Ciclo tem fim (ciclo do ouro, ciclo da cana). O círculo não. Nota 10 para círculo vicioso e círculo virtuoso.

No Enem, você vai escrever uma dissertação. Para ir direto ao ponto, é bom distinguir os tipos textuais. São três — narração (imaginação), descrição (observação) e dissertação (argumentação, objetividade e razão). Cada um deles tem um verbo e responde a uma pergunta:


Narração


Pergunta: o que houve?


Verbo: contar


Exemplo: narração de Eduardo Galeano


Certa manhã, ganhamos de presente um coelhinho das Índias. Chegou em casa numa gaiola. Ao meio-dia, abri a porta da gaiola. Voltei pra casa ao anoitecer e o encontrei tal qual o havia deixado: gaiola adentro, grudado nas barras, tremendo por causa do susto da liberdade.


O que aconteceu? Galeano conta a história do coelhinho que tinha medo da liberdade.


Usa verbos de ação: ganhar, chegar, abrir, voltar, encontrar, deixar, tremer.


Descrição


Pergunta: Como ele é? Como ela é?


Verbo: mostrar


Exemplo: descrição de Clarice Lispector


Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha um busto enorme enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse, enchia os bolsos da blusa, por cima do busto, com balas. Mas possuía o que qualquer pessoa devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria.


Como ela é? Clarice mostra a garota para nós — gorda, baixa, sardenta, peituda. Faz uma fotografia com palavras.


Dissertação


Pergunta: como convencer?


Verbo: provar, demonstrar. Provar o quê? Um ponto de vista.


Exemplo: editorial que apresenta argumentos para provar que temos de acabar com a cultura do desperdício.


Como acabar com a cultura do desperdício? Ela tem de ser desmontada por dentro. É preciso que os brasileiros não joguem fora restos de comida aproveitáveis nem deixem as lâmpadas acesas quando saem de um aposento. É preciso que os livros escolares sejam aproveitados pelos irmãos menores. É preciso não destruir os bens públicos. É preciso, enfim, martelar insistentemente na necessidade de poupar.


Como convencer o leitor da necessidade de acabar com a cultura do desperdício? O autor apresenta argumentos inspirados no dia a dia: restos de comida, lâmpadas acesas, livros escolares, bens públicos, poupança.

No mundo do corre-corre, queremos textos curtos, precisos e prazerosos. Rapidez de leitura fisga. Facilidade também. É impossível gravar fileirinhas de algarismos. Que tal amaciar a vida do leitor? Separe por ponto as classes: 4.316, 1.324.728.

      Exceção? Só uma. As datas dispensam o ponto. Xô! Melhor: 1500, 1994, 2005, 2018.

      2. Só faça aproximação com números redondos: cerca de 300 pessoas. Se for exato, especifique: 92 pessoas.


      3. Na numeração de artigos de leis, decretos, portarias, parágrafos, circulares, avisos, incisos medidas provisórias & gangue, use o ordinal até nove. De 10 em diante, o cardinal: artigo 1º, artigo 9º, artigo 10, artigo 17.


      4. O primeiro dia do mês é 1º, não um.


      5. Os números romanos oferecem mais dificuldade de leitura que os arábicos. São uma pedra no caminho. Dê-lhes vez só em texto de lei e no nome de papas, reis e nobres: Bento XVI, D. João VI, Dom Pedro II, Parágrafo 1º…V. No mais (nomes de logradouros públicos, fatos históricos, eventos, capítulos e séculos), abra alas para os algarismos arábicos: século 20, capítulo 3º, Anexo 1, 1ª Guerra Mundial, 4º Congresso de Educação a Distância, 3ª República.

Existem erros e erros. Alguns são primários. Estão na cara como batom vermelho ou óculos de grau. Grafar pesquisa com z ou exceção com ss serve de exemplo. Ambos denunciam pouca familiaridade com a língua escrita. Para se safar, conjugue três verbos – ler, ler, ler. E, sempre que a dúvida bater, revide: o empreendimento é consultar o dicionário, a gramática ou a internet. Generoso, ele diz como escrever a palavra.




Outros erros são sofisticados. Exigem algo mais do que uma espiadinha no injustamente chamado pai dos burros. (Ele é pai dos sabidos.) Tropeços em flexões, concordâncias, pontuação, regências, colocação de pronomes, coesão etc. e tal pedem estudo de morfologia, sintaxe e lógica. Se você der nota 10 para a frase “Na rua passava bicicletas”, abra os olhos. O sujeito arma ciladas. Posposto ao verbo, engana bem. Se ele aparecer na frente do verbo, a armadilha fica clara: Na rua, bicicletas passavam.




Um dos critérios na avaliação do candidato a emprego ou vaga na universidade é o domínio da norma culta. O examinador espera ler e ouvir uma língua correta. Correta não significa rebuscada ou exibida. Significa apenas o elementar respeito à gramática. Deslizes na pronúncia, nos plurais, na conjugação verbal não passam despercebidos. Ao contrário. Ecoam. Eis escorregões que você pode evitar:




a nível de – a forma é ao nível de (= à altura de): Recife fica ao nível do mar.




adéquo – adequar só se conjuga nas formas em que a sílaba tônica cai a partir do u: adequamos, adequais, adequei, adequarei. (Na dúvida, substitua-o por adaptar, amoldar, acomodar ou ajustar.)




adivogado – não acrescente sons em fim de sílabas: advogado (não: adivogado), optar (não: opitar), fez (não: feiz), beneficência, beneficente (não: beneficiência, beneficiente), absoluto (não: abisoluto), aficionado (não: aficcionado), prazeroso (não: prazeiroso, porque vem de prazer, e não de prazeir).




aidético, leproso, mongol – são palavras que reforçam preconceitos. Diga portador de HIV, doente de hanseníase ou pessoa com síndrome de Down.




cachórros – nomes com o o fechado no masculino e no feminino mantêm o timbre no plural. É tudo como se tivesse um chapeuzinho: lobo, loba, lobos, lobas; cachorro, cachorra, cachorros, cachorras; raposo, raposa, raposos, raposas; bolso, bolsa, bolsos, bolsas; pombo, pomba, pombos, pombas; tonto, tonta, tontos, tontas; moço, moça, noços, moças.




colocar uma questão – na sua reunião, você expõe, declara ou argumenta. Colocar subentende-se a ideia de lugar, posição ou emprego.




correr atrás do prejuízo – nós corremos atrás do lucro, mas compensamos o prejuízo.




criar novas – só se cria o novo. Basta criar. Se for algo antigo, restaura-se.




de formas que, de maneiras que, de modos que, de sortes que – locuções conjuntivas se usam no singular: de forma que, de maneira que, de modo que, de sorte que




de menor – use menor de idade ou diga a idade: 4 anos, 12 anos,16 anos.




duas milhões de pessoas – milhar, milhão, bilhão e trilhão são masculinos, e não neutros: os milhares / milhões / bilhões / trilhões de crianças, de pessoas, de meninas. 




esteje – a forma é esteja.




estrear novo – só se estreia o novo. Basta estrear. Se for algo velho, não há estreia, e sim reprise.

 



extorquir alguém – extorquir é arrancar alguma coisa de alguém: extorquir dinheiro de alguém, extorquir informações de alguém. Uma pessoa pode ser ameaçada, coagida, constrangida ou forçada.




fazem dois anos – fazer, na contagem de tempo, é invariável. Só se conjuga na 3ª pessoa do singular: faz dois anos, fez cinco meses.




golero – pronuncie bem todas as letras da palavra: os ditongos (goleiro, sanfoneiro, pioneiro, plateia, cabeleireiro), o r e o s final das palavras (varrer, sentir, livros, mesas).




gratuíto – gratuito e intuito se pronunciam como circuito. O ui forma ditongo, sem acento. Não é gratuíto nem intuíto.




há dois anos atrás – baita pleonasmo. Há indica passado. Atrás também. Fique com um ou outro: Há dois anos terminei o curso. Terminei o curso dois anos atrás.




houveram – no sentido de existir ou ocorrer, o verbo é impessoal. Só se conjuga na 3ª pessoa do singular: Houve distúrbios. Houve três acidentes.




intermedia – intermediar se conjuga como odiar: odeio (intermedeio), odeia (intermedeia), odiamos (intermediamos), odeiam (intermedeiam).




interviu – intervir deriva de vir: ele veio, ele interveio.




irá dizer – a indicação do porvir pode ser feita de duas formas. Uma: o futuro simples (dirá). A outra: o futuro composto (vai dizer). Assim — com o verbo ir no presente. Nunca no futuro.




manter o mesmo – manter só pode ser o mesmo. Se é diferente, escolha outro verbo. Que tal trocar? Ou Ou mudar? Ou substituir?




medio – mediar, assim como ansiar, remediar, intermediar e incendiar, se conjuga como odiar: odeio (medeio), odeia (medeia), odiamos (mediamos), odeiam (medeiam).




meio-dia e meio – a concordância nota 10 é meio-dia e meia (hora).




Nóbel – Nobel é oxítona como Mabel, papel, cruel. Lembre-se do cientista que criou o prêmio: Alfred Nobel.




obrigado – ele diz obrigado; ela, obrigada; eles, obrigados; elas, obrigadas. Todos respondem por nada.




o óculos – óculos, como férias e pêsames, é substantivo plural: os óculos, óculos escuros, meus óculos.




panorama geral – todo panorama é geral. Basta panorama. Se for específica, diga visão.




passeiamos – não presenteie formas dos verbos terminados em -ear com o i: passear, frear, cear & cia. têm um capricho. O nós e o vós dos presentes do indicativo e subjuntivo dispensam o izinho que aparece nas demais pessoas. Dê-lhes crédito: eu passeio, (freio, ceio) ele passeia (freia, ceia), nós passeamos (freamos,ceamos), vós passeais (freais, ceais) eles passeiam (freiam, ceiam).




pequeno detalhe – todo detalhe é pequeno. Basta detalhe. Grande detalhe não existe. Se for grande, diga informação.




plano para o futuro – todo plano é para o futuro. Basta plano. Planos para o passado só se for com o Michael Fox do filme De Volta Para o Futuro.




pôrcos – nomes em que o o soa fechado no masculino e aberto no feminino o plural opta pelo salto alto e batom. Segue o feminino: porco, porca, porcos, porcas; porto, porta, portos, portas, torto, torta, tortos, tortas. Exceções? Elas confirmam a regra. É o caso de canhoto e canhota. No masculino, o som é fechado. No feminino, aberto. O masculino plural não segue o feminino. É canhotos, com o o fechado.




possue – não confunda a terminação dos verbos terminados em -uir: a 3ª pessoa do singular do presente do indicativo termina com i — ele possui, ele contribui, ele retribui, ele diminui, ele atribui, ele constitui, ele inclui, ele substitui, ele instrui, ele evolui (não: possue, contribue & cia. indesejada). Só há três exceções: ele constrói, ele destrói e ele reconstrói




probrema – não troque sons: problema (não: probrema, poblema, probrema ou plobrema), estupro (não: estrupo), mendigo (não: mendingo), encapuzado (não: encapuçado, nada tem a ver com encarapuçado).

Estrupo existe, mas não tem a ver com estupro. Deixe ploblema para o Cebolinha.




récorde – recorde se pronuncia como concorde. A sílaba tônica é cor. Record só se for a emissora.




rúbrica – rubrica é paroxítona como fabrica. A sílaba fortona: bri.




rúim – a palavra não é monossílaba, mas dissílaba – ru-im. A sílaba tônica: im.




se eu caber, se eu deter, se eu pôr, se eu trazer, se eu ver – olho no futuro do subjuntivo: se eu couber, detiver, puser, trouxer, vir.




seje – a forma é seja.




subzídio – pronuncie o s como em subsolo, subsecretário, subsíndico, subsequente e subsônico, e não como em subsistir e subsistência.




vítima fatal – fatal significa que mata. O acidente mata. É fatal. A queda mata. É fatal. O disparo mata. É fatal. O veneno mata. É fatal. O coronavírus mata. É fatal. A vítima não mata. Morre. Diga morto.




vou estar mandando & similares – vou mandar.




Ufa!

Tampouco / tão pouco

Tampouco = nem: Maria não fez a prova e tampouco deu explicações. Parece com Tampico, mas só se for amostra grátis do concorrente.


Tão pouco = muito pouco: O deputado falou tão pouco que surpreendeu. Comeu tão pouco que deixou a mãe preocupada. Peço tão pouco!


 


Onde / em que

Onde indica lugar físico: A cidade onde nasci tem 2 milhões de habitantes. A gaveta onde guardou os documentos está trancada. Minha terra tem palmeiras / onde canta o sabiá.


Em que indica situação: Na palestra em que falou sobre a pandemia, o ministro foi muito questionado. No debate em que o deputado sobressaiu, havia muitos eleitores da oposição. Lembrou-se do encontro em que se viram pela primeira vez.


 


Aonde

Só se usa com verbo de movimento que exige a preposição a: Aonde ele foi? Não sei aonde ele foi. Talvez ele saiba aonde ela foi.


Superdica


Pintou a dúvida? Parta pro troca-troca. Substitua a por para. Se couber, vá em frente. Dê a vez ao aonde: Aonde ele foi? Para onde ele foi? Não sei aonde ela foi. Não sei para onde ele foi. Talvez ele saiba aonde ela foi. Talvez ele saiba para onde ela foi.


 


O qual / que

O qual tem vez se o pronome for antecedido de preposição com duas sílabas ou mais, sem ou sob ou de todas as locuções prepositivas. Se não, prefira que: O senador a que se referiu é líder do partido. O livro de que lhe falei está esgotado. A casa sobre a qual lhe falei está à venda. O público perante o qual se manifestou se manteve indiferente. Também use o qual antes de pronomes indefinidos, numerais e expressões superlativas.


 


“Interviu”

Intervir é filhote de vir. Os dois se conjugam do mesmo jeito: eu venho (intervenho), ele vem (intervém), nós vimos (intervimos), eles vêm (intervêm); eu vim (intervim), ele veio (interveio), nós viemos (interviemos), eles vieram (intervieram); se eu vier (intervier), se ele vier (intervier), se nós viermos (interviermos), se eles vierem (intervierem). Etc. e tal.


 


“Se ele obter”

O futuro do subjuntivo tem pai e mãe. É o pretérito perfeito do indicativo. Ele nasce da 3ª pessoa do plural menos o -am final. Assim:


Pretérito perfeito: obtive, obteve, obtivemos, obtiver(am)


Futuro do subjuntivo: se eu obtiver, ele obtiver, nós obtivermos, eles obtiverem


 


“Se eu ver Maria”

Trata-se do futuro do subjuntivo. Vale a regra 6:


Pretérito perfeito: eu vi, ele viu, nós vimos, eles vir(am)


Futuro do subjuntivo: se eu vir, se ele vir, se nós virmos, se eles virem


 


“Se ele fazer”

Trata-se do futuro do subjuntivo. Vale a regra 6:


Pretérito perfeito: eu fiz, ele fez, nós fizemos, eles fizer(am)


Futuro do subjuntivo: se eu fizer, ele fizer, nós fizermos, eles fizerem


 


“Se eu pôr”

Trata-se do futuro do subjuntivo. Vale a regra 6:


Pretérito perfeito: pus, pôs, pusemos, puser(am)


Futuro do subjuntivo: se eu puser, ele puser, nós pusermos, eles puserem


 


“Houveram manifestações”

O verbo haver, no sentido de ocorrer e existir, é impessoal. Só se conjuga na 3ª pessoa do singular, mesmo com o objeto no plural: Houve manifestações em frente ao STF. Havia recursos a analisar. Há 10 pessoas na sala.

“Cite um erro de português que mais incomoda você.” Seguidores responderam com contribuições variadas. A enquete ficou pra lá de rica. Eis a terceira relação.


“Vítima fatal”


Fatal significa “que mata”. O acidente mata. É fatal. A queda mata. É fatal. O disparo mata. É fatal. O veneno mata. É fatal. O coronavírus mata. É fatal.


A pessoa não mata, morre. É vítima, ou morto: O acidente fez duas vítimas. No acidente, morreram duas pessoas. Saldo do acidente: dois mortos.


 


“Outra alternativa, única alternativa”


Alternativa é sempre outra. Como só há uma, é sempre única: Com a propagação do coronavírus, a alternativa é o isolamento social. Pra perder peso, a alternativa é fechar a boca. Pra escrever melhor, a alternativa é escrever mais. Se for mais de uma, dê a vez para saída, opção, possibilidade ou recurso.


 


“A muito tempo”


Na indicação de tempo, olho no tempo:


o passado pede o verbo haver: Cheguei há pouco. Ele morou em Brasília há cinco anos.  Trabalhamos aqui há 10 meses.

o futuro dá a vez à preposição a: Viajo daqui a pouco. A quatro meses das eleições, não há definição sobre possível adiamento. Mesma regra para distâncias.

 


“Há dois anos atrás”


Há indica tempo passado. Atrás também. Os dois juntos formam baita pleonasmo. Fiquemos com um ou outro: Há dois anos fui aos Estados Unidos. Dois anos atrás fui aos Estados Unidos.


 


“Qüestão”


Questão joga no time de quente, química, guerra e guitarra. O u é mudo. Não se pronuncia. O mesmo ocorre com os derivados: questionar, questionário, questionamento, questionável, questiúncula e questor.


 


“Melhor preparado”


O particípio sofre de alergia. Quando melhor se aproxima dele, espirros se sucedem. Que tal evitar contratempos? O mais bem pede passagem: Paulo está mais bem preparado que Maria. Vou selecionar o texto mais bem escrito. Dizem que as francesas são as mulheres mais bem vestidas da Europa.


 


De encontro x ao encontro


Parecem na forma, mas são diferentes no sentido. Não se deve usar um pelo outro.

De encontro a = contra, em sentido contrário, em oposição: O carro foi de encontro à árvore. O projeto vai de encontro aos desejos do governador.


Ao encontro de = em favor de, na direção de: O projeto veio ao encontro dos interesses de estudantes. O filho correu ao encontro do pai.


 


Ao contrário / diferentemente


Ao contrário = o contrário, o oposto (sair x entrar, morrer x sobreviver, ficar em casa x ir pra rua): Ao contrário do prometido (ficar em casa), saiu tão logo o telefone tocou.


Diferentemente = de forma diferente: Diferentemente do publicado na edição de ontem, o brinquedo custa R$ 50, não R$ 500.


 


Independente / independentemente


Independente = livre: O Brasil ficou independente em 1822.


Independentemente = sem levar em conta: Ganha o mesmo salário independentemente do número de horas trabalhadas.


 


Embaixo, em cima


Embaixo se escreve junto. Em cima, separado: O sapato está embaixo da cama; o livro, em cima da mesa.


 

Entrei na onda da enquete que circula na internet: “Cite um erro de português que o incomoda profundamente”. Postei no Instagram. Eis respostas:


“Menas”: Esse feminino não existe, a não ser em comédias e na fala dos deputados. É igual a Papai Noel. A forma é sempre menos: menos brincadeira, menos brincadeiras, menos bonito, menos bonitos.


“Pra mim fazer”: Mim não faz nem escreve, anota, compra, resolve ou estuda. Só na língua dos índios: mim trabalha, mim caça, mim pesca. O sujeito é sempre eu: pra eu fazer, pra eu estudar, pra eu ler, pra eu me manifestar.


“Haverão protestos”: No sentido de existir ou ocorrer, o verbo haver só se flexiona na 3ª pessoa do singular: Há três pessoas na sala. Haverá protestos contra o racismo. Houve distúrbios nas manifestações.


“Meia louca”: No sentido de “mais ou menos”, é a vez de meio. Invariável — sem feminino, masculino, singular ou plural: Ela é meio louca. Estou meio estressada. Ficamos meio cansados com a quarentena. O noticiário está meio repetitivo. Na dúvida, troque por muito.


“Soa” em vez de “sua”: Soa é forma do verbo soar. Sua, do verbo suar: A campainha soa. Você sua (transpira).


“Graças à Deus”: Deus é nome masculino. Se não der ideia de à moda de ou ao estilo de (como 'redação à Graciliano Ramos'), não aceita crase como barco a vapor, bebê a bordo.


“Vou com tu”: O pronome se junta à preposição: Vou contigo.


“Mal humor, mau humorado”: Mau é o contrário de bom. Mal, o oposto de bem. Na dúvida, basta apelar para o troca-troca: mau humor (bom humor), mal-humorado (bem-humorado“.


“Fazem 10 anos”: Na contagem de tempo, o verbo fazer é invariável. Fica sempre na 3ª pessoa do singular: Faz um ano. Faz 10 anos.


“A dó”: É sempre masculino, seja o sentimento e a nota musical. Tenho muito dó dos médicos que têm de escolher quem vai viver e quem vai morrer. O tecladista tocou um dó sustenido.


Há mais. Serão assunto do próximo post.


domingo, 13 de dezembro de 2020

Seguidores em: Globo Nordeste saindo e entrando no ar em fevereiro de 2009

 Encerramento e abertura das transmissões da Globo Nordeste na noite do dia 1 de fevereiro de 2009, que incluía as seguintes atrações:

Novelas - Mulheres Apaixonadas (reprise), Negócio da China, Três Irmãs e Caminho das Índias

Programas - Telecurso, Mais Você, TV Globinho e Vídeo Show

Telejornais - Globo Rural, Bom Dia Pernambuco, Bom Dia Brasil, Radar NE, NETV, Globo Esporte, Jornal Hoje, Jornal Nacional, Jornal da Globo e Boletim Fórmula 1

Filmes/Séries - Os Simpsons, Sessão da Tarde, Tela Quente, Prison Break e Sessão Brasil

O encerramento foi ao ar às 01h55, após o compacto dos melhores momentos do Big Brother Brasil, no horário habitual da Sessão de Gala (atual Cinemaço), mas, devido ao horário de verão, ocorreu às 00h55.

A abertura foi ao ar às 04h55, mas, devido ao horário de verão, ocorreu às 03h55.

DanTVPA Dois - Globo Nordeste engraçada, mesmo sem horário de verão atrasava a programação da manhã, da tarde e da noite. Já existia a Rede Fuso, mas o Nordeste não adota o horário de verão

Jonning - Vai ver é sono, o locutor está informando a programação muito lentamente, e após isso, parece que ele está correndo para o banheiro

LDTV - os logos do Telecurso, TV Globinho, Globo Esporte, Vídeo Show, Jornal Nacional e Tela Quente estão desatualizados, só mudaram no meio do ano

Rodrigo Morais - Na verdade, o único errado é o do Telecurso, os outros estão com os logos certos. 

O Vídeo Show, a TV Globinho e a Tela Quente só mudaram o logo em abril, e o Jornal Nacional só mudou o logo em agosto.

Gustavo de Souza Porfiro - só atualizou o logo em 2010 ou 2011

Arthur Patuchi - o programa de teleaulas da Globo nessa época era o Novo Telecurso, mas aparece a logomarca do Telecurso 2000, e também não aparecem os logos de Os Simpsons, Big Brother Brasil, Programete Fórmula 1, Prison Break e Sessão Brasil, será que é editado? 

Não apareceu a disciplina e o número das aulas do Telecurso?

Marilia Almeida - É real, em outras afiliadas e emissoras, aparecem. Mesmo mudando o logo em abril de 2008, o Telecurso usava o logo antigo. Só a Globo Minas e a Globo RJ informavam o número e a disciplina.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

Classes gramaticais - Morfologia: Português para concursos

 Como Português é uma disciplina que sempre é cobrada nos concursos, é preciso estar atento a esse assunto, principalmente no que diz respeito à Morfologia, parte da gramática que estuda a estrutura (radical, prefixo, sufixo, tema, desinência, vogal / consoante de ligação, vogal temática), a formação (composição, derivação, hibridismo, onomatopeia, abreviação, palavra-valise, sigla, neologismo, estrangeirismo), a classificação, as flexões e o emprego das palavras!

A gramática se divide em 5 partes:



Em sua divisão tradicional, temos 5 partes:


fonologia - estuda os fonemas e os sons da língua e as sílabas que esses fonemas formam. Fazem parte da fonologia a ortoépia (estudo da articulação correta dos grupos vocábulos e dos fonemas consonantais), a prosódia (estudo da correta acentuação tônica das palavras) e a ortografia (estudo da forma escrita das palavras)


morfologia - estuda as palavras e os elementos que as constituem, isoladamente. Analisa a estrutura, os processos de formação, os mecanismos de flexão e o emprego das palavras, além de dividi-las em classes gramaticais


sintaxe - estuda as formas de relacionamento entre palavras e orações. Divide-se em sintaxe das funções, que se subdivide em duas: análise sintática interna ou análise sintática do período simples, que estuda os termos da oração e análise sintática externa ou análise sintática do período composto, que estuda as orações propriamente ditas, e sintaxe das relações, que se subdivide em seis: funções do que, se e como, regência, colocação pronominal, concordância, pontuação e crase.


semântica - estuda o significado e o sentido das palavras, expressões e enunciados que formam os textos, além da grafia de algumas palavras e expressões. Pode ser descritiva, também chamada de sincrônica (estuda a significação atual) ou histórica, também chamada de diacrônica (ocupa-se com a evolução do sentido, através do tempo)


estilística - estuda o uso da linguagem como forma de exteriorizar dados emotivos e estéticos, com foco nas figuras de linguagem, vícios de linguagem, funções da linguagem, elementos da comunicação, tipos de discurso e versificação

Se você está estudando Português para concursos, deve saber que a Morfologia está agrupada em dez classes, denominadas classes gramaticais. Cada uma delas apresenta características próprias.


As classes gramaticais são divididas em variáveis e invariáveis.


As classes gramaticais variáveis são:


Substantivo: nomeiam seres, coisas e ideias. Exemplo: João, fogo, amor, beleza.

Verbo: indicam ação, estado, mudança de estado ou fenômeno da natureza. Exemplo: Anoitece, cresceu, vive.

Adjetivo: modificam o substantivo; atribuindo-lhe um estado, característica ou qualidade. Exemplo: Cachorro livre.

Artigo: precedem o substantivo, ao mesmo tempo determinam-o ou generalizam-o. Exemplo: o amor, uma saudade.

Numeral: indica a quantidade, ordem, multiplicação ou divisão da quantidade de seres, coisas, ideias. Exemplo: Três coisas.

Pronome: substituem, retomam ou acompanham o substantivo, limitando sua significação. Exemplo: Aquela casa.

Variam em:

gênero, número e grau - substantivos e adjetivos. Alguns advérbios apresentam variação de grau

gênero e número - artigos e numerais. Alguns numerais apresentam, na linguagem informal e literária, variação de grau.

gênero, número e pessoa - pronomes

número, pessoa, tempo, modo e voz - verbos

As classes gramaticais invariáveis são:


Advérbio: modificam o verbo, o adjetivo ou outro advérbio e até mesmo uma oração inteira, exprimindo uma circunstância. Exemplo: Levanto tarde.

Preposição: ligam termos de uma oração, estabelecendo variadas relações entre eles. Exemplo: Filme de ação.

Conjunção: ligam termos de mesma função ou orações, estabelecendo variadas relações entre elas. Exemplo: Pare e pense.

Interjeição: exprimem emoções ou sentimentos. Exemplo: Nossa!

O que você encontrará aqui:

Classes gramaticais variáveis

1. Substantivo

Substantivo Comum e Substantivo Próprio

Substantivos Simples e Substantivos Compostos

Flexão dos Substantivos Simples

Substantivo Concreto e Substantivo Abstrato

Coisas Fictícias

Exemplos de Substantivos Primitivos e Derivados

2. Verbo

Estrutura do Verbo

Radical

Vogal Temática

Desinências

Flexões do Verbo

Formas Nominais

Infinitivo Pessoal e Impessoal

Particípio

Gerúndio

Classificação dos Verbos

3. Adjetivo

Tipos de Adjetivos

Gênero dos Adjetivos

Número dos Adjetivos

Grau dos Adjetivos

Grau Comparativo

Grau Superlativo

Adjetivos Pátrios

Locução Adjetiva

4. Artigo

Artigo Definido

Artigo Indefinido

Características do Artigo

5. Numeral

Características do Numeral

6. Pronome

Classificação dos pronomes

Pronomes Pessoais

Pronomes Possessivos

Pronomes Demonstrativos

Pronomes Indefinidos

Pronomes Interrogativos

Pronomes de Tratamento

Pronomes Relativos

Pronomes Reflexivos e Recíprocos

Classes gramaticais invariáveis

1. Advérbio

Classificação dos Advérbios

Combinação de advérbios

Locução Adverbial

Adjetivos Adverbializados

Palavras e Locuções Denotativas

Advérbios Interrogativos

Flexão dos Advérbios

Grau Comparativo

Grau Superlativo

2. Preposição

Classificação das Preposições

Locuções Prepositivas

Combinação, Contração e Crase

Acúmulo de preposições

3. Conjunção

Coordenadas

Subordinadas

Classificação das conjunções coordenadas

Classificação das conjunções subordinadas

Locuções conjuntivas

4.Interjeição

Interjeições comuns

Locução Interjetiva

ClassesClasses gramaticais variáveis

1. Substantivo

É a palavra que usamos para nomear os seres em geral e que pode ser sempre precedida por um artigo. Nomeia seres reais ou fictícios, coisas, ideias.


Os substantivos são classificados como: simples, compostos, primitivos e derivados (quanto à forma) / comuns, próprios, concretos, abstratos e coletivos (quanto à significação).


Substantivos Comuns: designam uma espécie. Exemplo: aluno, cidade, rio.


Substantivos Próprios: individualizam os seres, especificam. Exemplo: André, Recife, Amazonas.


Substantivo Simples: Os substantivos simples são formados por apenas uma palavra. Exemplo: casa, carro, camiseta.


Substantivo Composto: O substantivo composto é formado por mais de uma palavra. Exemplo: guarda-chuva, guarda-roupa.


Substantivos Concretos: designam seres reais ou fictícios, materiais ou espirituais que tenham existência independente. Exemplo: livro, Deus, criança, fada.


Substantivos Abstratos: designam qualidades, ações, estados, sensações e sentimentos, que dependem de outro ser para existir. Exemplo: beleza, viagem, morte, frio, amor.


Substantivos Primitivos: são aqueles que dão origem a outras palavras. Exemplo: casa, folha.


Substantivos Derivados: são aquelas palavras que derivam de outras, por exemplo, casarão (derivado de casa) e folhagem (derivado de folha).


Substantivos Coletivos: exprimem coleção de seres. Mesmo na forma singular, traduzem ideia de pluralidade. Exemplo: bando, elenco, dúzia, batalhão, atlas, alcateia.


SubstantivoSubstantivo Comum e Substantivo Próprio

A mulher não entrou no banco porque esqueceu o cartão.

Carol não entrou no banco porque esqueceu o cartão.

Note que nos exemplos acima, há duas palavras que representam “mulher”, porém o que as distingue é justamente a particularização de uma delas (fato que ocorre com a nomeação).


No primeiro exemplo temos um substantivo comum, de forma que a palavra “mulher” designa seres da mesma espécie, ou seja, não está especificada. No segundo exemplo, a mulher é a Carol, portanto é um substantivo próprio, grafado com letra maiúscula.


A cidade amanheceu cinza.

São Paulo amanheceu cinza.

Nos exemplos acima temos substantivos comuns e substantivos próprios. São Paulo é a especificação da cidade, logo, é um substantivo próprio e seu termo genérico, “cidade”, um substantivo comum. Ou seja, quando se especifica, o substantivo comum torna-se próprio e passa a ser grafado com letra maiúscula.


Substantivos Simples e Substantivos Compostos

Os substantivos compostos, ao contrário dos substantivos simples, são aqueles formados por duas ou mais palavras, por exemplo: guarda-sol, guarda-roupa, etc.


Flexão dos Substantivos Simples

É importante destacar que os substantivos são classes gramaticais flexionadas em gênero (feminino e masculino), número (singular e plural) e grau (aumentativo e diminutivo).


Flexão de Gênero


a) Substantivos Biformes: apresentam duas formas, ou seja, uma feminina e outra masculina, por exemplo: menino – menina


b) Substantivos Heterônimos: apresentam formas para ambos os gêneros, porém com radicais distintos, por exemplo: mulher – homem


c) Substantivos Uniformes: apresentam somente uma forma para ambos os gêneros e são classificados em:


d) Comum de dois: apresenta uma forma para ambos os gêneros, diferenciada somente pelo artigo ou outro determinante, por exemplo: o estudante – a estudante.


e) Sobrecomum: apresenta uma forma e um determinante (masculino ou feminino) para ambos os gêneros, por exemplo: a criança; o indivíduo; a pessoa; o gênio.


f) Epiceno: utilizado para distinguir os animais (macho ou fêmea), os epicenos apresentam uma forma e um artigo (masculino ou feminino) para ambos os gêneros, por exemplo: a piranha (macho ou fêmea)


Flexão de Número


a) Singular: indica um ser, coisa, objeto, por exemplo: casa, criança, voz.


b) Plural: indica dois ou mais seres, coisas, objetos, por exemplo: casas, crianças, vozes.


Note que alguns substantivos, por convenção do idioma, são empregados somente no plural, por exemplo: costas, férias, óculos, trevas, núpcias, pêsames, parabéns, dentre outros.


A formação do plural para os substantivos simples é baseada nas seguintes regras gramaticais, quando:


 Terminados em vogal e ditongo oral, há acréscimo de s, por exemplo: chapéu – chapéus; sofá – sofás; bola – bolas.


Terminados em n, há acréscimo de s ou es, por exemplo: cânon – cânones; hífen – hifens ou hífenes; pólen – polens ou pólenes.


Terminados em m, há acréscimo de ns, por exemplo: álbum – álbuns; homem – homens; item – itens.


Terminados em r e z, há acréscimo de es, por exemplo: sonar – sonares; raiz – raízes; sênior – seniores.


Terminados em al, el, ol, ul​, troca-se o l por is (há exceções, por exemplo: mal e males, cônsul e cônsules). Alguns exemplos: quintal – quintais; hotel – hotéis; farol – faróis.


Terminados em il fazem o plural de duas maneiras:


Oxítonos em is, por exemplo: canil – canis; barril – barris;

Paroxítonos em eis, por exemplo: míssil – mísseis; fóssil – fósseis.

Terminados em s fazem o plural de duas maneiras:


Monossilábicos ou Oxítonos mediante o acréscimo de es, por exemplo: ás – ases; retrós – retroses;

Paroxítonos ou Proparoxítonos permanecem invariáveis, por exemplo: o ônibus – os ônibus; o lápis – os lápis.

Terminados em ão fazem o plural de três maneiras:


substituindo o -ão por -ões, por exemplo: falcão – falcões;

substituindo o -ão por -ães, por exemplo: escrivão – escrivães;

substituindo o -ão por -ãos, por exemplo: cidadãos – cidadãos.

Por questões históricas, alguns admitem mais de uma forma: cirurgião - cirurgiões / cirurgiães; vilão - vilões / vilãos / vilães.

Terminados em x ficam invariáveis, por exemplo: o látex – os látex; o tórax – os tórax.


Flexão de Grau


O Grau está relacionado ao tamanho das coisas e dos seres sendo classificados em grau aumentativo e grau diminutivo, de forma que são constituídos através de dois processos:


Analítico: acréscimo de outra palavra, por exemplo: menino grande, menino pequeno.

Sintético: acréscimo de sufixo ou prefixo, por exemplo: menino – menininho (diminutivo); meninão (aumentativo); supermercado, hipermercado, megaevento, minidicionário, microempresário.

Substantivo Concreto e Substantivo Abstrato

Ao contrário dos substantivos concretos, o substantivo abstrato é um tipo de substantivo que depende de outro para se manifestar. São termos que nomeiam ações, estados e qualidades, os quais necessitam estar atribuídos a outros, por exemplo felicidade e beleza.


É importante ressaltar que, segundo o contexto em que são empregadas as palavras, o mesmo substantivo pode ser concreto ou abstrato.


Exemplos:


A venda de roupas está aumentando com a chegada do Natal.

Na venda do seu Joaquim tem frutas, legumes e verduras.

Note que no primeiro exemplo, a palavra “venda” depende da palavra “roupas” para existir, por isso trata-se de um substantivo abstrato. Por outro lado, no segundo exemplo, a palavra “venda” representa uma loja, uma mercearia e, portanto, nesse caso, designa um substantivo concreto.


A aliança entre as nações favoreceu a adesão aos acordos internacionais.

Ganhou uma aliança de ouro branco da namorada.

O exemplo acima apresenta a mesma palavra em contextos distintos. No primeiro exemplo, a “aliança” depende das “nações” para existir, portanto designa um substantivo abstrato. Já no segundo exemplo, a palavra “aliança” designa um objeto e, portanto, não depende de outra coisa para existir. Assim, trata-se de um substantivo concreto.


Coisas Fictícias

Também são substantivos concretos as palavras que designam seres fictícios. São aqueles termos que possuem uma representação ou um conceito conhecido por todos, por exemplo: fadas, duendes, papai noel, bruxas, vampiros, entre outros.


Exemplos de Substantivos Primitivos e Derivados

A casa da Mariana ficou pronta este ano. Mário viveu durante dez anos num casarão.

O livro de Tomás ficou molhado com a chuva. A livraria do centro é a mais conhecida da cidade.

A folha da árvore ressecou com o inseticida. A folhagem dessa planta está cada dia maior.

Resolveu colocar pedras no jardim. Aquele pedreiro construiu grande parte da nossa casa.

Recebeu a carta do pai na noite de natal. O carteiro não passou naquele dia.

A partir dos exemplos acima podemos distinguir dois tipos de substantivos: os primitivos e os derivados. As palavras que não são originárias de outras são consideradas substantivos primitivos, nesses casos: “casa”, “livro”, “folha”, “pedra”, “carta”.


Por sua vez, as palavras “casarão”, “livraria”, “folhagem”, “pedreiro”, “carteiro”, derivam de outras e, portanto, são chamadas de substantivos derivados.


Siga o Instagram EduQC Concursos2. Verbo

O verbo é a classe de palavras que exprime ação, estado, mudança de estado, fenômeno da natureza e possui inúmeras flexões, de modo que a sua conjugação é feita mediante as variações de pessoa, número, tempo, modo e voz. 


Estrutura do Verbo

O verbo é formado por três elementos: radical, vogal temática e desinências.


Radical

O radical é a base. Nele está expresso o significado do verbo. Exemplos: DISSERT- (dissert-ar), ESCLAREC- (esclarec-er), CONTRIBU- (contribu-ir).


Vogal Temática

A vogal temática se une ao radical para receber as desinências e, assim, conjugar os verbos. O resultado dessa união chama-se tema.


Tema = radical + vogal temática.


Exemplos: DISSERTA- (disserta-r), ESCLARECE- (esclarece-r), CONTRIBUI- (contribui-r).


A vogal temática indica a qual conjugação o verbo pertence:


1.ª conjugação abrange os verbos cuja vogal temática é A: argumentar, dançar, sambar.

2.ª conjugação abrange os verbos cuja vogal temática é E e O: escrever, ter, supor.

3.ª conjugação abrange os verbos cuja vogal temática é I: emitir, evoluir, ir.


Desinências

As desinências são os elementos que junto com o radical promovem as conjugações. Elas podem ser:


Desinências modo-temporais quando indicam os modos e os tempos.

Desinências número-pessoais quando indicam os números e as pessoas.

Exemplos:


Dissertávamos (va– desinência de tempo pretérito do modo indicativo), (mos– desinência de 1.ª pessoa do plural)

Esclarecerei (re– desinência de tempo futuro do modo indicativo), (i– desinência de 1.ª pessoa do singular)

Contribuamos (a– desinência de modo presente do modo subjuntivo), (mos– desinência de 1.ª pessoa do plural)

Flexões do Verbo

Para conjugarmos os verbos, é necessário levar em conta as flexões de Pessoa, Número, Tempo, Modo, Voz.


Pessoa:  Indica as três pessoas relacionadas ao discurso, representadas tanto no modo singular, quanto no plural. 1.ª (eu, nós - falante); 2.ª (tu, vós - interlocutor) e 3.ª (ele, eles - referente)

Número:  Representa a forma pela qual o verbo se refere a essas pessoas gramaticais. Singular (eu, tu, ele) e Plural (nós, vós, eles)

Exemplos (Singular): Eu quero estudar; Tu andas muito apressada; Ele é empático.

Exemplos (Plural): Nós chegamos tarde; Vós  estais com sede; Eles são educados.


Os verbos são devidamente flexionados de acordo com a pessoa do discurso.


Tempo:  Relaciona-se ao momento expresso pela ação verbal, denotando a ideia de um processo ora concluído, em fase de conclusão ou que ainda está para concluir, representado pelo tempo presente, pretérito e futuro.

Modo: Revela a circunstância em que o fato verbal ocorre. Assim expresso:

               -Modo indicativo – exprime uma certeza, convicção. Tem seis tempos simples: presente, pretérito perfeito, pretérito imperfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro do presente e futuro do pretérito, e quatro tempos compostos: pretérito perfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro do presente e futuro do pretérito.

               -Modo subjuntivo – exprime uma incerteza, dúvida, condição, hipótese. Tem três tempos simples: presente, pretérito imperfeito e futuro, e três tempos compostos: pretérito perfeito, pretérito mais-que-perfeito e futuro.

               -Modo imperativo – exprime uma ordem, pedido, conselho, súplica, convite, recomendação. É indeterminado em tempo, mas possui uma forma afirmativa e outra negativa.


Voz:  A voz verbal caracteriza a ação expressa pelo verbo em relação ao sujeito, classificada em Voz Ativa, Voz Passiva e Voz Reflexiva.

               -Voz ativa – o sujeito pratica a ação expressa pelo verbo. Exemplo: Os professores aplicaram as provas.

               -Voz passiva – o sujeito sofre a ação expressa pelo verbo. Exemplo: As provas foram aplicadas pelos professores.

               -Voz reflexiva propriamente dita – o sujeito, de forma simultânea, pratica e recebe a ação expressa pelo verbo. Exemplo: A moça feriu-se com a faca.

               -Voz reflexiva recíproca – representa uma ação mútua entre os elementos expressos pelo sujeito. Exemplo: Os trabalhadores cumprimentaram-se respeitosamente.

Existe uma sexta flexão presente nos verbos, a flexão quanto ao aspecto, considerada secundária, associada diretamente ao sentido expresso pelo verbo, caracterizando o momento em que a ação é apresentada (início, meio ou fim).

Aumentativo - ideia de aumento, exagero: esbravejar (de bravejar)

Diminutivo - há noção de diminuição, redução: bebericar (de beber)

Iterativo (ou frequentativo) - indica repetição frequente do processo: pestanejar, clarear etc.

Incoativo (ou inceptivo) - indica início de ação ou processo: iniciar, nascer, amanhecer etc.

Conclusivo (ou cessativo) - indica término de ação ou processo: parar, chegar, terminar, interromper, acabar, concluir etc.

Imitativo (ou onomatopaico) - indica ação própria dos nomes de que derivam: engatinhar (de gato)

Verbos

Formas Nominais

As formas nominais são: Infinitivo, Particípio e Gerúndio:


Infinitivo Pessoal e Impessoal

O infinitivo não tem valor temporal ou modal. Ele é pessoal quando tem sujeito e é impessoal quando, por sua vez, não tem sujeito. Exemplos:


O gerente da loja disse para irem embora. (infinitivo pessoal)

Cantar é maravilhoso! (infinitivo impessoal)

Particípio

O particípio é empregado como indicador de ação finalizada, na formação de tempos compostos ou como adjetivo. Exemplos:


Feito o trabalho, vamos descansar!

A Ana já tinha falado sobre esse tema.

Calados, os filhos ouviram o sermão dos pais.

Gerúndio

O gerúndio é empregado como adjetivo ou como advérbio. Exemplos:


Encontrei João correndo.

Cantando, terminaremos depressa.

Flexão de tempo x Flexão de modo


Modo indicativo

Modo subjuntivo

Modo imperativo e formas nominais

Classificação dos Verbos

Os verbos são classificados da seguinte forma:


Verbos Regulares – Não têm o seu radical alterado. Exemplos: falar, torcer, tossir.

Verbos Irregulares – Nos verbos irregulares, por sua vez, o radical é alterado. Exemplos: dar, caber, medir. Quando as alterações são profundas, eles são chamados de Verbos Anômalos; é o caso dos verbos ser e vir.

Verbos Defectivos – Os verbos defectivos são aqueles que não são conjugados em todas as pessoas, tempos e modos. Eles podem ser de três tipos:

Impessoais – Quando os verbos indicam, especialmente, fenômenos da natureza (não tem sujeito) e são conjugados na terceira pessoa do singular, são verbos impessoais. Exemplos: chover, trovejar, ventar. Outros verbos impessoais são o verbo haver (nos sentidos de existir, acontecer e realizar-se), o verbo haver, fazer e estar (no sentido de tempo decorrido e temperatura), o verbo ser (na indicação de hora, data e distância) e os verbos bastar, chegar e passar, seguidos da preposição de, indicando suficiência ou tempo.


Unipessoais – Quando os verbos indicam vozes dos animais e são conjugados na terceira pessoa do singular ou do plural, são verbos unipessoais. Exemplos: ladrar, miar, surtir. Outros verbos unipessoais são os que indicam acontecimento, necessidade ou conveniência. Exemplos: acontecer, convir, suceder, ocorrer, urgir, cumprir, importar, custar, doer, aprazer, parecer, ser (preciso, necessário).


Pessoais – Quando os verbos têm sujeito, mas não são conjugados em todas as pessoas, são verbos pessoais. Exemplos: adequar, precaver, abolir, demolir, colorir, extorquir, explodir, ressarcir, viger, computar, imergir, falir, reaver.


Verbos Abundantes – Os verbos abundantes são aqueles que abundam, isto é, aceitam duas ou mais formas. É comum ocorrer no Particípio. Exemplos: aceitado e aceito, inserido e inserto, segurado e seguro. Há casos de abundância em outras formas: haver (havemos e hemos / haveis e heis), ir (vamos e imos), construir (constróis / construis, constrói / construi), destruir (destróis / destruis, destrói / destrui), entupir (entopes / entupes, entope / entupe), apiedar-se (apiedo-me / apiado-me, apieda-se / apiada-se).

3. Adjetivo

Adjetivo é a classe de palavras encarregada de atribuir características aos substantivos, ou seja, indicar suas qualidades e estados. Eles são termos que variam em gênero (feminino e masculino), número (singular e plural) e grau (comparativo e superlativo).


Tipos de Adjetivos

Adjetivo Simples – apresenta somente um radical. Exemplos: pobre, magro, triste.

Adjetivo Composto – apresenta mais de um radical. Exemplos: luso-brasileiro, superinteressante.

Adjetivo Primitivo – palavra que dá origem a outros adjetivos. Exemplos: bom, alegre, puro.

Adjetivo Derivado – palavras que derivam de substantivos ou verbos. Exemplos: escultor (verbo esculpir), formoso (substantivo formosura).

Incluem-se nessa lista os adjetivos explicativos, que expressam uma qualidade essencial, inerente ao ser, e os restritivos, que expressam uma qualidade acidental, não própria do ser, os adjetivos de valor objetivo, que apresentam valor neutro e os de valor subjetivo, que apresentam valor emotivo.

Gênero dos Adjetivos

– Adjetivos Uniformes – apresentam uma forma para os dois gêneros (feminino e masculino). Exemplo: feliz.

– Adjetivos Biformes – a forma varia conforme o gênero (masculino e feminino). Exemplo: carinhoso, carinhosa.


Número dos Adjetivos

Os adjetivos podem estar no singular ou no plural, concordando com o número do substantivo a que se referem. Assim, a sua formação se assemelha à dos substantivos.


O plural dos adjetivos compostos é feito da seguinte forma:


Apenas o segundo elemento é flexionado, no caso de adjetivos compostos formados por dois adjetivos. Exemplos:

Pacto socioeconômico e causa socioeconômica (flexão de gênero)

Escola anglo-americana e escolas anglo-americanas (flexão de número)

*Exceção: meninos surdos-mudos.


Os adjetivos compostos em que o segundo elemento é um substantivo são invariáveis em gênero e número. Exemplos:

Vestido verde-alface e Camisa verde-alface (flexão de gênero)

Tinta amarelo-ouro e tintas amarelo-ouro (flexão de número)

Grau dos Adjetivos

Quanto ao grau, os adjetivos são classificados em comparativo (utilizado para comparar qualidades) e superlativo (utilizado para intensificar qualidades).


Grau Comparativo

Comparativo de Igualdade: O professor de matemática é tão bom quanto o de geografia.

Comparativo de Superioridade: Marta é mais habilidosa do que a Patrícia.

Comparativo de Inferioridade: João é menos feliz que Pablo.

Grau Superlativo

Superlativo Absoluto:

Analítico: A moça é extremamente organizada.


Sintético: Luiz é inteligentíssimo.


Superlativo Relativo de:

Superioridade – A menina é a mais inteligente da turma.


Inferioridade – O garoto é o menos esperto da classe.


Adjetivos Pátrios

Chamados também de “adjetivos gentílicos“, os adjetivos pátrios indicam o local de origem ou nacionalidade da pessoa, por exemplo: brasileiro, carioca, paulista, europeu, espanhol.

Enquanto os adjetivos pátrios se referem a continentes, países, regiões, estados, cidades etc., os adjetivos gentílicos se referem somente a raças e povos.


Locução Adjetiva

A locução adjetiva é o conjunto de duas ou mais palavras que possuem valor de adjetivo. Exemplos:


Amor de mãe – Amor maternal

Doença de boca – Doença bucal

Carne de boi – Carne bovina

Festas de junho – Festas juninas


Adjetivos4. Artigo

É a palavra que antecede o substantivo, determinando seu número (singular ou plural) e seu gênero (feminino ou masculino). Os artigos são classificados em:


Artigos definidos: palavras que determinam o substantivo de forma precisa, especifica-o.

Artigos indefinidos: termos que indicam o substantivo de forma imprecisa, genérica, ao invés de especificar.

Artigo Definido

Os artigos definidos, como o próprio nome indica, definem ou individualizam os substantivos, seja uma pessoa, objeto ou lugar. São eles:


A – feminino (gênero), singular (número)

O – masculino (gênero), singular (número)

As – feminino (gênero), plural (número)

Os – masculino (gênero), plural (número)

Exemplos:


O rapaz saiu para almoçar.

Compramos a câmera que desejávamos.

Pablo viajou com os amigos.

Ana comeu as encomendas.

Artigo Indefinido

Os artigos indefinidos indicam de maneira vaga, indeterminada ou imprecisa, uma pessoa, objeto ou lugar ao qual não se fez menção anterior no texto. São eles:


Um – masculino (gênero), singular (número).

Uma – feminino (gênero), singular (número).

Uns – masculino (gênero), plural (número).

Umas – feminino (gênero), plural (número).

Exemplos:


Um dia sairemos dessa cidade.

Uma vez passamos pela cidade dela.

Pedro não quis sair com uns colegas de trabalho.

Eu quero comprar umas pinturas para essa casa.

Características dos Artigos

Os artigos sempre devem concordar com substantivo em gênero (masculino e feminino) e número (singular e plural).


a menina – as meninas;

o garoto – os garotos;

um mês – uns meses;

uma mesa – umas mesas.

Os artigos podem ser combinados com preposições.


ao/aos (a+ o/os)

à/às (a+ a/as)

da/das (de+ a/as)

do/dos (de+ o/os)

na/nas (em+ a/as)

no/nos (em+ o/os)

num/nuns (em+ um/uns)

numa/numas (em+uma/umas)

dum/duns (de+ um/uns)

duma/dumas (de+ uma/umas)

Os artigos podem substantivar qualquer palavra, ou seja, transformar qualquer palavra em substantivo, independente de sua classe gramatical, observando-se apenas a sua posição na frase. Exemplo: O caminhar de Guto é lento. O amarelo nos olhos pode indicar doença.


Acima, temos um verbo e um adjetivo sendo substantivados pelos artigos.


Os artigos definidos são usados para determinar, especificar, com isso, podem ser empregados de forma que abranjam um conjunto de seres, objetos, etc., ainda que sejam empregados no singular.

Exemplo: A laranja é rica em vitamina C. (Ainda que no singular, a ideia é fazer referência a todas as laranjas).


Artigos5. Numeral

É a classe de palavra variável (flexionadas em número e gênero) encarregada de determinar a quantidade de pessoas, objetos, coisas ou o lugar ocupado numa dada sequência. O numeral pode ser cardinal, ordinal, fracionário, coletivo, multiplicativo.


Cardinais: São os números nas suas formas básicas (1,2,3..10…25…145,146…). Alguns deles variam em gênero: um-uma, dois-duas, ambos-ambas, duzentos-duzentas, quinhentos-quinhentas. Alguns também variam em número: milhão-milhões, bilhão-bilhões.

Ordinais: São os numerais que indicam uma sequência, ou seja, representam uma ordem de sequência, série. Exemplos: primeiro, segundo, terceira, décimo, etc. Além disso, alguns ordinais possuem o valor de adjetivo. São palavras que possuem variação em gênero (masculino e feminino) e número (singular e plural). Exemplo: primeiro / primeira / primeiros / primeiras; quinto / quinta / quintos / quintas.

Fracionários: Indicam a diminuição das proporções numéricas, ou seja, representam uma parte de um todo, uma fração, por exemplo, ¼ (lê-se: um quarto, um sobre quatro), ½ (lê-se: meio ou metade, um sobre dois). Variam em gênero e número conforme o cardinal que o antecede.

Coletivos: Fazem referência a um conjunto de seres, por exemplo, dúzia (conjunto de 12), dezena (conjunto de 10), centena (conjunto de 100), semestre (conjunto de 6), bimestre (conjunto de 2). Os números coletivos sofrem a flexão de número (singular e plural): dúzia-dúzias, dezena-dezenas, centenas-centenas.

Multiplicativos: Determina o aumento da quantidade por meio de múltiplos, por exemplo, dobro, triplo, quádruplo, quíntuplo, etc. São invariáveis com valor de substantivo, mas variáveis em gênero e número com valor de adjetivo. Dessa forma, de acordo com sua função, os numerais podem apresentar valor de substantivo ou adjetivo, sendo classificados em:

 Numerais substantivos: podem substituir outros substantivos. Exemplo: O sete é um número cabalístico.


Numerais adjetivos: modificam o substantivo, indicando valor adjetivo. Exemplo: As duas irmãs saíram juntas.


Numeral6. Pronome

É a classe de palavras que reúne unidades em número limitado e que se refere a um significado léxico pela situação ou por outras palavras do contexto. De modo geral, esta referência é feita a um objeto substantivo considerando-o apenas como pessoa localizada do discurso.


Os pronomes podem ser: pessoais (incluindo os reflexivos e recíprocos), possessivos, demonstrativos (abarcando o artigo definido), indefinidos (abarcando o artigo indefinido), interrogativos e relativos.


Classificação dos pronomes

Pronomes Pessoais

São os pronomes que indicam as pessoas do discurso e são classificados em pronomes pessoais do caso reto e pronomes pessoais do caso oblíquo.


Pessoas do Verbo Pronomes do Caso Reto (sujeito ou predicativo) Pronomes do Caso Oblíquo (complemento ou adjunto)

1ª pessoa do singular eu me, mim, comigo

2ª pessoa do singular tu (você) te, ti, contigo

3ª pessoa do singular ele, ela o, a, lhe, se, si, consigo, ele, ela

1ª pessoa do plural nós nos, nós, conosco

2ª pessoa do plural vós (vocês) vos, vós, convosco

3ª pessoa do plural eles, elas os, as, lhes, se, si, consigo, eles, elas

Os pronomes oblíquos se dividem em átonos e tônicos.


Átonos: são os pronomes do caso oblíquo que não possuem preposição em sua formação: me, te, lhe, o, a, se, nos, vos, lhes, os, as, se.

Tônicos: são os pronomes do caso oblíquo que possuem preposição em sua formação: mim, comigo, ti, contigo, si, consigo, conosco, convosco.

Com isso, o uso desses pronomes dependerá da transitividade verbal, o que veremos em breve.


Observação: Se a preposição é com, dizemos comigo, contigo, consigo, conosco, convosco, e não: com mim, com ti, com si, com nós, com vós. No entanto, empregam-se com nós e com vós, quando estes pronomes tônicos vêm seguidos ou precedidos de: mesmos, próprios, todos, outros, ambos, numeral ou oração adjetiva, a fim de evidenciar o antecedente:


“Há um céu para nós outros na imortalidade das nossas obras terrenas”


Com vós todos ou com todos vós.


Com vós ambos ou com ambos vós.


Os pronomes oblíquos também podem ser reflexivo e recíproco.


Pronome oblíquo reflexivo – É o pronome oblíquo da mesma pessoa do pronome reto, significando a mim mesmo, a ti mesmo, etc.:


Eu me vesti rapidamente.

Nós nos vestimos.

Eles se vestiram.

Pronome oblíquo recíproco – É representado pelos pronomes nos, vos, se quando traduzem a ideia de um ao outro, reciprocamente:


Nós nos cumprimentamos (um ao outro).

Eles se abraçaram (um ao outro).

Pronomes Possessivos

São os pronomes que indicam posse as três pessoas do discurso e variam em gênero e número.


1ª pessoa (singular) meu minha meus minhas

2ª pessoa (singular) teu tua teus tuas

3ª pessoa (singular) seu sua seus suas

1ª pessoa (plural) nosso nossa nossos nossas

1ª pessoa (plural) vosso vossa vossos vossas

1ª pessoa (plural) seu sua seus suas

Dele, dela, deles, delas não são pronomes possessivos.

Pronomes Demonstrativos

São os pronomes que são utilizados para indicar algo. Reúnem palavras variáveis que indicam a posição dos seres em relação às pessoas.


Pronomes Demonstrativos Singular Plural

Feminino esta, essa, aquela estas, essas, aquelas

Masculino este, esse, aquele estes, esses, aqueles

Pessoas do Verbo Pronomes Utilizados Localização do Elemento

Primeira pessoa este, esta, estes, estas, isto quando o elemento está com a pessoa que fala ou próximo dela

Segunda pessoa esse, essa, esses, essas, isso quando o elemento está com quem se fala

Terceira pessoa aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo quando o elemento está distante dos falantes

Exemplos:


Este livro (perto de quem fala)

Esse livro (perto de com quem se fala)

Aqueles livros (longe de ambas)

São pronomes demonstrativos também: o, mesmo, próprio, semelhante e tal.


Farei somente o que me pedir. (Farei somente aquilo que me pedir)

Ela não conseguirá fazer semelhante bolo. (Ela não conseguirá fazer aquele bolo)

Tais ações são imperdoáveis. (Essas ações são imperdoáveis)

Mesmo(s) e Próprio(s) são demonstrativos  de reforço.


Você só gosta de fazer a mesma coisa.

Ele próprio procurou os documentos.

Esses pronomes também são usados em outras situações:

tempo: este - presente / esse - passado ou futuro próximo / aquele - passado muito distante

texto: este - refere-se ao que ainda vai ser citado / esse - refere-se ao que já foi citado

enumeração: este - retoma o último termo citado / aquele - retoma o primeiro termo citado. Todavia, se houver três ou mais termos a serem retomados, usam-se numerais.

PronomesPronomes Indefinidos

São aqueles que se aplicam a 3ª pessoa quando têm sentido vago ou exprimem quantidade indeterminada. Eles podem ser variáveis ou invariáveis. Seguem exemplos na tabela adiante:


Variáveis Invariáveis

nenhum, nenhuns, nenhuma, nenhumas ninguém

algum, alguns, algumas, algumas alguém

todo, todos, toda, todas tudo

outro, outros, outra, outras outrem

muito, muitos, muita, muitas nada

pouco, poucos, pouca, poucas cada

certo, certos, certa, certas algo

vário, vária, vários, várias, tanto, tanta, tantos, tantas, quanto, quantos, quanta, quantas, bastante, bastantes, qualquer, quaisquer

Fulano, sicrano e beltrano são substantivos, e não pronomes indefinidos.

Algures, alhures e nenhures são advérbios de lugar, e não pronomes indefinidos.

Além disso, podem ser classificados como SUBSTANTIVOS ou ADJETIVOS.


Pronomes Indefinidos Substantivos: assumem o lugar do ser ou da quantidade aproximada de seres na frase.


Algo o incomoda?

Alguém pode me ajudar?

Pronomes Indefinidos Adjetivos: qualificam um ser expresso na frase, conferindo-lhe a noção de quantidade aproximada.


Cada povo tem seus costumes.

Certas pessoas exercem várias profissões.

Pronomes Interrogativos

São os pronomes que são empregados nas perguntas, diretas ou indiretas. São eles: Que, Quem, Qual Quanto.


Diga-me quem veio aqui.

– Que peça, senhor?

– Qual consideras melhor?

Não sei quantos vieram.


No lugar de “que”, podemos usar a forma enfática “o que”.


Que será feito? ou O que será feito?


Pronomes de Tratamento

Existem formas de tratamento indireto de 2.ª pessoa que flexionam o verbo para a 3.ª pessoa. São as chamadas formas pronominais de tratamento:


você, vocês (tratamento familiar, íntimo, informal)

o senhor, a senhora, madame, dona (tratamento cerimonioso, formal, respeitoso)

senhorita (moças solteiras)

Dom (membros da família imperial, nobres, monges beneditinos e dignitários da Igreja, seu feminino Dona se aplica às senhoras de qualquer classe social)

doutor (médicos, advogados, dentistas e concluintes do grau acadêmico de doutorado)

professor (docentes de qualquer grau de ensino)

Aos pronomes de tratamento pertencem as formas de reverência que consistem em nos dirigirmos às pessoas pelos seus atributos ou qualidades que ocupam:


Pronome Abreviatura Interlocutor

Vossa Alteza V.A.(singular) e V.V.A.A. (plural) para príncipes, duques, arquiduques

Vossa Eminência V. Ex.ª / V.Em.ªs para cardeais

Vossa Excelência V. Ex.ª/V. Ex.ªs para o Presidente da República (sempre por extenso), senadores, deputados, governadores, prefeitos, ministros, juízes, embaixadores e oficiais de patente superior à de coronel

Vossa Magnificência V. Mag.ª / V.Mag.ªs para reitores de universidades e outras instituições de ensino superior

Vossa Majestade V.M. / V.V.M.M. para reis, imperadores

Vossa Santidade V.S. para o Papa e o Dalai Lama

Vossa Onipotência Não existe para Deus

Vossa Reverendíssima V. Rev.m.ª/V. Rev.m.ªs para sacerdotes e religiosos em geral

Vossa Senhoria V. S.ª/V. S.ªs para oficiais até coronel, funcionários públicos graduados, pessoas de cerimônia. Muito usado nas cartas comerciais, requerimentos e ofícios

O substantivo gente, precedido do artigo a e em referência a um grupo de pessoas em que se inclui a que fala, ou a esta sozinha, passa a pronome e se emprega fora da linguagem cerimoniosa. Em ambos os casos o verbo fica na 3.ª pessoa do singular. Ex.: É verdade que a gente, às vezes, tem cá as suas birras.

Pronomes Relativos

São os que normalmente se referem a um termo anterior chamado antecedente. Sendo assim, ele desempenha dois papéis gramaticais: o de sua referência ao antecedente como pronome e o de função conectiva.


Invariáveis Variáveis

que o qual, os quais, a qual, as quais

quem cujo, cujos, cuja, cujas

quando quanto, quantos, quantas

como

onde

Quem se refere a pessoas ou coisas personificadas e sempre aparece precedido de preposição.

Que e o qual se referem a pessoas ou coisas.

Que e quem funcionam como pronomes substantivos.

O qual aparece como substantivo ou adjetivo

Onde, como pronome relativo, refere-se a lugar e pode ser substituído por em que

Exemplos:


As pessoas de quem falas não vieram.

O ônibus que esperamos está atrasado.

Não são poucas as alunas que faltaram.

Este é o assunto sobre o qual falará o professor.

Não vi o menino, o qual menino os colegas procuram.

A casa onde moro é espaçosa

Eu sou o freguês que chega por último

Cujo, possui função adjetiva, apresenta, em geral, antecedente e consequente expressos e exprime que o antecedente é possuidor do ser indicado pelo substantivo a que se refere, ou seja, o antecedente é possuidor do consequente.

Ali vai o homem cujo carro comprei. (O carro do homem)


Este é o caderno cujas folhas estão rasgadas. (As folhas do caderno)


Quanto tem por antecedente um pronome indefinido (tudo, todo, todos, todas, tanto, tantos, tantas)

Esqueça-se de tudo quanto lhe disse.


Farei tantas exigências quantas forem necessárias.


Quando pode ser utilizado como pronome relativo na indicação de tempo e pode ser substituído por em que

É a hora quando eu consigo parar para pensar.


Como é uma outra palavra que também pode ser utilizada fazendo as vezes de pronome relativo e pode ser substituído por pelo qual, vem precedido das palavras modo, maneira, forma e jeito

Não me parece correto o modo como você fala comigo.

Que, quem, onde, como, quando e quanto podem ou não ser relativos.

Cujo e o qual são sempre relativos.


Classes gramaticais invariáveis

1. Advérbio

É a expressão modificadora que por si só denota uma circunstância. Os advérbios flexionam em grau (comparativo e superlativo).


Eles se referem a um verbo, a um adjetivo, a outro advérbio ou, até mesmo, a uma oração inteira, expressando a opinião de quem fala. Numa oração, ele desempenha a função de adjunto adverbial.


João escreve bem (advérbio em referência ao verbo).

João é muito bom escritor (advérbio em referência ao adjetivo bom).

João escreve muito bem (advérbio em referência ao advérbio bem).

Felizmente João chegou (advérbio em referência a toda a oração: João chegou; o advérbio deste tipo geralmente exprime um juízo pessoal de quem fala.

Classificação dos Advérbios

Seguem as principais classificações:


Advérbio de Modo: Bem, mal, assim, melhor, pior, depressa, devagar e grande parte das palavras que terminam em “-mente”: cuidadosamente, calmamente, tristemente, entre outros. Exemplos:

               – Fui bem nas questões.

               – Estava andando depressa por causa do temporal.


Advérbio de Intensidade: Muito, demais, pouco, tão, quão, demasiado, bastante, imenso, demais, mais, menos, quanto, quase, tanto, tudo, nada, todo, meio. Exemplos:

               – Comeu demasiado no jantar.

                – Ela gosta bastante de jogar futebol.


Advérbio de Lugar: Aí, aqui, acolá, cá, lá, ali, adiante, abaixo, embaixo, acima, adentro, dentro, afora, fora, defronte, atrás, detrás , atrás, além, aquém, antes, aonde, longe, perto. Exemplos:

               – Minha casa é ali.

               – O livro está embaixo da cama.


Advérbio de Tempo: Hoje, já, afinal, logo, agora, amanhã, amiúde, antes, ontem, tarde, breve, cedo, depois, enfim, entrementes, ainda, jamais, nunca, sempre, outrora, primeiramente, imediatamente, antigamente, provisoriamente, sucessivamente, constantemente. Exemplos:

               – Ontem estivemos numa reunião de trabalho.

               – Sempre estamos juntos.


Advérbio de Negação: Não, nem, absolutamente, tampouco, nunca, jamais. Exemplos:

               – Jamais voltarei ao estabelecimento dele.

               – Não saiu de casa o dia todo.


Advérbio de Afirmação: Sim, deveras, indubitavelmente, decididamente, certamente, realmente, decerto, certo, efetivamente, seguramente. Exemplos:

               – Certamente viajarei em dezembro..

               – Ele gostou deveras dos países que visitou.


Advérbio de Dúvida: Possivelmente, provavelmente, acaso, porventura, quiçá, será, talvez, eventualmente. Exemplos:

               – Provavelmente irei ao banco.

               – Quiçá chova hoje.


AdvérbiosCombinação de advérbios

Advérbios de tempo e lugar enfatizam melhor a sua função mediante o emprego de uma preposição:


Por agora, estão encerrados os trabalhos.

Até então os telefones não funcionavam.

Desde cedo já havia compradores de ingresso.

De longe já se viam as chamas.

Por aqui se pode entrar na cidade.

As crianças de hoje contam com mais divertimentos.

Eles sempre se apresentam com as promessas de sempre.

Locução Adverbial

O grupo geralmente constituído de preposição + substantivo (claro ou subentendido) tem o valor e o emprego de advérbio.


A preposição, funcionando como conectivo, prepara o substantivo para exercer uma função que primariamente não lhe é própria. Exemplos: com efeito, de graça, às vezes, em silêncio, por prazer, sem dúvida, etc


Na constituição das locuções adverbiais, o substantivo que nelas entra pode estar no masculino ou no feminino e no singular ou no plural, segundo as normas fixadas pela tradição. Outras vezes o substantivo vem com acompanhante e pode ocorrer até a omissão do substantivo, em expressões fixas:


Exemplos: na verdade, de nenhum modo, em breve (subentende-se tempo), à direita (ao lado de à mão direita), à francesa (subentende-se à moda), etc.


Frequentemente se cala a preposição nas locuções adverbiais de tempo e modo. Exemplo:


Esta semana (por nesta semana) teremos prova.

Espingarda ao ombro (por de espingarda ao ombro), juntou-se ao grupo de pessoas.

Flexão dos Advérbios

Os advérbios não flexionam em gênero (masculino e feminino) e número (singular e plural). No entanto, são flexionados nos graus comparativo e superlativo, assim como os adjetivos.


Grau Comparativo

Igualdade: formado por “tão + advérbio + quanto” (como).

Exemplo: José é tão baixo quanto Carlos.


Inferioridade: formado por “menos + advérbio + que” (do que).

Exemplo: Marisa é menos simpática que Cláudia.


Superioridade:

               – analítico: formado por “mais + advérbio + que” (do que). Exemplo: Lia é mais alta que Duda.

               – sintético: formado por “melhor ou pior que” (do que). Exemplo: Daniel tirou nota melhor que Thaís na prova.


Grau Superlativo Absoluto

Analítico: quando acompanhado de outro advérbio.

Exemplo: Isabel fala muito baixo.


Sintético:  quando é formado por sufixos.

Exemplo: Isabel fala baixíssimo.

O uso do diminutivo, como cedinho, pertinho, agorinha, juntinho, rapidinho etc., tem valor superlativo. Esse uso é muito comum na linguagem cotidiana, e a literatura já registra tal emprego.


2. Preposição

Unidade linguística desprovida de independência. Classe invariável que liga dois termos da oração numa relação de subordinação.


O termo anterior à preposição chama-se antecedente ou subordinante, e o posterior chama-se consequente ou subordinado. O subordinante pode ser substantivo, adjetivo, pronome, verbo, advérbio ou interjeição, como nos exemplos a seguir:


livro de história

útil a todos

alguns de vocês

necessito de ajuda

referentemente ao assunto

ai de mim!

Já o termo subordinado (após a preposição) é constituído por substantivo, adjetivo, verbo (no infinitivo ou no gerúndio) ou advérbio, como a seguir:


casa de Pedro

pulou de contente

gosta de estudar

em chegando

ficou por aqui

Classificação das Preposições

Preposições essenciais:  são aquelas que funcionam apenas como preposição:

a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, per, perante, por, sem, sob, sobre, trás.


Preposições acidentais: são as palavras de outras classes gramaticais que fazem as vezes de preposição.

afora, fora, como, que, conforme, consoante, durante, exceto, mediante, menos, salvo, segundo, visto, tirante, não obstante, etc.


ProposiçãoLocuções Prepositivas

A locução prepositiva é formada por duas ou mais palavras com o valor de preposição, sempre terminando por uma preposição.:


abaixo de, acima de, a fim de, além de, antes de, até a, depois de, ao invés de, em vez de, ao lado de, em que pese a, à custa de, em via de, à volta com, defronte de, a par de, perto de, por causa de, através de, etc.

Combinação, Contração e Crase

Combinação  é quando não há perda de elementos fonéticos

aonde (a + onde)


ao (a + o)


aos (a + os)


Contração  é quando há perda de elementos fonéticos na junção da preposição com outra palavra

do (de + o)


desta (de + esta)


dessa (de + essa)


dum (de + um)


no (em + o)


neste (em + este)


nisso (em + nisso)


Crase  é a fusão de duas vogais idênticas que veremos mais detalhadamente nas próximas aulas. É um caso especial de contração.

à (contração da preposição a + o artigo a)


àquilo (contração da preposição a + a primeira vogal do pronome demonstrativo aquilo)


Acúmulo de preposições

Não raro duas preposições se juntam para enfatizar as ideias, guardando cada uma seu sentido primitivo. Exemplo: Andou por sobre o mar.


Estes acúmulos de preposições não constituem uma locução prepositiva porque valem por duas preposições distintas.


Exemplo: “Os deputados oposicionistas conjuravam-no a não levantar mão de sobre os projetos depredadores” 


3. Conjunção

Unidades que têm por missão reunir orações num mesmo enunciado. A conjunção liga duas orações ou duas palavras de mesmo valor gramatical, estabelecendo uma relação entre elas (causa, tempo, condição, consequência, finalidade, adição, oposição etc.)


As conjunções são divididas em coordenadas (coordenativas) e subordinadas (subordinativas).


Coordenadas

Ligam orações que pertencem ao mesmo nível sintático. Dizem-se independentes umas das outras, logo, podem aparecer em enunciados separados.


–  Pedro fez concurso para medicina, e Maria se prepara para a mesma profissão.


O exemplo acima poderia, sem prejuízo, ser reescrito em dois enunciados separados e independentes: Pedro fez o concurso para medicina. Maria se prepara para a mesma profissão. Por isso, a conjunção coordenativa é um conector.


Subordinadas

Ligam orações que se dizem dependentes umas das outras, logo, não podem aparecer em enunciados separados. Aqui, a conjunção assinala qual oração poderia aparecer sozinha.


–  Soubemos que vai chover.


No exemplo acima, a oração “vai chover” poderia aparecer em um enunciado sozinha, tendo em vista o seu sentido completo. No entanto, ao ser conectada à oração “Soubemos”, ela passou a exercer um nível inferior da estruturação gramatical, a função de palavra, já que “vai chover” se tornou objeto direto do núcleo verbal soubemos.


Essa é apenas mais uma função das conjunções subordinadas.


ConjunçõesClassificação das conjunções coordenadas

Aditivas – Exprimem adição, soma: e, nem (= e não), mas também, mas ainda, como também (depois de não só), mais (na matemática ou em linguagem regional). Exemplo: Paula não fala nem ouve.

Adversativas – Exprimem ressalva de pensamentos: mas, porém, todavia, entretanto, contudo, no entanto, não obstante, inobstante, senão (= mas sim), e (= mas). Exemplo: Não fomos os vencedores, todavia exibimos a melhor apresentação.

Esta ressalva pode indicar oposição, retificação, restrição, compensação, advertência ou contraste.

Alternativas – Exprimem alternância, escolha: ou (repetido ou não), ora, já, quer, nem, talvez (repetidos). Exemplo: Ou você vem agora ou você não vai mais.

Conclusivas – Exprimem conclusão, consequência lógica: logo, por isso, pois (quando vem depois do verbo), portanto, por conseguinte, assim, então, destarte, dessarte. Exemplo: Chove bastante, portanto não poderemos sair.

Explicativas – Exprimem explicação, justificativa: que, porque, assim, pois (quando vem antes do verbo), porquanto. Exemplo: Não saímos, porque a babá faltou.

Classificação das conjunções subordinadas

Integrantes (que, se): Introduzem orações subordinadas com função substantiva (sujeito, predicativo, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, aposto ou agente da passiva), sem valor semântico específico. Exemplo: Quero que você saia já.

Causais (que, porque, como, pois, visto que, já que, uma vez que, porquanto, na medida em que): Introduzem orações subordinadas que dão ideia de causa, razão. Exemplo: Não fui à aula porque adoeci.

Comparativas (que ou do que - precedido de mais, menos, melhor ou pior, tão/tanto... quanto/como, tal qual): Introduzem orações subordinadas que dão ideia de comparação. Exemplo: Meu primo é mais inteligente que eu.

Concessivas (embora, ainda que, mesmo que, conquanto, se bem que, posto que, apesar de que, por mais que, por melhor que, por muito que, por pouco que, por melhor que, por pior que, nem que). Iniciam orações subordinadas que exprimem concessão - um fato contrário ao da oração principal, mas insuficiente para anulá-lo. Exemplo: Vou à praia, mesmo que chova.

Condicionais (se, caso, contanto que, salvo se, desde que, a não ser que, a menos que, exceto se, sem que, uma vez que): Iniciam orações subordinadas que exprimem condição para que o fato da oração principal se realize ou não. Exemplo: Se não chover, irei ao clube.

Conformativas (segundo, como, consoante, conforme, de acordo com): Iniciam orações subordinadas que exprimem conformidade de um pensamento com outro. Exemplo: Cada um colhe conforme planta.

Consecutivas (que - precedido de tal, tão, tanto ou tamanho, de forma que, de modo que, de maneira que): Iniciam orações subordinadas que exprimem a consequência ou o efeito do que se declara na oração principal. Exemplo: Foi tamanho o susto que ela desmaiou.

Temporais (logo que, antes que, quando, assim que, sempre que, até que, depois que, desde que, enquanto, mal): Iniciam orações subordinadas que dão ideia de tempo, momento. Exemplo: Quando as férias chegarem, viajaremos.

Finais (a fim de que, para que, porque, que): Iniciam orações subordinadas que exprimem uma finalidade, intenção. Exemplo: Estamos aqui para que ele fique tranquilo.

Proporcionais (à medida que, à proporção que, ao passo que, quanto mais, quanto menos, quanto menor, quanto melhor): Iniciam orações subordinadas que exprimem proporção direta ou inversa, simultaneidade. Exemplo: Quanto mais trabalho, menos recebo.

Locuções conjuntivas

A locução conjuntiva é formada por duas ou mais palavras com o valor de conjunção, geralmente, terminando em “que”, no entanto algumas terminam em 'se'.


visto que

desde que

ainda que

à medida que

logo que

a fim de que

de modo que

As locuções conjuntivas possuem a mesma classificação das conjunções, de acordo com o sentido.


4.Interjeição

É a expressão com que se traduz os nossos estados emotivos. É mais uma classe gramatical invariável. As interjeições possuem existência autônoma e, a rigor, constituem por si orações. São sempre acompanhadas de um ponto de exclamação.


As interjeições podem representar sons vocálicos tradicionais, palavras já correntes na língua ruídos de animais ou de objetos e locuções que expressam sensações.


Interjeições comuns

1) de exclamação: viva!

2) de admiração: ah!, oh!

3) de alívio: ah!, eh!

4) de animação: coragem!, eia!, sus!

5) de apelo ou chamamento: ó!, olá!, alô!, psit!, psiu!

6) de aplauso: bem!, bravo!

7) de desejo ou ansiedade: oh!, oxalá!, tomara!

8) de dor física: ai!, ui!

9) de dor moral: oh!

10) de dúvida, suspeita, admiração: hum!, hem! (ou hein)

11) de impaciência: arre!, irra!, apre!, puxa!

12) de imposição de silêncio: psiu! (demorado)

13) de repetição: bis!

14) de satisfação: upa!, oba!, opa!

15) de zombaria: fiau!


Locução Interjetiva

Grupo de palavras que possuem valor de interjeição.


ai de mim!, cruz credo!, valha-me Deus!, ora bolas!, com todos os diabos!.

Quando as interjeições estão combinadas com uma frase maior exclamativa, podem-se separar da frase por meio de uma vírgula, ou por meio do ponto de exclamação, ao qual se deve seguir, entretanto, letra minúscula.


“Oh! que doce harmonia traz-me a brisa”