Conforme prometido na postagem histórica dos anos 70, ainda em março, hoje a postagem abordará o serviço opcional nos anos 70 e início dos 80. Na imagem superior, tem-se o Caio Carolina da Empresa Roger fazendo o serviço na linha Castelo Branco (atual linha 517).
O registro mais antigo desse sistema diferenciado que eu e o Paulo encontramos foi sua implantação em 1976, sendo operado pelas empresas:
* Senhor do Bonfim – 4 ônibus na linha de Tambaú (atual 510);
* Roger – 2 ônibus na linha do Castelo Branco (atual 517);
Dentre os principais argumentos utilizados para a implantação dos opcionais foi a suposta eficiência de transporte dentro da cidade nos moldes de “semi-expresso”, que beneficiava apenas uma parcela da população que era obrigado a utilizar o sistema público de transporte.
Micro da Etur |
O único conforto e diferencial dos opcionais dessa época era a proibição de passageiros em pé e geralmente a capacidade dos ônibus era de 24 lugares. A outra característica é que a cobrança da passagem era realizada por uma jovem que se sentava ao lado do motorista, sendo, assim, o registro pessoense mais antigo de mulheres trabalhando no sistema de transporte por ônibus.
Com pouco tempo de implantação, as reclamações vieram à tona: o não-cumprimento do seu trajeto completo nos sábados, domingos e feriados, apenas de segunda a sexta, uma vez que faziam seu ponto final no Parque Solón de Lucena; Uma parcela da população se sentia prejudicada com esse sistema porque a quantidade e qualidade dos convencionais não eram satisfatória para atender a demanda.
O outro grave problema foi a violação do artigo nono do Código Nacional de Trânsito vigente na época, em que proibia a recusa dos passes-livres e o abatimento de 50% dos estudantes.
Com pouco tempo de implantação, as reclamações vieram à tona: o não-cumprimento do seu trajeto completo nos sábados, domingos e feriados, apenas de segunda a sexta, uma vez que faziam seu ponto final no Parque Solón de Lucena; Uma parcela da população se sentia prejudicada com esse sistema porque a quantidade e qualidade dos convencionais não eram satisfatória para atender a demanda.
O outro grave problema foi a violação do artigo nono do Código Nacional de Trânsito vigente na época, em que proibia a recusa dos passes-livres e o abatimento de 50% dos estudantes.
Ainda na segunda metade dos anos 70, após muita reclamação e insatisfação dos usuários, o sistema foi desativado. Porém, antes disso, já havia planos para a implantação do sistema executivo, em que os ônibus teriam característica de rodoviários, com ar condicionado, televisor, frigobar e videocassete (coisa que só viria a acontecer no ano 90 e 2000), música ambiente, poltronas reclináveis e cortinas, sendo implantado inicialmente na linha de Tambaú, com a tarifa sendo proporcional a quilometragem. Na prefeitura pessoense chegou a tramitar o projeto e seu pedido de concessão, coisa que só aconteceu nos anos 80.
No fim dos anos 70, com a grave crise do petróleo que atingiu o Brasil, o retorno dos opcionais foi cogitado pela prefeitura de João Pessoa, pois com os constantes aumentos na gasolina forçou a classe média a deixarem os carros em casa e aderirem ao transporte por ônibus. Conforme planejado pelo prefeito Damásio Franca, eles retornariam em janeiro de 1980, e com o conforto e comodidade que ofereceriam seriam de fato “opcionais”, pois, o que foi implantado outrora, os ônibus não diferenciavam em nada dos convencionais, exceto o fato de proibirem passageiros em pé. Eles rodariam nas linhas de Tambaú, Cabo Branco e Distrito e fariam apenas três paradas ao decorrer dos seus itinerários. E conforme exemplos tidos desse sistema em outras capitais, tudo indica que daria certo dessa vez.
Os anos 80 chegou e nada dos opcionais serem implantados. O país ainda está dentro de uma grande crise do petróleo, além da inflação econômica. No fim dos anos 80, as empresas de ônibus chegam a fazerem racionamento de diesel, causando grandes transtornos aos passageiros com a diminuição da circulação dos ônibus. Esse cenário gera uma certa controvérsia…como o sistema opcional será implantado se as empresas estão quase quebradas e sem ter o diesel disponibilizado no mercado?
A EBTU (Empresa Brasileira de Transportes Urbanos), através do programa de renovação e aperfeiçoamento do sistema de transporte por ônibus do Ministério dos Transportes, anunciou em 1980 a disponibilização de 48 milhões de Cruzeiros a João Pessoa, para cumprimento do referido programa, na qual parte dessa verba seria destinado para a aquisição dos ônibus que fariam o sistema opcional, sendo previsto sua circulação a partir de janeiro de 1981. Mais uma vez a previsão não se cumpriu, talvez por problemas burocráticos.
Em março de 1981, após a Etur adquirir 10 Monoblocos, sendo seis destinados para o serviço opcional, contando com 44 lugares, poltronas reclináveis, som ambiente, cortinas e serviço de rodomoça a bordo, o ex-ministro dos Transportes, Eliseu Resende, visita João Pessoa e confere de perto o resultado da aplicação financeira do ministério no sistema pessoense. Na mesma semana, os ônibus são expostos durante todo dia em frente ao Palácio da Redenção, e no fim do dia, o Governador Tarcísio Buruty e sua comitiva a bordo, composta de empresários e autoridades, dirigiram-se até o pátio da Paradiesel para a solenidade de entrega. Apenas em 2000 os opcionais começaram a contar com ar condicionado, televisor, DVD, WC, videocassete e frigobar, semelhantes aos ônibus de turismo, receptivo e locações.
No fim dos anos 70, com a grave crise do petróleo que atingiu o Brasil, o retorno dos opcionais foi cogitado pela prefeitura de João Pessoa, pois com os constantes aumentos na gasolina forçou a classe média a deixarem os carros em casa e aderirem ao transporte por ônibus. Conforme planejado pelo prefeito Damásio Franca, eles retornariam em janeiro de 1980, e com o conforto e comodidade que ofereceriam seriam de fato “opcionais”, pois, o que foi implantado outrora, os ônibus não diferenciavam em nada dos convencionais, exceto o fato de proibirem passageiros em pé. Eles rodariam nas linhas de Tambaú, Cabo Branco e Distrito e fariam apenas três paradas ao decorrer dos seus itinerários. E conforme exemplos tidos desse sistema em outras capitais, tudo indica que daria certo dessa vez.
Os anos 80 chegou e nada dos opcionais serem implantados. O país ainda está dentro de uma grande crise do petróleo, além da inflação econômica. No fim dos anos 80, as empresas de ônibus chegam a fazerem racionamento de diesel, causando grandes transtornos aos passageiros com a diminuição da circulação dos ônibus. Esse cenário gera uma certa controvérsia…como o sistema opcional será implantado se as empresas estão quase quebradas e sem ter o diesel disponibilizado no mercado?
A EBTU (Empresa Brasileira de Transportes Urbanos), através do programa de renovação e aperfeiçoamento do sistema de transporte por ônibus do Ministério dos Transportes, anunciou em 1980 a disponibilização de 48 milhões de Cruzeiros a João Pessoa, para cumprimento do referido programa, na qual parte dessa verba seria destinado para a aquisição dos ônibus que fariam o sistema opcional, sendo previsto sua circulação a partir de janeiro de 1981. Mais uma vez a previsão não se cumpriu, talvez por problemas burocráticos.
Em março de 1981, após a Etur adquirir 10 Monoblocos, sendo seis destinados para o serviço opcional, contando com 44 lugares, poltronas reclináveis, som ambiente, cortinas e serviço de rodomoça a bordo, o ex-ministro dos Transportes, Eliseu Resende, visita João Pessoa e confere de perto o resultado da aplicação financeira do ministério no sistema pessoense. Na mesma semana, os ônibus são expostos durante todo dia em frente ao Palácio da Redenção, e no fim do dia, o Governador Tarcísio Buruty e sua comitiva a bordo, composta de empresários e autoridades, dirigiram-se até o pátio da Paradiesel para a solenidade de entrega. Apenas em 2000 os opcionais começaram a contar com ar condicionado, televisor, DVD, WC, videocassete e frigobar, semelhantes aos ônibus de turismo, receptivo e locações.
Finalmente no dia 16 de março de 1981, o novo sistema opcional, pioneira na modalidade Executivo passou a funcionar na linha do Distrito Industrial (atual 115). A tarifa custava 20 Cruzeiros, o dobro da passagem convencional. Após sua aceitação e consolidação, foram implantadas nas linhas de Tambaú (atuais 510, 511, 513 e 521) e Cabo Branco (atual 507), tendo estas seu percurso estendido até o Centro Administrativo. Esse sistema durou até 1996 após os opcionais retornarem a operar.
Monobloco opcional executivo da Etur na linha do Distrito |
O fato de apenas certas linhas serem contempladas por esse serviço diferenciado se deve ao seguinte: eram destinados para apenas uma parcela da população de classe média que ao decorrer da crise do petróleo se viram obrigados a deixarem os carros em casa e utilizarem os ônibus. Boa parte dessa parcela da população moravam em Tambaú, Cabo Branco, Jaguaribe, Cruz das Armas (uma parte do bairro) e bairros circunvizinhos considerados nobres. Na certa, trabalhavam no centro de JP ocupando cargos de destaque em lojas, bancos e órgãos públicos (daí o pq as linhas de Tambaú e Cabo Branco opcional passarem no Centro Administrativo estadual e municipal na época), além de ocuparem cargos importantes em indústrias e fábricas implantadas no Distrito Industrial.