sábado, 12 de dezembro de 2015

História das linhas 510 e 513


Chegou a vez de falar de uma das principais linhas da cidade, na qual testemunhou a expansão imobiliária, a valorização da orla pessoense, sofrendo bruscas mudanças e "parindo linhas" para adaptar-se as nova conjuntura estrutural da área nobre da capital paraibana. Passou por diversas empresas até se firmar na Transnacional. Também, deixou de ser uma linha de colônia de pescador para ser uma linha que funciona 24 horas atendendo uma grande diversidade de usuários durante os 7 dias da semana...essa é a 510! Vamos conhecer mais dessa linha que é fundamental na ligação orla x centro!

Tambaú - Origem e atualidade

O nome "Tambaú" deriva-se do Tupi, significando "rio das ostras". Em algumas fontes históricas datadas do início do Século XX, o Rio Jaguaribe desaguava em Tambaú, talvez daí o porquê de ter o nome "rio" inserido na origem do nome do bairro. No mesmo período, segundo as mesmas fontes, o curso do rio foi desviado, cortando o bairro de Manaíra e Bessa. 

Tambaú era uma antiga colônia de pescadores, mas após a valorização da orla pessoense, a colônia foi dando espaço para a elite pessoense que estava deixando suas antigas moradias no centro pessoense. E esses antigos colonos a cada dia estava sendo expulso da orla, obrigando a se relocarem para a Favela Beira-Rio, a área do atual Bairro São José (eis aí a origem desse bairro problemático). O grande marco de Tambaú foi a construção nos anos 70 do Tropical Hotel Tambaú, eleito tempos atrás como um dos 10 melhores do país.


Outras curiosidades de Tambaú: A área do bairro também compreendia o atual bairro de Cabo Branco, pois essa denominação existia, porém era dada apenas à falésia e o restante era conhecido como Tambaú; E justamente na atual área de Cabo Branco, residiu a partir dos anos 50 o ilustre paraibano de origem areiense José Américo de Almeida (escritor, jornalista, senador, governador e candidato a presidência da república nos anos 40), conhecido como o "solitário de Tambaú"; Existia uma linha férrea do centro até Tambaú, instalada após a abertura da Av. Epitácio Pessoa.

Atualmente o bairro de Tambaú é considerado a área mais frequentada da orla pessoense, uma vez que possui uma infinidade de atrativos, não apenas para os turistas, mas também para quem vive na cidade. O bairro possui serviços variados, sendo uma localidade ativa praticamente 24 horas por dia. O perfil dos moradores do bairro é de classe A e B. O principal problema é a segurança.



Vista aérea da praia de Tambaú antes da construção do Tropical Hotel Tambaú, em 1968.
Destaque para o ônibus à esquerda saindo da Avenida Ruy Carneiro e pegando a Avenida Almirante Tamandaré.


Evolução e mudanças da linha 510

A primeira empresa conhecida a atuar no bairro foi a Viação Dutra, atuando nos anos 50 e 60. Possivelmente Tambaú foi mais um bairro operado por diversos ônibus particulares.



International L170 da Auto Viação Dutra na linha Tambaú (atual 510)


Depois de 1969, nos anos 70, a Viação 1º de Maio operou a linha até 1976. O detalhe é que a linha também compreendia o atual bairro de Cabo Branco e também o João Agripino. A linha passava na Av. Ruy Carneiro. O terminal da linha era na área da atual quadra de tênis e caixa eletrônico do Banco do Brasil ao lado do Hotel Tambaú, mas foi transferido para o bairro de Manaíra. 


Ônibus da 1º de Maio após acidente


Entre 1976 e 1978, a Viação Senhor do Bonfim operou a linha. A grande novidade é que essa empresa inseriu os primeiros Monoblocos no sistema urbano, e consequentemente, a linha de Tambaú foi a primeira a operar esse tipo de veículo. Também, a linha contava com o serviço opcional;


Senhor do Bonfim com seus monoblocos em 1976
Em 1978, a Rodoviária Santa Rita assume a linha, trazendo alguns Marcopolo Veneza para operar a linha. No mesmo ano, já existe registro da linha Cabo Branco (atual 507), operada pela Marcos da Silva. 

Rodoviária Santa Rita
A partir de 1979, possivelmente ano de fundação da São Judas Tadeu, mais uma vez a linha muda de empresa. No ano de 1986, a linha Tambaú ganha o prefixo 510. Assim como o 1001, a linha altera seu itinerário, devido à criação da linha 511.
Com a inauguração do Manaíra Shopping em 11 de novembro de 1989, a linha 511 passa a assumir o nome do estabelecimento.

São Judas Tadeu
Frota da linha Tambaú
Manifestação nos anos 80, em destaque o CAIO Gabriela da Marcos da Silva na linha Cabo Branco (atual 507) e o Marcopolo Veneza II da São Judas Tadeu na linha Tambaú (atual 510).

Em agosto de 1988, o ônibus da São Judas Tadeu que opera a 510 é vítima da Revolução de 88.


Torino 1983 da São Judas Tadeu na 510 sendo atacado por manifestantes



Após a Transnacional adquirir a São Judas Tadeu no fim de 1988, a linha 510 muda de empresa mais uma vez.

Destaque para o Torino GV F-113 HL na 510 em 1996 
A partir de dezembro de 1997, a 510 passa a contar novamente com o serviço opcional. Inicialmente a Reunidas opera o serviço com Torino GV, e a partir do ano 2000, a linha passa a contar com Senior climatizado. No fim de 2008, para evitar confusão com a linha convencional, a linha opcional 510 se transforma na linha 500 e sofre mudanças no seu itinerário, transformando-se em uma linha independente.

500 em operação
No ano de 2009, o terminal da 510 é transferido da rua Severino Nicolau de Melo nas proximidades do Lucy para a rua Bacharel Irenaldo de Albuquerque Chaves, na lateral do Condomínio Val Paraíso, alongando seu trajeto e beneficiando alguns usuários. 
Em 2013, a linha, que antes exibia a informação 'Tambaú/Val Paraíso/Carrefour', foi abreviada para 'Tambaú/Praia', eliminando o nome 'Carrefour', porque nos Bancários também há uma unidade do Carrefour.

A curiosidade da linha é que apesar de sofrer tantas mudanças não alterou seu nome principal. Possui seu terminal no bairro do Bessa, atende aos bairros Jardim Oceania e Manaíra, para então chegar em Tambaú. Independente da sua nomenclatura, o que importa é a sua utilidade.

Veículo com a antiga nomenclatura da linha 510

Assim como aconteceu com as linhas 101 e 402, cada vez mais o nome do consórcio Unitrans está ficando em evidência nos carros que compõe a sua frota.
E por fim, em junho de 2018, a linha é transferida para a Reunidas, assim como a 511 e o tetéu T009. Em outubro do mesmo ano, a 510, o tetéu T009 e a 511 voltaram para a Transnacional, iniciando uma inesperada segunda temporada após três meses. Apenas a 601 - Bessa permaneceu na Reunidas.

510 atualmente

513 - Tambaú / Bessa / Epitácio

É certo que a linha tenha surgido no fim dos anos 80, atendendo a demanda para a Epitácio Pessoa por parte do Bessa que se expandia sentido Cabedelo. A 601 já existia, operada pela Setusa. De certo é que em julho de 1991 tem um registro da linha, que era operada no momento por apenas três carros. A 513 era uma espécie de continuidade da 510, pois enquanto esta dobrava à esquerda na rua Severino Nicolau de Melo sentido Lucy, a 513 seguia rumo ao fim do Bessa, pela Afonso Pena. Possivelmente o terminal da linha era no mesmo local da 601.

Torino GV Mercedes-Benz OF-1620



Manifestação grevista no início dos anos 90


Longo tempo na Transnacional e seus últimos anos

A frota da 513 foi aumentada ainda nos anos 90. A qualidade da frota sempre foi regular, não tinha um status e peso de outras tradicionais (510, 511, 601, 301, 202, etc), mas sempre recebia carros zeros ou usados das linhas citadas. 
Em 2001, o preço de ser uma linha da área nobre preceu sobre a tradição de outras, recebendo Viale com “Coca-cola a bordo”, sendo esta uma tentativa de resgatar os rodobares presentes nos ônibus de 1998~1999. 
Em dezembro de 2008, sua era na Transnacional chega ao fim, pois a linha foi repassada para a Reunidas.

Na sua última frota eram fixos os: 0747, 07110, 07133, 07170, 07206 e o 07208.

Tempos da Reunidas



No primeiro sábado de dezembro de 2008, no dia 06, a 513 começou a ser operada pela Reunidas,
tornando-se na segunda linha radial da Reunidas via corredor 5, ao lado da 521.
Na fase de transição, alguns carros de outras linhas foram remanejados
provisoriamente, a exemplo dos 0815 e 0820 da 101, 0814 da A101 e do 0811 da
114. Curioso que nos carros de vista lateral alongado, colocaram um adesivo
branco e o nome da linha foi colocado com uma caneta.



Após o período de transição, fixaram na linha os 0812, 0832 (ex-Transnacional 07177 e 3265 de
CG), 0888 (ex azulão da TN de CG, o 3251), e o 0895 (ex 07125). Também, os que
estavam na Transnacional a pouco tempo foram remanejados para a Reunidas, como
os 0889 (ex-07205, 0893 (ex-07206, o que era fixo na 513) e o 0894 (ex 07207).
Em suma, apenas o 0812 era original da Reunidas, os demais eram ex
Transnacional de JP e CG.

Ex-Azulão da Transnacional de João Pessoa e Campina Grande


A frota da 513 na Reunidas teve um acréscimo de um carro. Também, outra mudança aconteceu: seu terminal foi transferido para o bairro de Intermares, em Cabedelo, na avenida Oceano Atlântico. Apesar da mudança, não deixou de passar no seu antigo terminal, na rua Severino Nicolau de Melo, nas proximidades do Lucy, junto das linhas 601 e 603. Atualmente seu terminal é dentro do TIB (Terminal de Integração do Bessa).
As primeiras viagens da manhã são realizadas no antigo terminal em Intermares. As demais tem como ponto de saída a Integração do Bessa. Os usuários que desejam sair do Terminal do Bessa para Intermares têm como opção as linhas 5103-Poço e 5104-Jacaré.



A frota atual da 513 conta com os seguintes carros: 0879, 0889, 0890, 0891, 0892, 0893, 0894.





Em 2010 e 2011, o terminal em Intermares vinha sido alvo de reclamações de usuários que reivindicam um atendimento melhor, porque no mesmo não existia pelo menos um abrigo para estes aguardarem o coletivo. Esse agravante ocorre porque no terminal era realizada a integração com os ônibus de Cabedelo. Ou seja, aquele que desembarcava no terminal do 513 e precisava pegar o 5104-Jacaré ou 5103-Poço, ficava aguardando o coletivo em pleno calçadão da praia. O próprio usuário trazia sua água e seu remédio, porque o local não dispunha de bebedouro.